Comprar um carro pela internet não é algo surpreendente nos dias atuais, mas ainda era no fim do século passado. Esta foi uma das façanhas do Fiat Brava: ele foi o primeiro Fiat brasileiro a ser vendido pela web, desde o lançamento, em 1999. Derivado do sedã Marea, o hatch conquistou fãs pelo design autêntico, ótimo custo-benefício e amplo espaço interno. Com predicados como esses, já era de se esperar que o veículo continuasse querido mesmo após duas décadas do lançamento. E é assim: quem tem um, não pensa em vender!
“Imagina você, com um baixo investimento, conseguir comprar um carro muito bem equipado, de manutenção barata e visual super moderno? Foi o que fiz há sete anos, quando adquiri meu Brava 1.6 SX 2002, que tenho até hoje”, afirma o encarregado de produção Jesiel Moisés, de Ouro Branco (MG).
Ele conta que o custo-benefício era o que mais importava para ele quando estava à procura de um carro para comprar. Mas o Brava trouxe muito mais que isso.
“Eu fiquei apaixonado pelas linhas marcantes do carro. Os faróis têm um tom ‘nervoso’ e as lanternas passam a impressão de saírem de dentro da lataria. É maravilhoso”, elogia Moisés.
Outro fã do hatch médio da Fiat é Fábio Rangel (Mogi Guaçu, SP), cujo segundo carro de seu currículo foi um Brava SX 2003.
“A Fiat faz carros movidos pela paixão e isso é bem evidente no Brava. Desde adolescente eu tinha o sonho de ter esse modelo e, quando achei um no meu gosto, não pensei duas vezes; comprei”, lembra o administrador de empresas de 36 anos, que somente vendeu o Brava para trocar por um Marea Turbo.
“Não me arrependo de tê-lo vendido, mas, se encontrasse novamente o meu antigo Brava, tentaria comprá-lo de volta”, garante.
Presidente do Clube do Brava e Marea (CBM), Estêvão Rodrigues, de Belo Horizonte (MG), aponta a alta confiabilidade do conjunto mecânico do Brava como um dos principais fatores de admiração do público. “Eu mesmo, quando comprei o meu, estava pesquisando no YouTube vídeos sobre carros bons, muito bem equipados, baratos e de baixo custo de manutenção”, ressalta.
“Estou com o meu Brava SX 2001 há seis anos e não tenho nada do que reclamar. Só tenho alegrias com esse carro”, reforça.
“Viajo muito com o Brava e meus únicos gastos são com combustível e pedágio. Uma das aventuras mais longas foi a que fiz em 15 dias, saindo de Belo Horizonte para Cabo Frio (RJ) e, depois de voltar para Minas, fui para São Paulo, totalizando 3.200 quilômetros”, conta.
Jesiel Moisés também faz viagens constantes com seu Brava. “Vou de Ouro Branco a Santos (SP) com frequência com meu Brava. Além da robustez, ele agrada demais com o elevado nível de conforto e bom desempenho”, relata.
Bateu mais nostalgia? Então dá só uma olhada nessa outra história de amor: 40 anos depois, primeiro carro a etanol do mundo volta a acelerar na Fiat.
Tem esta também, ó: “De tempos em tempos, o homem produz uma obra de gênio”.
Se original o Brava já chama atenção por onde passa, imagine então com um visual personalizado! “O meu está equipado com rodas do Marea 2.4 e recebe muitos elogios”, diz Moisés. Já Estêvão Rodrigues colocou rodas do Fiat Stilo em seu exemplar, além de freios a disco na traseira e teto solar original. “Quando instalei o teto solar, mandei pintar o carro todo. Gastei um bom dinheiro, mas valeu cada centavo.”
O Fiat Brava foi comercializado em diversos países, inclusive no Japão, onde foi rebatizado de Bravissima, pois já havia outro modelo com o nome Brava por lá. No Brasil, teve 43 mil unidades produzidas no Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), até 2003, quando abriu caminho para o Stilo – que foi seguido pelo Bravo e, atualmente, pelo Argo.
Para seus admiradores, contudo, nenhum sucessor conseguiu assumir o mesmo carisma do Brava. “O Argo que me perdoe, mas o Brava é um carro que desperta uma paixão incomparável”, afirma Fábio Rangel. “Não tenho mais o meu, mas sempre que vejo um passando na rua, minha mão até coça tamanha é a vontade de comprar outro”, admite.
Para o presidente do Clube do Brava e Marea, não há nenhum carro no Brasil com um desenho tão peculiar como o do Fiat Brava.
“Hoje, a maioria dos carros são muito parecidos um com o outro. O Brava tem um design único e tenho certeza de que manterei essa opinião daqui a dez anos”, aposta Rodrigues, que nem sequer cogita vender o seu.
O único lamento dele foi de não ter conseguido comprar outro, ainda. “Eu queria muito um modelo em especial. Era o Brava de um amigo, equipado com motor 2.4, extremamente forte em baixas rotações. Estava impecável, mas ele não quis vendê-lo. Dei uma volta com ele, de carona, e minhas costas colaram no banco após uma acelerada. Quem sabe futuramente…”.
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