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Conheça a Ekomat, um negócio sustentável e inovador gerado com a disciplina da yoga

Daniele Aronque - 6 out 2014 Ekomat
Mario, praticante de yoga, vende tapetes ecologicamente corretos
Daniele Aronque - 6 out 2014
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O segredo para se ter um negócio de sucesso, na visão de Mario Santos e Pedro Ivo, pode estar em um dos lemas da yoga: fazer o bem para receber o bem. Traduzindo para a realidade desta dupla de empreendedores, significa trabalhar com aquilo que se gosta e desenvolver uma empresa inovadora e sustentável.

Eles criaram a Ekomat em 2008, que tem como missão oferecer produtos recicláveis e livres de metais pesados na fabricação para a prática de yoga. Um velho sonho dos sócios, produzir o material no Brasil, somente agora vai se tornar realidade. Nessa empresa, assim como na prática de yoga, rotina e disciplina são o caminho certeiro para se alcançar os objetivos.

Yoga faz parte da vida de Mario, 32, há mais uma década. Ele já percorreu algumas vezes EUA e Índia para fazer retiros e cursos sobre a prática. Em uma dessas viagens, em 2007, percebeu a quantidade de produtos especializados para as práticas de meditação e yoga e imaginou o potencial que esse mercado poderia ter no Brasil.

A vontade de empreender já estava ali. Então, por que não aliar algo que gostava com a possibilidade de desenvolver um mercado que ainda não existia no país? Formado em Gestão de Marcas, Mario era funcionário público (atividade exerceu até dois anos atrás) e procurou o amigo de infância, Ivo, 32, formado em administração, para falar da empresa que vislumbrava.

Ekomat

Mario, praticante de yoga, criou uma empresa para fornecer material aos alunos e escolas de yoga

“A ideia central da Ekomat sempre foi ser uma empresa de produtos para a prática de yoga, principalmente os tapetes. Na época isso não existia por aqui e as pessoas compravam pedaços de espuma PVC para realizar as aulas. Até funcionava, mas nunca foi a solução mais adequada”, diz Mario.

Ivo, que ainda hoje divide o seu tempo entre a Ekomat e a pequena metalúrgica da família, na época não praticava yoga. Mas gostou da ideia de uma empresa que unisse tecnologia sustentável e design para “criar os melhores tapetes de yoga do mundo”. Hoje ele também se exercita em cima dos tapetinhos que vende, e a empresa que criou com o amigo é uma das principais fornecedoras de mats (como são chamados os tapetinhos) de yoga do país, disputando mercado com Nike e Adidas.

DA IDEIA À PRÁTICA

A dupla fez um grande estudo de mercado. Começaram vendo o que já existia em outros países e foram atrás de empresas estrangeiras que já produziam mats com borracha natural ou insumos ecologicamente corretos. O segundo passo era checar a viabilidade de se produzir algo semelhante no Brasil. “Tentamos fazer parcerias com universidades e empresas, mas a tecnologia ainda não existia aqui na época. Esse foi nosso primeiro obstáculo. Não podíamos começar já queimando todo o dinheiro em pesquisa e desenvolvimento e tivemos que adiar o sonho de produzir no Brasil”, diz Mário.

“Tentamos fazer parcerias com universidades e empresas, mas a tecnologia ainda não existia aqui na época. Não podíamos começar já queimando todo o dinheiro em pesquisa e desenvolvimento e tivemos que adiar o sonho de produzir no Brasil”

Então, retornaram ao planejamento e perceberam que importar também poderia ser uma solução com grande potencial. A pesquisa preliminar já tinha mostrado que os principais – e melhores – fornecedores estavam em Taiwan. Era hora de remodelar o plano de negócio para viabilizar o lançamento da Ekomat.

Mario conta que Ivo já tinha conhecimento sobre o processo de grandes compras em outros países. “Abrimos então a Ekomat como uma empresa com viés de importação, fechamos um contrato de exclusividade para a importação dos tapetes e demos o ponta pé inicial em nossa empreitada. A ideia inicial era ser uma empresa 100% brasileira, mas infelizmente, na época, isso foi inviável”, conta o empreendedor. Nessa fase, eles investiram 40 mil reais, de aporte pessoal, e conseguiram 200 mil reais em empréstimos para a importação dos produtos.

Empréstimo realizado, compra feita e primeiro contêiner com produtos à disposição. Como criar a necessidade por um produto que ainda não existia em terras brasileiras? Nesse momento entrou em cena o conhecimento e a formação de Mario em gestão de marca e sua rede de relacionamento entre os praticantes, professores e alunos. “O nicho de mercado já existia, pois não se pratica yoga sem o tapete. O que precisávamos criar era a necessidade por um produto mais personalizado, com mais conforto e que estivesse de acordo com o estilo de vida de quem praticava yoga”, diz Mario. Eles montaram uma estratégia que consistiu em selecionar os melhores formadores de opinião, instrutores de yoga que hoje são os embaixadores da marca, e enviar o produto, mostrando o que ele tinha de especial. “O resto aconteceu quase naturalmente.”

O passo seguinte foi mapear e fazer contato com a escolas de yoga para que revendessem o Ekomat aos alunos. Com isso, conseguiram também criar um diferencial e mudar o comportamento das próprias escolas, que agora passavam a ter o tapete à disposição para revenda imediata — algo que não acontecia antes.

“As pessoas pagam mais caro pelo conforto, pela praticidade e pela segurança de ter um produto com garantia”

“As pessoas pagam mais caro pelo conforto, pela praticidade e pela segurança de ter um produto com garantia. As escolas encomendavam, recebiam e faturavam para até 90 dias – além de ter também uma certa margem de lucro– e os alunos podiam adquirir o tapete no próprio local onde praticavam, sem nenhum outro trabalho adicional”, conta Mario.

Com a marca estruturada, o site no ar e loja online funcionando, a Ekomat conseguiu um retorno sobre seu investimento já no terceiro ano de atividade. As encomendas cresceram – de um contêiner importado por ano, passaram para três – e hoje a marca trabalha sem capital de terceiros, só reinvestindo o próprio lucro.

DEU CERTO. COMO MANTER O CRESCIMENTO?

Saúde financeira em dia, a próxima pergunta é: como manter o crescimento e a relevância da Ekomat? “O tapete é um bem durável, que pode ser usado por mais de cinco anos se for bem cuidado. Mesmo vendendo coleções diferentes ou espessuras diferentes, ninguém vai ter mais de dois”, afima Mario. No entender dele, quando se vê que depois de um tempo o fluxo de vendas começa a estagnar, é hora de escalar o negócio. “Já temos equilíbrio, saúde financeira e agora estamos projetando um crescimento em serviços, mas sem sair da área de yoga e meditação”, diz.

A ideia é novamente usar o networking para criar parcerias que potencializem a marca. Nessa nova fase de planejamento, a Ekomat percebeu que cada vez mais as pessoas buscam caminhos alternativos de vida para fugir do stress e cuidar da saúde. São Paulo é uma cidade com possibilidades quase infinitas de serviços e, acredita Mario, as pessoas não sabem por onde começar e ficam perdidas com as centenas de opções de cursos e eventos.

Ekomat

Tapete da linha “Meu Mundo”: reciclável e biodegradável

“Queremos abrir uma área no site para orientar e ajudar as pessoas a encontrarem a opção que mais se adeque à necessidade de cada um, e direcionar os serviços de acordo com o perfil da pessoa. A inteligência vai estar na prestação de uma consultoria para que as pessoas melhorem sua qualidade de vida. Não é o negócio por si só, mas a vontade de fazer a diferença”, diz.

UM PRODUTO 100% BRASILEIRO

Mas os planos de crescimento não se resumem à estruturação de uma área de serviços especializados no site. A vontade de desenvolver um produto de qualidade no Brasil ficou adormecida por um tempo, mas voltou com força total no início deste ano, quando Mario conheceu uma pesquisadora que trabalhava com polímeros sustentáveis e topou uma parceria com a Ekomat para transformar a produção local em realidade.

Atualmente, a marca oferece tapetes que custam de 79 a 169 reais, dependendo do material e espessura. Recomendado para iniciantes, o “Light Mat”, de 3mm, é feito de PER (polymar environmental resin). O “Rainbow Mat” tem 5mm de espessura e usa PVC ecológico (livre de metais pesados e dioxina), que oferece mais aderência. O top de linha são os tapetes “Meu Mundo”, com 5mm e feitos de TPE (termoplástico elastômero), um material que além de oferecer conforto e tração superiores, é reciclável e biodegradável. O objetivo do empreendedor é alcançar a mesma qualidade, mas com um produto 100% brasileiro.

“Já estamos com um protótipo bem avançado e em fase de aprimoramento. Até o final do ano teremos um lote experimental para teste e, se tudo der certo, lançamos um tapete genuinamente brasileiro no primeiro trimestre de 2015”, diz Mario, que vislumbra ainda mais possibilidades. “Sem depender da importação, podemos ajustar nossa produção de acordo com a demanda, o que nos traz a oportunidade de crescer ainda mais.”

draft card ekomat

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