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DengueTech e Vasos Raiz: soluções inteligentes para dar combate ao Aedes aegypti

Bruno Leuzinger - 26 jan 2018
Embalagens de DengueTech: em forma de tablete, produto tem efeito letal contra as larvas do mosquito
Bruno Leuzinger - 26 jan 2018
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Furtivo como um jato militar hi-tech que escapa à detecção dos radares, o Aedes aegypti voa próximo ao solo e caracteriza-se pelo zumbido quase inaudível e pela picada praticamente indolor. É assim, com ataques sorrateiros, que o mosquito espalha epidemias de dengue no Brasil há mais de trinta verões – estação do ano em que o calor e a intensificação das chuvas favorecem a eclosão dos ovos.

A ameaça triplicou recentemente. Hoje, o Aedes serve como vetor para outras duas doenças: zika (cujo vírus foi associado ao surto de casos de bebês nascidos com microcefalia a partir de 2015) e chikungunya. Algumas empresas têm buscado soluções inteligentes para dar combate ao inseto. É o caso da paulista BR3 e da gaúcha Raiz – as duas startups foram aceleradas pelo Braskem Labs Scale 2017.

Agente biológico

Transformar criadouros do Aedes aegypti em armadilhas contra o próprio mosquito é a solução proposta pela BR3. Para levar à frente a estratégia, a empresa do setor de química e biotecnologia aposta em uma arma secreta, um larvicida biológico em forma de tablete desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e batizado de DengueTech.

“O produto mata as larvas do mosquito transmissor da dengue, que assim não chega à fase adulta, alada”, diz Rodrigo Perez, presidente da BR3. “Basta aplicar um tablete a cada 60 dias, e pronto. Cada vez que acertamos o alvo, matamos cerca de cem mosquitos Aedes”.

A fórmula do DengueTech contém um agente biológico, o BTI (Bacillus thuringiensis var. israelensis), um microrganismo de ocorrência natural que, cultivado nos laboratórios da BR3, apresenta um efeito letal contra as larvas do mosquito. Seu uso, afirma Rodrigo, é autorizado pela Organização Mundial da Saúde inclusive em água potável.

O empreendedor destaca a seletividade do produto. “O DengueTech é nocivo apenas a pouquíssimos insetos além do Aedes, logo não causa desequilíbrio ao meio ambiente. Para controlar o mosquito comum (do qual os sapos, por exemplo, se alimentam) com o DengueTech, seria preciso aplicar 100 vezes a dose!”.

Incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC), numa área de 500 m² que reúne laboratórios, fábrica e setor administrativo no campus da Universidade de São Paulo, a BR3 soma 15 colaboradores, incluindo engenheiros e biólogos, A empresa consegue produzir 200 mil tabletes por mês, mas Rodrigo estima que essa capacidade pode ser quintuplicada, chegando a 1 milhão.

Por enquanto a comercialização ainda é pequena; a ideia é lançar o produto no varejo em fevereiro, por meio de um e-commerce, a cerca de R$ 5,50 por unidade.

“Cada tablete serve para recipientes de até 50 litros. Para recipientes de até 5 litros, podemos partir o tablete ao meio com a mão e aplicar meia dose”, diz Rodrigo. “Se pensarmos que o período crítico dura seis meses, serão três aplicações, em dois a três pontos em média. Estamos falando de três, quatro reais e cinquenta por mês.”

Em 2017, a participação no Braskem Labs Scale 2017 deu um impulso extra à BR3. “O programa superou a mais otimista das expectativas! Me impressionei com a sua atualidade, profundidade e abrangência… Passamos por assuntos financeiros, corporativos e tecnológicos. Crescemos muito. Pautamos muitas ações, algumas já em curso e muitas a serem implantadas a partir deste ano”.

Vasos Raiz: reservatório acoplado na base impede o acesso do Aedes aegypti

Vasos Raiz: reservatório acoplado na base impede o acesso do Aedes aegypti

Raiz artificial

A essa altura você já sabe: aquele pratinho sob o vaso de planta só é inofensivo na aparência. A água limpa que se acumula ali, paradinha, faz do objeto um berçário de Aedes aegypti em potencial – e dentro da sua casa. A resposta da Raiz é um produto brilhante em sua simplicidade: vasos autoirrigáveis.

“A principal diferença do vaso autoirrigável é um reservatório acoplado”, diz João Machry, sócio da startup de Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre. Além de transparente, o reservatório, sob o vaso, é vedado. “Isso substitui os pratinhos e elimina a chance do mosquito da dengue entrar, evitando também o desperdício de água.”

Outro segredo é um sistema de cordinhas que funciona como uma raiz artificial, garantindo umidade por várias dias sem regar e facilitando a vida de quem, na correria do dia-a-dia, acaba esquecendo de molhar as plantas (para os que, ao contrário, costumam afogá-las, um dreno ajuda a filtrar a quantidade de água).

O público-alvo da Raiz são aqueles moradores das grandes cidades que anseiam por reconexão com a natureza, mesmo que no espaço limitado da varanda. A empresa busca cativar esses clientes com um portfólio que inclui ainda acessórios (como treliças e suportes para vasos) e linhas temáticas – uma delas, pensada para temperos e pimentas, traz o nome das plantas estampado na lateral.

Em média, são comercializados 30 mil itens por mês. Com 15 colaboradores, a Raiz produz diariamente 1.500 vasos autoirrigáveis, que custam entre R$ 12 e R$ 32. “Também oferecemos a possibilidade do cliente adquirir hortas completas, com diversos acessórios que compõem o produto e multiplicam as aplicações”, diz João.

A Raiz vem crescendo 70% ao ano. Para seguir turbinando sua performance, a startup participou do Braskem Labs Scale 2017 – uma experiência “muito positiva”, nas palavras de João:

“Tivemos mentorias com gente com muito conhecimento sobre mercado, conversas sobre como estruturar nossa empresa de maneira mais sólida e consistente em todos os pilares: RH, compras, planilhas de vendas, estoque, representantes… Também realizamos testes com o polietileno verde I’m green (™) da Braskem.”

Outra conquista importante do ano que passou foi a estreia no Encontro Nacional de Floristas, Atacadistas e Empresas de Acessórios (Enflor), realizado sempre em julho, em Holambra, a 135 quilômetros da capital paulista.

“Foi muito importante para nós, por se tratar da maior feira do segmento”, diz João. “Durante o evento, comercializamos em torno de 2 mil unidades. Pudemos conhecer de perto os clientes, apresentar o nosso produto e ter contato com novos representantes de outras regiões.”

***

Promover negócios inovadores que melhoram a vida das pessoas por meio do uso inteligente da química e do plástico é o propósito do Braskem Labs Scale. Em três anos, o programa acelerou 41 projetos de impacto socioambiental. Fique de olho nas novidades – e nas inscrições para o Braskem Labs Scale 2018!

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