• LOGO_DRAFTERS_NEGATIVO
  • VBT_LOGO_NEGATIVO
  • Logo

E-commerce com emoção e pessoalidade. (E 100% mobile.) Essa é a aposta da Lua.net

Patrícia Büll - 6 jun 2017 Fernand Alphen fala sobre a startup que o tirou da publicidade depois de 30 anos.
Fernand Alphen fala sobre a startup que o tirou da publicidade depois de 30 anos.
Patrícia Büll - 6 jun 2017
COMPARTILHAR

“A LUA é um sonho de fazer desabrochar nas pessoas o empreendedorismo latente, contando apenas com talento e dedicação.” Assim Fernand Alphen, 53, (publicitário de longa carreira na área de Planejamento, ex-J.Walter Thompson, ex-F/Nazca e atual diretor de marketing da startup) define a Lua.net, plataforma de venda direta, baseada em conceitos como mobile first (plataformas digitais feitas para rodar melhor no celular) e social commerce (vendas feitas por recomendação de amigos nas redes sociais). A diferença para o e-commerce e a venda direta tradicionais, segundo Fernand, é que a LUA é uma plataforma para venda de produtos em grupos de relacionamento, com foco na recomendação pessoal.

Para contar qual é a sacada de seu novo negócio, Fernand faz um paralelo com a indústria tradicional, que há anos faz a intermediação da venda pessoal através da venda direta ou da venda por catálogo. “Acontece que estamos no século XXI e não faz mais sentido existir catálogos e a pessoa revender só uma categoria de produto. Então, se eu puder vender o máximo de produtos para aquela pessoa que eu conheço, a partir da nossa relação de confiança e admiração, será melhor para mim e para ela”, diz.

É inegável, segundo Fernand, que atualmente as pessoas conheçam muito mais gente graças às redes sociais e que o desenvolvimento do e-commerce tenha trazido consigo formas seguras de vender produtos online. Assim, diz ele, não faz mais sentido ter um catálogo impresso se as possibilidades de venda pelo celular são muito maiores:

“Queremos devolver ao comércio a emoção e a pessoalidade que a venda sempre teve, mas que se perdeu com o e-commerce, que é totalmente racional”

Pode até parecer incongruente um negócio digital ter como apelo a pessoalidade. Mas não é, já que a entrega do produto é feita para o vendedor e ele é responsável por todo o relacionamento com o cliente final – algo bastante valorizado por quem compra. “Nosso relacionamento é totalmente focado no vendedor, que cuida do consumidor final. Nós oferecemos a ferramenta para que ele monte uma loja própria, no celular, sem nenhum investimento. E, para ganhar, ele só precisa exercer sua influência para vender”, diz Fernand.

COMO É TER UMA LOJA NO BOLSO?

O usuário instala o aplicativo no celular, monta sua loja de forma personalizada e envia as ofertas que avalia como interessantes para suas conexões pelo Whatsapp, Facebook, Twitter e outras redes. Atualmente, a plataforma da LUA trabalha com 60 marcas, variando de produtos para casa e perfumes e confecção (coisa bem pop, no estilo Anna Hickmann, Harry Potter, Luan Santanna, Mickey Mouse, Moranguinho, Peppa Pig etc).

A compra é feita pelo celular e os vendedores recebem comissão sobre as vendas, que variam de acordo com a performance de cada um. Já a receita da startup vem de com uma taxa cobrada sobre cada venda realizada. “Os acordos são feitos individualmente com cada fornecedor, daí não podermos abrir qual é essa remuneração”, conta Fernand. Funciona assim: quando ocorre uma venda e o pagamento é realizado, a LUA repassa o percentual do revendedor, fica com a sua porcentagem e envia o restante do valor ao fabricante (custo do produto + lucro do fabricante).

Na LUA qualquer um pode com um celular pode ser vendedor. Há 60 marcas, como a Anitta, bem pop, na plataforma.

Na LUA qualquer um pode com um celular pode ser vendedor. Há 60 marcas, como a Anitta, bem pop, na plataforma.

Alegando exigências contratuais, Fernand não informa o investimento feito no negócio. Mas, considerando que um dos sócios – e presidente – é o empresário Marcos de Moraes, que foi dono do portal Zip Net (vendido para a Portugal Telecom) e da cachaça Sagatiba (vendida para a Campari) – é possível vislumbrar alguns números robustos – ainda que se trate de uma startup. “O que posso dizer é que são mais de 30 pessoas trabalhando na LUA”, aponta Fernand para dimensionar o tamanho do negócio.

A Central de Atendimento também é própria e todo mundo que trabalha ali está pronto para dar atendimento e tirar dúvidas. O próprio Fernand, por exemplo. Além disso, a plataforma já possui 50 mil usuários cadastrados — sendo 15 mil ativos e concentrados, por enquanto, no interior de São Paulo.

COMO É FAZER NEGÓCIO COM QUEM TEM CELULAR RUIM

Mas como todo negócio que está começando, aqui também há imprevistos. Fernand conta que uma das dificuldades que enfrenta é justamente fazer as pessoas entenderem o negócio:

“Somos uma jabuticaba: não somos venda direta, mas também não somos e-commerce. Somos diferentes e quando algo é novo é mais difícil se fazer entender”

A dificuldade também ocorre na interface, já que tudo – desde a explicação até a venda – se passa através da tela do celular. Ele dá uma ideia do desafio: “Precisamos contar uma história e oferecer uma plataforma pensando não no celular top, mas naquele médio. Ou seja, em um aparelho que o sistema operacional na média tem uma performance ruim, resultado de uma conexão com internet ruim ou muito cara. E tudo isso neste espaço (aponta o celular). Mas vamos adaptando a ferramenta na medida em que as dificuldades surgem”.

Marcos de Moraes (ex-Sagatiba) é o presidente e investidor. O escritório da LUA fica em São Paulo e tem 30 funcionários.

Marcos de Moraes (ex-Zip Net e ex-Sagatiba) é o presidente e investidor. O escritório da LUA fica em São Paulo e tem 50 funcionários.

O método adotado pela LUA é testar tudo, sempre, na seguinte sequência: desenha, testa, implementa, conserta, testa e implementa de novo e assim sucessivamente. E isso desde outubro de 2016, quando a startup foi lançada, até agora.

QUEM ESTÁ ATRÁS DO BALCÃO

Salário alto – muito alto –, mordomias e prestígio. Essas são apenas algumas das coisas que Fernand Alphen abriu mão ao deixar o cargo de chief strategy officer da gigante da publicidade J. Walter Thompson, após cinco anos de casa, para se tornar um empreendedor. Ou melhor, um comerciante “e com muito orgulho” como gosta de se autodenominar.

Mas ao contrário do que se pode imaginar, ele garante que não se “encheu” da propaganda. “A proposta me seduziu porque eu compartilho do sonho de criar uma plataforma que viabilize o empreendedorismo individual. Além disso, tenho muita admiração pelo Marcos (de Moraes – o sócio majoritário) e isso é muito importante. Trata-se de um projeto de fôlego e muito idealismo, e eu achei que era a oportunidade de mudar de lado”, diz.

Como segue atuando como diretor de marketing, Fernand diz que continua fazendo “mais ou menos” o que fazia antes. A diferença é que agora ele é o cliente. “E aí, obviamente, a postura muda. Em vez de apresentar, eu tenho de ouvir. Mas está sendo muito esclarecedor. Talvez eu entenda mais do mercado hoje do que antes, mesmo após 30 anos na publicidade”, conta.

O nome – LUA – além de “ser lindo”, segundo Fernand, foi escolhido porque é para onde se olha quando está sonhando, além da questão simbólica de colocar a “bandeira” na lua. “A LUA é a oportunidade das pessoas acharem um espaço e fincarem sua bandeira”, diz o… vendedor.

DRAFT CARD

Draft Card Logo
  • Projeto: LUA.Net
  • O que faz: Venda de produtos em grupos de relacionamento e com foco na recomendação pessoal
  • Sócio(s): Marcos de Moraes, Fernand Alphen e João Marcos Korte
  • Funcionários: 50 (sem contar os vendedores)
  • Sede: São Paulo
  • Início das atividades: outubro de 2016
  • Investimento inicial: NI
  • Faturamento: NI
  • Contato: [email protected]
COMPARTILHAR

Confira Também: