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Ei, você. Fale com estranhos. E ouça o que eles têm a dizer

Adriana Negreiros - 12 jan 2015 A jornalista Adriana Negreiros, ao lado do diretor de arte Daniel Motta, se dedica a registrar em vídeo depoimentos incomuns de pessoas comuns
A jornalista Adriana Negreiros, ao lado do diretor de arte Daniel Motta, se dedica a registrar em vídeo depoimentos incomuns de pessoas comuns
Adriana Negreiros - 12 jan 2015
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“Todos os dias exercito a capacidade de ouvir o outro, sem conhecê-lo e, principalmente, sem julgá-lo. Acho que esse é o projeto mais transformador da minha vida. Você deve estar se perguntando como e por que eu faço isso. Então, se quiser sentar e me escutar sem pressa, vou contar tudo direitinho.

“Como sou jornalista, já estava acostumada a entrevistar pessoas famosas, com a diferença de que sempre já sabia algo sobre elas. Depois de trabalhar anos em uma grande editora de revistas, eu e meu colega Daniel Motta, diretor de arte, decidimos abrir uma agência de conteúdo. Como tenho duas filhas (de 5 e 10 anos), queria um emprego que permitisse horários mais flexíveis.

“Em 2010, o Daniel criou o projeto Me Dê um Conselho, que espalhava urnas pela cidade para que as pessoas depositassem conselhos ali. Os textos até renderam um livro, lançado dois anos depois. Nossa sintonia profissional nos inspirou a iniciar uma nova empreitada: o projeto Fale com Estranhos, composto por uma câmera, três banquetas, um cavalete amarelo, além da nossa vontade de ouvir qualquer um que queira falar.

“Desde setembro de 2014, já entrevistamos quase 100 pessoas só em São Paulo. No primeiro dia, no Parque do Ibirapuera, tivemos o receio de ficar horas a fio sem que ninguém aparecesse (não convidamos ninguém a sentar, o primeiro contato precisa ser espontâneo). Mas a primeira pessoa apareceu rapidinho.

“O papo começa com a pergunta ‘quem é você?’ e vai se desenrolando conforme o que o entrevistado nos conta. Já ouvimos cada história! Se quiser assistir aos vídeos, estão todos no nosso site. Até janeiro, levaremos o projeto a Fortaleza, onde vivi por alguns anos, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Floripa. A ideia é ouvir gente em todas as capitais brasileiras.

“Começamos tudo isso sem uma missão ou objetivo traçados. Mas já aprendemos e nos emocionamos muito. Acho que a maior lição até agora foi compreender que remexer as gavetas da nossa memória e dividí-las com os outros transforma, acima de tudo, a nós mesmos. Muita gente não tem ideia de como é importante falar sobre questões íntimas sem medo de julgamentos. E você, tem algo para me contar?”

 

Adriana Negreiros, 40, é jornalista e vive em São Paulo (SP).

 

Esta matéria, e muitas outras conversas de marca da Natura, podem ser encontradas na Sala de Bem-Estar, no Rede Natura. Seja bem-vindo!

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