Depois de dez meses, uma maratona de peneiras, workshops, mentoria e muito trabalho, a iniciativa de aceleração de projetos conduzida pela plataforma de Inovação AES selecionou duas startups campeãs. Os vencedores, que serão revelados em breve, receberão um investimento de 500 mil reais cada para desenvolver as tecnologias que ajudarão a abrir novas fronteiras de negócio na empresa.
O projeto começou em setembro do ano passado. O objetivo era, nas palavras de Clara Bidorini, especialista de inovação da AES, buscar parceiros, startups e spin-offs, faculdades e parques tecnológicos, que fossem capazes de ajudar a AES a expandir seu core-business, não apenas na venda tradicional de energia, mas também na ampliação para outros segmentos, no longo e médio prazo.
“Buscamos falar com o ecossistema empreendedor”, diz Clara. “E para provocar o mercado, estamos colocando à disposição toda nossa infraestrutura, desde postes até o piloto de smart grid em Barueri, como um kit de ferramentas que as startups possam usar.”
Na visão de Rogério Tamassia, cofundador e sócio diretor da Liga Ventures, aceleradora corporativa que foi parceira da AES no projeto junto ao Senai, outro elemento de participação importante, a aceleração é “iniciativa singular” no setor.
“É o primeiro movimento no segmento da energia, acostumado a buscar inovação através do P&D clássico; é a primeira vez que uma empresa faz um movimento mais agudo no sentido da inovação aberta com startups”, diz Rogério. “Esse é um posicionamento muito interessante, visto que é uma empresa em um segmento regulado. Demonstra o quanto estão dispostos a trabalhar com inovação aberta.”
Chamada aberta
Para recrutar projetos, foi feita uma convocação pública, mirando startups interessadas em participar. Deu certo – tanto que o prazo de inscrições foi ampliado, para permitir que mais empreendedores participassem. Para fortalecer a divulgação, os responsáveis pelo projeto fizeram um roadshow que passou por Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Campinas e Florianópolis. Segundo Clara, da AES, esse tipo de esforço é essencial para a atração de projetos interessantes e incentivar o mercado.
Ao todo, foram 233 projetos recebidos e pontuados de acordo com critérios estabelecidos pela AES e baseados também na exigências da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A partir dessa peneira, foram escolhidos os oito candidatos mais fortes. As equipes foram então convocadas para uma série intensa de workshops e mentoria em São Paulo junto ao Senai e à Liga Ventures.
Durante o processo, um intenso trabalho foi realizado pela AES e pela Liga Ventures, onde a evolução dos projetos foi acompanhada diariamente, modelos de negócio ajustados, entre outros desafios superados com ajuda da equipe da AES, um exemplo de como o corporate venture pode funcionar alocando a expertise de uma grande companhia para ajudar startups a solucionar problemas.
Ao final, as 8 empresas escolhidas fizeram pitches para um comitê executivo da empresa e, finalmente, duas startups foram selecionadas. A partir de agora, elas passarão por uma etapa de aceleração na Liga Ventures e seus projetos receberão um aporte da AES no valor de R$ 500 mil cada uma, tudo de acordo com as regras da ANEEL, sem aquisição de ativos das startups.
“O projeto é especial por envolver uma empresa fortemente regulada pelo setor público, e pode servir de exemplo a outras”, diz Rogério, da Liga. “A partir do momento em que a AES Brasil faz esse movimento, como pioneira, ela estimula que outras companhias do setor ou mesmo de outros setores regulados façam movimentos semelhantes. É sensacional o que está sendo feito.”
Esta matéria pode ser encontrada no portal Inovação AES. Confira o site para ficar por dentro do que acontece no mundo da energia.