Um robô modular, compacto e leve (muito semelhante aos braços robóticos industriais, mas 100% voltado para o ambiente escolar), material didático para alunos e material pedagógico para professores. Trata-se do e.DO Learning Center, projeto educacional que tem por base um kit aparentemente simples, mas que traz mudanças substanciais na forma de ensinar e aprender na cidade de Goiana, em Pernambuco. No SESI-PE há uma sala específica para o laboratório, porém, o kit é móvel e pode ser transportado e montado com facilidade em outros espaços.
Parceria entre a FCA (por meio do Polo Automotivo Jeep e da Comau) e o SESI, o projeto traz para a sala de aula um ambiente de aprendizado inovador cuja proposta é tanto auxiliar no ensino dos conteúdos das matérias STEAM (sigla em inglês para Science, Technology, Engineering, Art and Mathematics: Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), quanto proporcionar uma formação profissionalizante em robótica e automação. O aluno aprende os conteúdos já previstos na educação formal e, ainda, ganha bagagem para trabalhar, por exemplo, com programação e manutenção de robôs industriais.
“O e.DO nasceu na Itália e identificamos a oportunidade de trazer para o Brasil essa inovadora proposta de ensino”, explica Fernando Elias, Coordenador de Sustentabilidade e Relacionamento com a Comunidade da FCA para a América Latina.
Assim, a Comau desenvolveu cinco kits do robô e.DO especialmente para a robótica educacional, o Polo Automotivo Jeep entrou com ações de comunicação e articulação com o SESI-PE e com escolas públicas do município de Goiana e o SESI, que já trabalha com tecnologia regularmente, viabilizou o projeto com professores e estrutura física.
Para a implementação do e.DO Learning Center, a Comau ofereceu uma capacitação para quatro professores do SESI-PE e seis professores e técnicos da rede municipal de educação de Goiana, que receberam certificação para trabalhar com o robô e.DO. As aulas para alunos do SESI começaram já no início de novembro e a partir de fevereiro alunos da rede pública municipal também integrarão o projeto. A fase piloto, com duração de seis meses, prevê que 780 alunos do ensino fundamental e médio sejam contemplados.
Segundo Fernando Elias, a utilização desse laboratório de robótica propõe uma educação ativa. O professor é um facilitador e o aluno aprende resolvendo problemas reais de forma colaborativa, o que possibilita o desenvolvimento das chamadas soft skills (competências que envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais e englobam criatividade e trabalho em equipe). Para Fernando, este é um grande diferencial com relação às aulas habituais. Além disso, as matérias STEAM envolvem habilidades requisitadas nas atuais e próximas ofertas e demandas de trabalhos e empregos. Assim, o projeto também melhora as chances de ingresso no mercado profissional.
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Com a plataforma educacional desenvolvida para este projeto, os professores usam o robô e.DO para promover uma abordagem de aprendizado fora do convencional. Conforme Donatella Pinto, Diretora Global de Recursos Humanos na Comau, “a inovação tecnológica abre caminho para novos métodos de ensino e de aprendizagem. Com este projeto a Comau, mais uma vez, demonstra acreditar no potencial das novas gerações e em sua capacidade de orientar a transformação digital que já está acontecendo”.
Marcino Rodrigues, Professor de Matemática e Robótica do SESI-PE, conta que a formação dos alunos é dividida em três módulos, que variam de acordo com a etapa escolar em que eles se encontram. Os alunos do ensino médio vão terminar o primeiro módulo até dezembro deste ano e no semestre seguinte realizam os outros dois. Já os alunos do ensino fundamental vão estudar todos os três módulos adaptados à sua etapa de educação no próximo ano. O professor explica que, na prática, o projeto incentiva os estudantes a vivenciar acuidades educacionais com um robô idêntico aos da indústria, apenas com tamanho reduzido.
“Isso permite uma boa relação com as tecnologias de vanguarda, possibilitada por um ambiente estimulante criado em interface com a robótica. O professor passa um desafio e os alunos resolvem fazendo uso do conteúdo teórico e prático”, conta.
O encontro da prática com a teoria também é destacado por Cleber Ferreira, professor de Física e Robótica do SESI-PE, como um importante ganho proporcionado pelo e.Do Learning Center. “O aluno sente muita falta da questão prática, de como empregar o conhecimento teórico”, diz. O projeto, detalha o professor, responde às questões “Onde vamos aplicar isso?” e “Para que estamos estudando isso?”, que comumente são feitas pelos alunos.
“Eles mesmos estão obtendo a resposta com o trabalho realizado. É uma mudança fundamental. Quando era só a teoria, ficava faltando algo. Ficava incompleto, sem sentido. O projeto veio acabar com essa insegurança, com essa inquietação que os alunos tinham de aplicação. Eles estão vendo que isso está muito perto da indústria, eles vivem em sala de aula o que vão vivenciar num futuro próximo”, explica Cleber.
Além disso, completa, como as funções do robô são em inglês, ainda é uma oportunidade de trabalhar essa língua.
Marcino destaca que o SESI-PE é a primeira escola a trabalhar com esse tipo de projeto e que a parceria com Jeep e Comau traz benefícios para todos os envolvidos. A escola, que já tem um histórico de trabalho com robótica e participa de diferentes competições na área, se qualifica ainda mais. E a FCA auxilia no preparo de jovens prestes a ingressar no mercado de trabalho e que podem vir a ser colaboradores qualificados da empresa.
“Une-se o útil ao agradável. Estamos dando sentido ao que aluno tinha de dúvida. É estimulante”, pontua o professor. “Muitos alunos querem trabalhar na indústria com robótica”, reforça Cleber. “Eles vibram e, pra mim, isso é de suma importância”, diz.
O grupo FCA tem um longo histórico de investimento em educação no Brasil. “A gente entende a educação como uma força motriz. Se uma comunidade tem acesso à educação de qualidade, isso interfere positivamente em outras áreas como saúde e segurança, por exemplo. Diferentes áreas melhoram em função de uma boa educação. Ela é estratégica. O contrário também é verdadeiro: quando as pessoas não têm acesso à educação, essas áreas são impactadas. Investir na educação, portanto, é investir no futuro. A educação tem essa característica: se priorizada, as outras áreas são impactadas no fluxo”, esclarece Fernando Elias.
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