Você já parou para pensar quantas vezes consulta o Google por dia? Pesquisas recentes apontam que, no mundo, a plataforma conta com cerca de 3,5 bilhões de buscas por dia – e 1,2 trilhões por ano. Será que um movimento tão banal tem impacto no ambiente?
Pasme: segundo o Greenpeace, em seu relatório Clicking Clean, a cada busca que fazemos, é liberado 0,2 grama de CO2 no meio ambiente, o que, segundo o próprio Google, significa que o efeito estufa causado por mil buscas equivaleria a dirigir um carro por um quilômetro.
E se a gente transformasse estes cliques em árvores? Pois é o que pretende o Ecosia, buscador que quer ser uma alternativa “ecológica” ao Google.
Criado em 2009, pelo empresário alemão Christian Kroll, o buscador destina 80% dos lucros de seus anúncios publicitários a organizações ambientais espalhadas pelo mundo que trabalham com plantio e reflorestamento. “Você pesquisa na internet, nós plantamos árvores”, é o lema da plataforma.
“Quando eu criei a Ecosia, queria plantar milhões de árvores, não ganhar milhões de euros”, disse Kroll durante sua apresentação no Web Summit em 2018.
“Estamos falando sobre como mudar para uma rede energética mais sustentável e que não libere gases de efeito estufa, mas também precisamos retirar muito do CO2 que já está na atmosfera. E a natureza, depois de anos de pesquisa, criou uma forma ótima para isso: as árvores.”
COMO FUNCIONA
A Ecosia é uma extensão do Chrome e é uma ferramenta de busca muito parecida com o Google. Os lucros são gerados pelos anúncios publicitários – ao clicar num destes anúncios da Ecosia, o usuário garante uma renda ao buscador, que é revertida a projetos ambientais pelo mundo.
Os números são consideráveis: o site tem hoje 20 milhões de usuários ativos; quase 170 milhões de árvores já plantadas; 900 espécies e 35 países envolvidos. Os números são atualizados em tempo real na página da plataforma e um novo plantio ocorre a cada 45 buscas.
No Brasil, por exemplo, as instituições parceiras beneficiadas são CEPAN, PACTO, Instituto Espinhaço, IPE, entre outras. Burkina Faso, Etiópia, Indonésia, Madagascar, Marrocos, Nicarágua, Peru e Tanzânia também contam com projetos inteiramente financiados pela Ecosia. O site disponibiliza detalhes sobre o caminho do financiamento de cada projeto – e o andamento de todos. Um contador mostra ao usuário em tempo real quantas árvores ele já plantou.
COMPENSAÇÃO E TRANSPARÊNCIA
A empresa afirma que todas as suas emissões de carbono são compensadas. Os servidores do Ecosia funcionam movidos a energias 100% renováveis – segundo a companhia, cada busca realizada é capaz de remover aproximadamente 1 kg de CO2 da atmosfera. Um artigo publicado no blog oficial da plataforma estima que, se ela fosse tão grande quanto o Google, suas ações poderiam absorver 15% das emissões globais de CO2.
A privacidade é outro assunto importante na Ecosia. Todas as pesquisas feitas no buscador são criptografadas e a companhia não armazena nenhuma informação dos usuários.
Kroll segue disseminando suas práticas pelas redes sociais e não economiza de frases de efeito como:
“Que tal começarmos a chamar de bilionários somente aqueles que removerem bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera?”
É o que o mundo espera para ver.
O bagaço de malte e a borra do café são mais valiosos do que você imagina. A cientista de alimentos Natasha Pádua fundou com o marido a Upcycling Solutions, consultoria dedicada a descobrir como transformar resíduos em novos produtos.
O descarte incorreto de redes de pesca ameaça a vida marinha. Cofundada pela oceanógrafa Beatriz Mattiuzzo, a Marulho mobiliza redeiras e costureiras caiçaras para converter esse resíduo de nylon em sacolas, fruteiras e outros produtos.
Aos 16, Fernanda Stefani ficou impactada por uma reportagem sobre biopirataria. Hoje, ela lidera a 100% Amazonia, que transforma ativos produzidos por comunidades tradicionais em matéria-prima para as indústrias alimentícia e de cosméticos.
