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“É impossível produzir embalagens sem pensar em melhorar a vida das pessoas”, afirma CEO da Smurfit Kappa 

Julia Moioli - 15 ago 2022
Manuel Alcalá, CEO da Smurfit Kappa no Brasil
Julia Moioli - 15 ago 2022
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O aumento das compras online e dos pedidos de delivery de refeições durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19 fez crescer também a quantidade de embalagens descartadas todos os dias. O que acontece com todo este lixo?

A Smurfit Kappa investe justamente numa forma de resolver este impacto: embalagens sustentáveis de papéis e papelão. A empresa chegou ao Brasil há seis anos e anunciou investimentos de mais de R$ 320 milhões no país, essencialmente em inovação e sustentabilidade.

“O Brasil é um país continental, que tem um potencial fantástico tanto em termos de crescimento como em sustentabilidade e inovação, que, para nós, estão sempre conectadas. Sonhamos em estar no Brasil por muito tempo, e a experiência tem sido fantástica”, afirma Manuel Alcalá, CEO no país.

De acordo com o executivo, o Brasil tem participação ativa nos esforços da companhia para cumprir suas metas globais de redução das emissões de CO2 na fabricação de papel e papelão (55% até 2030 e zerar até 2050), do uso de água (1% anualmente) e da geração de resíduos (37% até 2025), que devem ser atingidas principalmente por projetos como o Better Planet Packaging.

A iniciativa busca soluções inovadoras que garantam a qualidade das embalagens apenas com papelão, diminuindo cada vez mais a quantidade de material utilizado (em especial, os preenchimentos não biodegradáveis).

Todas embalagens da Smurfit Kappa, projetadas pelos mais de 700 desenvolvedores de embalagens, como são conhecidos seus designers, em todo o mundo, inclusive no Brasil, são recicláveis. Por serem manufaturadas em papel feito com fibra de madeira de origem sustentável, são também biodegradáveis, o que garante que desaparecerão naturalmente em cerca de dois meses mesmo se descartadas de maneira incorreta.

Exemplos são a TopClip e a GreenClip, usadas para empacotar múltiplas latas de bebidas, substituindo anéis de plástico, a Nor-Grip, que une garrafas com a mesma força e eficiência de seus correspondentes plásticos, e a ThermoBox, que apenas com papelão mantém frescos alimentos congelados e resfriados por toda a cadeia de suprimentos, tal qual as tradicionais caixas de poliestireno expandido (EPS).

“Cada inovação deve trazer com ela alguma vantagem ao meio ambiente. É isso que nos permite ser sustentáveis ao mesmo tempo em que proporcionamos experiências de unboxing agradáveis e que diminuam a ansiedade do consumidor”


Cocriação e fábricas mais verdes fortalecem inovação e sustentabilidade

Para somar forças nesse processo de inovação, a Smurfit Kappa se apoia também em experience centres – aqui no Brasil, o principal fica em São Paulo –, onde companhia e clientes embarcam em uma missão para adaptar suas necessidades e preferências por meio de ferramentas de inovação (InnoTools). Desenvolvidas internamente, elas possibilitam análise de tendências e comportamentos, insights do mercado, visualização de protótipos e troca de informações.

Para o Grupo Mantiqueira, maior produtor de ovos da América Latina, por exemplo, a Smurfit Kappa desenvolveu uma embalagem segura e resistente para transportar ovos frescos.


“Acreditamos no ecossistema de cocriação, que não inclui apenas a empresa e seus clientes, mas também universidade e fornecedores. Não estamos nem falando de inovação aberta. Quando você cocria, você compartilha ideias e necessidades, e isso cria uma potência tremenda em inovação”

A empresa também trabalha para melhorar o impacto de suas fábricas e assim atuar de maneira mais sustentável. Dentro da unidade de Pirapetinga, em Minas Gerais, há um laboratório central, conectado ao global, que utiliza tecnologia e metodologias avançadas para testar, avaliar e implementar equipamentos que proporcionem menor consumo de energia e água na fabricação de papel e papelão. “Já temos, inclusive, máquinas de papel com circuito completamente fechado de água e pegada de carbono”, conta Alcalá.

Uma nova indústria em Maranguape, na região metropolitana de Fortaleza (CE), está sendo concebida com tecnologia de ponta para inovação e sustentabilidade, de acordo com o pilar central que rege todo o negócio, e deve receber quase metade dos investimentos anunciados pela Smurfit Kappa no Brasil.

Com previsão de início das atividades em 2025, a fábrica está sendo projetada e construída para consumir menos energia e água e será peça fundamental para ajudar a diminuir ainda mais a pegada da empresa, que desde que inaugurou suas atividades no país já conseguiu reduzi-la em 35%. Também abrigará um novo centro de inovação, conectado a toda rede mundial.

“O aquecimento global é uma realidade. A exclusão na sociedade é uma infeliz realidade. É impossível ser uma empresa que simplesmente produz coisas ou apenas faz EBITDA, sem proporcionar melhorias na vida das pessoas. Para nós, isso é bastante natural, está na conversa de todos os colaboradores diariamente e é o que impulsiona nosso propósito de criar, proteger e cuidar, não só do presente como das gerações futuras.”

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