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Empresas e startups: como construir uma relação ganha-ganha

Isabela Mena - 24 out 2018 Para chegar ao fim do dia com uma pontuação elevada é preciso gerenciar bem suas tarefas, aceitar as imperfeições e dar tempo ao tempo (Imagem: Creative Commons).
No jogo da produtividade, para ter uma pontuação elevada é preciso gerenciar bem suas tarefas, aceitar as imperfeições e dar tempo ao tempo (Imagem: Creative Commons).
Isabela Mena - 24 out 2018
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Nesses tempos da “Nova Economia”, tornou-se comum entender a convivência entre grandes corporações e startups como uma relação incompatível, em que a sobrevivência de uma dependeria necessariamente do insucesso da outra, e vice-versa. Desfazer essa ideia, porém, pode ser a chave para quem quiser permanecer na linha de frente da inovação.

Esse novo paradigma vem se consolidando recentemente. Um passo decisivo das grandes companhias para acolher e fomentar empresas nascentes têm sido os programas de aceleração de startups, como o da AES Tietêa segunda edição foi lançada em junho, em parceria com a aceleradora corporativa Liga Ventures.

Ítalo Freitas, no lançamento da segunda edição do Programa de Aceleração de Startups AES Tietê

“Um novo mundo está nascendo para a geração de energia e as startups são protagonistas nele”, diz Ítalo Freitas, CEO da AES no Brasil, que defende: a relação entre startups e corporações pode e deve ser vivenciada como uma experiência de “ganha-ganha”, com benefício para os dois lados.

Startups, de modo geral, reúnem atributos fundamentais para a exploração e a descoberta do novo: time dedicado, ousadia para questionar, alta alavancagem para correr riscos (pouco a perder), know-how sobre o tema escolhido…

Quem conta é Maximiliano Carlomagno, sócio-fundador da consultoria Innoscience. No fim de junho, ele abordou o tema na palestra “Simbiose da Inovação: conexão entre grandes empresas e startups na prática”, proferida no evento de lançamento da segunda edição do programa de aceleração da AES Tietê.

O que falta nas startups, segundo Maximiliano, é justamente o que as grandes companhias costumam ter de sobra para oferecer e compartilhar: recursos — regulatórios, técnicos, de manufatura — para aprofundar o entendimento sobre o problema que se quer resolver (e a solução para resolvê-lo).

“Muitas vezes as startups não têm uma base para testar sua ideia e nem todas as competências, os canais de distribuição, os recursos para escalar essa ideia. E aí entra a possibilidade da conexão com a grande empresa.”

Abaixo, Maximiliano Carlomagno elabora um pouco mais sobre o funcionamento de programas de aceleração e startups:

Como está o cenário da aceleração no Brasil?

Crescente e em diversificação de formatos. Acho que algumas empresas perceberam que o modelo de conexão com aceleração de três meses, mentoria, capacitação e aporte de capital em troca de participação não é a única solução para todas as necessidades. Mas não há dúvida de que as empresas estabelecidas estão absolutamente interessadas em se conectar ao ecossistema empreendedor.

Matheus Rungue, Cofundador da Newatt, startup vencedora da primeira edição do programa

Quão interessante é para uma startup ser adquirida por uma empresa grande e funcionar “dentro” dela? Isso é tendência?

Tendência, na minha avaliação, é as empresas terem clareza do que faz sentido para cada uma, dada a sua situação estratégica e objetivos. Tenho muito receio das “tendências” que são, na verdade, modismos ou “efeito manada”, que direcionam muitas empresas para um mesmo caminho sem fazer sentido para todas. É uma opção “ser comprado”; funcionar “dentro” não é um pré-requisito. O WhatsApp foi comprado, mas não trabalha dentro do Facebook, por exemplo.

Quando a solução da startup envolve o core da empresa, é natural que tenha maior proximidade; mas quando envolve transformação disruptiva sobre o core, tende a funcionar melhor com maior separação durante um período determinado — até que faça sentido se integrar.

Por vezes, o empreendedor pensa que a melhor solução é competir com a grande empresa, mas essa é apenas uma das alternativas. A XP, por exemplo, preferiu ser adquirida sem ir para dentro da empresa. Imagino que devam estar contentes. Mas não vejo que exista uma tendência. Ambas as partes precisam ter uma hipersensibilidade estratégica para ver o que faz sentido para cada uma — e buscar o formato mais adequado para isso.

Dayback, outra startup vencedora da primeira edição do programa

O que faz um programa de aceleração como o da AES Tietê ser proveitoso?

O trabalho em quatro frentes:

Estratégia: ter clareza dos territórios de inovação priorizados que fazem sentido para a empresa e que terão atenção da alta gestão;

— Engajamento: definir, preparar e incentivar os sponsors dos territórios para que dediquem tempo qualificado para essa relação;

Processo: organizar formas enxutas de contratação, cadastro, suprimentos e pagamento adequadas à conexão com a startup;

 Governança: acompanhar de forma estruturada, frequente e com conexão com a alta gestão para garantir agilidade na relação.

A AES Tietê, como pioneira nessa iniciativa, acredita que esse é o caminho: trabalho em conjunto em que todos ganham.

“Estamos agora na fase de seleção dos projetos: das 144 startups inscritas, 8 finalistas foram convidadas a participar da etapa de bootcamp, que ocorreu na semana de 24 de setembro em São Paulo, para que as startups pudessem trabalhar em seus modelos de negócio junto à equipe da AES Tietê. Agora, após alinhamento com a estratégia da empresa, até 3 delas serão selecionadas para o processo de aceleração da AES”, diz Julia Rodrigues, Coordenadora de Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento.

Nossa expectativa é que ideias, antes no papel, sejam transformadas em soluções que melhorem a vida dos nossos clientes.

 

Esta matéria pode ser encontrada no portal da AES Tietê. Confira o site para ler mais histórias de inovação no setor elétrico!

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