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Inovar dentro de grandes empresas: quais as principais tendências e melhores caminhos?

Marcus Couto - 23 abr 2018
Renato Costa, diretor de inovação da Eletropaulo, e Fátima Molina, especialista de inovação da empresa
Marcus Couto - 23 abr 2018
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Uma corporação pode, e deve, investir seus recursos em soluções inovadoras. O grande desafio da atualidade é conseguir trazer retornos positivos para  clientes e para a própria empresa sem correr riscos desnecessários. Será que existe um caminho que realmente faça a diferença nos resultados de uma empresa?

Alguns desses questionamentos foram discutidos durante a entrega do prêmio Best Innovator, um dos mais importantes prêmios de inovação realizado no Brasil e em outros 15 países pela consultoria americana de gerenciamento A.T. Kearney. O prêmio colocou a Eletropaulo, uma empresa com mais de 100 anos, na 7ª posição, entre as 20 escolhidas.

Executivos de grandes empresas, como a própria Eletropaulo, além de outras do setor de energia e saúde, como os laboratórios Fleury, da indústria (BASF, Vale e 3M) e bens de consumo (AMBEV, entre outras) estiveram presentes no auditório do departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, que é parceira do evento.

Eram diretores e gerentes ligados às iniciativas de inovação desses grupos, e na medida em que cada um subiu ao palco para receber seu prêmio, contavam sobre como seus times estão buscando inovar, em um saudável compartilhamento de ideias que ajudou a montar um panorama das principais tendências do setor para este ano que começa.

Edson Bouer, diretor executivo da empresa de leilões online Superbid, e integrante da comissão avaliadora, fez um bom resumo dessas tendências, e destacou, entre elas: o apoio corporativo às startups, que mira alavancar o desenvolvimento dessas pequenas empresas super-inovadoras por meio de acesso ao ambiente de negócios; o uso intenso de novas tecnologias da informação, como a Internet das Coisas (IoT), que possibilita uma integração maior entre sistemas digitais e equipamentos físicos, principalmente no caso da indústria; a adoção de uma nova geração de software de gerenciamento e de algoritmos inteligentes, capazes de prever movimentos de mercado, auxiliando o time de gerenciamento na tomada de decisões; e finalmente, o estabelecimento da sustentabilidade como premissa e plataforma para o desenvolvimento de negócios inovadores.

François Santos, sócio da A.T. Kearney Brasil e também responsável pela coordenação do Best Innovator, citou uma aceleração da inovação nessas grandes empresas no ano passado. Segundo ele, o tema da digitalização é predominante entre elas, assim como a realização de hackathons e o uso de técnicas de design thinking para romper barreiras internas e estimular a colaboração entre áreas anteriormente separadas.

Fátima Molina, especialista em inovação da Eletropaulo, e Renato Costa, diretor de inovação da empresa, ao subir ao palco para receber o prêmio, falaram sobre suas iniciativas mais relevantes, mostrando alinhamento com as tendências citadas por Bouer.

Eles contaram, por exemplo, sobre o plano de digitalizar os processos da empresa, estratégia que já está em andamento, como pode ser visto na digitalização do atendimento ao consumidor, e citaram também o projeto piloto de smart grid (rede elétrica inteligente), em fase de implementação na cidade de Barueri, na grande São Paulo. O objetivo, neste caso, é testar a viabilidade de um sistema elétrico com sensores e outros equipamentos de ponta, como religadores automáticos, capazes de trazer mais confiabilidade e resistência à rede de energia – todos sinônimos de um serviço de maior qualidade à população.

A dupla falou ainda sobre o uso que a Eletropaulo está fazendo de inteligência artificial, com um novo portal online de negociações que faz uso de uma tecnologia de reconhecimento de imagens que permite ao cliente realizar pelo computador uma série de atividades que antes exigiam que ele se deslocasse até uma loja física. Todos saem ganhando.

O prêmio Best Innovator considera 5 principais dimensões em sua análise dos candidatos: área estratégica, processos, organização e cultura, estrutura e suporte, e resultado da inovação.

Após o evento, Fátima Molina, especialista em inovação da Eletropaulo, falou sobre os motivos que levam a empresa a investir na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias; motivos que deveriam inspirar outras empresas a seguir na mesma direção, também. “A inovação é uma facilitadora, que ajuda a agilizar os processos. Ela viabiliza a entrada de novos projetos e a criação de novascria formas de operar que nos permitem ajudam a atingir os desafios da empresa. A inovação é uma alavanca!”

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