Se alguma sobremesa merece um dia para chamar de seu, essa delícia é o sorvete. Não só pela variedade de sabores e criações que ele pode apresentar, mas também porque é um item muito apreciado pelo brasileiro. Afinal, quem não se derrete por um sorvete?
No ano passado, a média de consumo por pessoa foi de 5,1 litros. No total, mais de 1,1 bilhão de litros de sorvete ajudaram a refrescar os dias quentes em 2019.
Além disso, o país tem mais de 10 mil empresas no setor e faturamento de mais de R$ 13 bilhões por ano.
Merecidamente, portanto, essa iguaria ganhou, sim, uma data só para ela. O Dia Nacional do Sorvete foi uma criação da Abis (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor do Sorvete) para estimular a venda do produto e é comemorado em 23 de setembro, um dia após o fim do inverno.
É difícil afirmar com precisão qual a origem e evolução do sorvete. Uma das teorias é que ele foi criado há mais de 3 mil anos pelos chineses que, ao misturarem neve à uma pasta de leite, teriam obtido algo próximo ao que conhecemos hoje como raspadinha. Existem registros de que Alexandre, o Grande, gostava de neve e gelo aromatizado com mel e néctar. Há ainda o relato de que Nero ordenava aos escravos que buscassem neve para que ele pudesse juntá-la a sucos de fruta e mel.
Mais de mil e duzentos anos depois da época do imperador romano, Marco Polo teria trazido do Oriente para a Itália uma receita um pouco mais aguada, estilo sorbet.
Acredita-se que o gelato, da forma como o conhecemos hoje, é originário do século 16, na Itália. No entanto, ele pode ter surgido na Inglaterra no mesmo período.
Há informações de que o então chamado “cream ice” (creme de gelo) fazia parte dos banquetes do rei Carlos I, no século 17. Uma sobremesa semelhante teria sido levada à França pela italiana Catarina de Médici quando ela se casou com Henrique II. E foi neste país que o sorvete passou a ser comercializado, em 1660. Uma receita misturando leite, nata, manteiga e ovos era servida no Café Procope, o primeiro de Paris.
Na América, o primeiro registro oficial que se tem do sorvete data de 1774 e vem de uma carta escrita por um convidado do governador de Maryland, nos Estados Unidos, William Bladen. Mas até 1800 ele era considerado um produto de elite e chegou a custar algo em torno de duzentos dólares até ser produzido em escala mais industrial por Jacob Fussel, um negociante de leite de Baltimore, Maryland.
Em 1834 um navio americano aportou no Rio de Janeiro trazendo 200 toneladas de gelo para a produção, claro, de sorvete.
O curioso é que no século 19 não havia forma de conservá-lo depois de pronto, então os comerciantes anunciavam a hora da venda do produto.
Hoje, para nossa sorte, essa maravilha pode ser encontrada com muita facilidade em todos os cantos do país, graças a mais de 10 mil empresas ligadas ao setor, que fatura mais de 13 bilhões de reais por ano.
Boa notícia: além de muito saboroso, o sorvete também pode fazer bem à saúde. Soraia Batista, nutricionista da Sodexo, afirma que existem muitas opções de sorvetes saudáveis, especialmente aqueles com frutas naturais na sua composição, e os sorbets, feitos à base de água e sem aditivos químicos.
“Os sorvetes industrializados também podem ser nutritivos e oferecer vitaminas e minerais, como o cálcio, devido ao leite, porém, possuem gorduras e aditivos químicos. Então, consuma moderadamente e evite os acompanhamentos calóricos”, Soraia explica.
Ainda segundo a nutricionista, não existe alimento proibido, mas é importante ficar atento à quantidade ingerida, à frequência de consumo, aos hábitos alimentares e ao seu estilo de vida, que deve incluir a prática regular de atividades físicas.
Além disso, Soraia alerta para a necessidade de diferenciarmos a fome fisiológica da vontade de comer e identificarmos o motivo pelo qual queremos consumir doces.
“Para algumas pessoas, o sorvete pode ter uma relação emocional, seja por lembrar de alguém especial ou um determinado momento da vida. Mas precisamos ser gentis com a gente mesmo”, ela pondera. “Não adianta se privar de tomar um sorvete por ser calórico e ficar triste por esse motivo – da mesma forma que também não é benéfico tomar um pote inteiro escondido e depois se sentir culpado.”
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Muito além de política pública, passou do tempo de equidade racial estar apenas na agenda de responsabilidade social de empresas no Brasil. Saiba o que grandes organizações, como a Sodexo, estão fazendo em prol dessa causa.