Gustavo acabou de completar 36 anos, e isso é um marco importante em sua vida: ele ultrapassou oficialmente a expectativa de vida média de uma pessoa transexual no Brasil, que é de 35 anos. Na idade em que muitas pessoas como ele morrem, ele (re)nasceu.
O caminho até aqui não foi fácil: no passado, quando falou para sua família imediata que era uma mulher lésbica – ainda tentando descobrir quem era –, foram dois dias entre o recebimento da notícia até seus pais se mudarem e o deixarem sozinho em sua casa, como se ele fosse parte de um passado abandonado. Quando tudo que restou na cozinha foi sal e um pacote de macarrão, ele buscou um emprego e tentou recomeçar. A depressão e os sentimentos confusos foram parte de uma trilha incerta, mas que hoje, finalmente o conduziu para ser, para o mundo, quem sempre foi do lado de dentro.
Em uma conversa com Rafaela Carvalho, editora de conteúdo do Draft, o CEO da Carambola fala sobre essa jornada. E divide: como foi escolher um nome para si aos 35 anos? Como é explicar a transexualidade para seu filho pré-adolescente 12 anos e fazê-lo entender uma caminhada tão particular? Por que fazer – ou não – um tratamento hormonal quais foram os fatores que o levaram a tomar essa decisão?
Gustavo ainda está aprendendo a viver sua verdade de coração aberto para o mundo, desde as roupas que escolhe vestir até o tipo de voz que quer projetar como parte de uma população que ainda é vítima de crimes de ódio no Brasil e no mundo. Ele já sabe, porém, que está diante de um caminho sem volta e libertador. Ao contar sua história e ecoar as existências de pessoas como ele, o grande desejo que tem é o de que sua narrativa se torne cada vez mais frequente e ordinária – e só mais uma entre tantas.
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