“Fotografar casamentos me proporciona aquio de que mais gosto na vida: conhecer pessoas, viajar, festas, música, dança… além de clicar, claro. E uma honra enorme, pois eu fui escolhida por pessoas que até então não me conheciam para eternizar um momento tão marcante.
“Mas não foi fácil conseguir ganhar a vida com o que amo. Antes de ser fotógrafa, eu ingressei na faculdade de desenho industrial, em 2003, e, como muitos adolescentes, sem ter ideia do que queria fazer da vida.
“A melhor coisa que aconteceu durante o curso foi conhecer o Pedro, meu marido há três anos. Fomos amigos durante toda a faculdade, mas só no último semestre nos demos conta do que sentíamos um pelo outro. Estávamos estabilizados, eu desenhava estampas para a indústria têxtil e o Pedro trabalhava como web designer, e decidimos morar juntos. Tudo parecia calmo até que, seis meses depois, eu engravidei do João Pedro.
“Não foi fácil ter um filho naquele momento, éramos recém-formados. Um ano depois do nascimento do João, o casamento estava em crise. Foi então que decidimos tirar férias e o Pedro me pediu em casamento, em Londres. Acho que no fundo sabíamos que valia a pena atravessar aquela fase difícil. No ano seguinte, em 2011, foi o João Pedro quem entrou com as alianças no nosso casamento.
“Mas no trabalho eu não estava satisfeita. Havia me apaixonado por fotografia ao escolher o profissional que registraria a nossa cerimônia e não pensava em outra coisa. Voltando da lua de mel, pedi demissão, me inscrevi em cursos e comprei os equipamentos. Claro que a pressão foi enorme, tinha um filho de 2 anos e as pessoas me achavam inconsequente.
“Em 2012, éramos uma família linda e decidimos engravidar de novo. Aí chegou o Francisco. Mas ainda faltava uma coisa: São Paulo estava se mostrando inadequada para criar os filhos. Acho que isso, além da demissão do Pedro, fizeram com que ele considerasse a ideia de morar na praia, coisa que eu sempre quis. Passamos as férias na Barra do Saí, em São Sebastião (SP), para ter certeza se era aquilo que queríamos. Não deu outra, a mudança aconteceu um mês depois, em setembro de 2014.
“Pelo menos metade de tudo o que tínhamos em São Paulo foi doado ou vendido. Hoje, tenho tempo de ir à praia com meus filhos, ajudá-los na lição de casa, trabalhar, cozinhar… Ah, o Pedro começou a trabalhar comigo, filmando as cerimônias.
“Pretendo registrar a nova vida em uma seção no meu site, postando fotos e uma cartinha para os meus pequenos toda semana. Além de poder vê-los crescer com qualidade de vida, a maior recompensa do meu trabalho é saber que daqui 50 anos os netos dos casais que fotografei vão se reunir em volta da mesa e folhear o álbum de casamento. É disso que as famílias são feitas, momentos compartilhados e histórias para contar.”
Maria Paula Cervino Gonçalves, a Mira, 29 anos, fotógrafa, vive e trabalha em São Sebastião (SP).
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