Com uma cultura corporativa fortemente focada em construir o novo, a 3M prefere voltar ao mais básico e simples quando se trata de inovação social: as pessoas. A companhia incentiva e dá autonomia para que seus colaboradores sejam agentes de transformação. Este é o cerne da atuação do Instituto 3M, iniciativa que chegou ao Brasil há 12 anos com a ambição de fazer com que o sucesso corporativo da companhia gere impacto social positivo na região. “Usamos a nossa cultura corporativa criativa e curiosa para promover impacto positivo: qualquer funcionário pode desenvolver ações voluntárias em seu horário de trabalho”, conta Liliane Moura, 35, coordenadora de projetos sociais do Instituto 3M.
Segundo ela, a organização surgiu para ordenar as diversas iniciativas que a empresa já tinha, gerando bons resultados através do voluntariado e do investimento social privado. Esta é uma fórmula de sucesso e de alto impacto para a organização funcionar, aponta. E, além do benefício social, traz um ganho importante para a companhia: “As pessoas ficam mais engajadas, aprendem a fazer mais com menos aqui dentro também”, diz. Com esta abordagem, cerca de 12% dos 3,4 mil funcionários da 3M no Brasil desenvolvem algum tipo de voluntariado por meio da instituição.
INOVAÇÃO SOCIAL FEITA POR PESSOAS
O incentivo ao trabalho voluntário na 3M acontece em quatro frentes: ciência e tecnologia, educação, tecnologia social e desenvolvimento social. No fim do ano, período em que as pessoas mais se sensibilizam e se engajam em ajudar o outro, ganham força entre os funcionários da empresa ações filantrópicas, como as amplamente conhecidas sacolinhas de Natal com a arrecadação de itens para pessoas menos privilegiadas. Esta não é a única ação neste sentido intermediada pelo instituto, conta Liliane.
Em outras épocas do ano há, por exemplo, eventos como a venda de pizza em que todo o trabalho é feito por voluntários e a renda revertida para organizações não governamentais. “Tentamos oferecer ações para diferentes perfis e possibilidades de doação de tempo. Algumas vezes, por exemplo, organizamos excursões de crianças a parques de diversão e precisamos de voluntários para ajudar”, conta. Liliane aponta que nenhuma das ações está atrelada ao departamento de recursos humanos e, portanto, os funcionários da companhia não têm a obrigação de desenvolver trabalhos do gênero. A ideia do Instituto é apenas oferecer um ambiente favorável que atraia pessoas por iniciativa própria, “com vontade de se envolver de coração”, como diz ela.
“Temos uma série de ações. Algumas são mais pontuais. Outras, mais amplas e duradouras. Em todos os casos entendemos que o voluntário é o agente de transformação social e, mais do que uma ajuda específica, desenvolvem uma relação verdadeira com o trabalho em que se engajam”
Entre as diferentes abordagens, está a Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto 3M, em que estudantes do ensino fundamental e médio da região de Campinas e Ribeirão Preto apresentam projetos científicos. Ali eles são avaliados por profissionais voluntários da organização, que escolhem as iniciativas vencedoras para participar da Febrace, Feira Brasileira de Ciências e Engenharia. O trabalho todo é apoiado em um amplo projeto do Instituto de capacitação de professores da rede pública para estimular o desenvolvimento de pesquisa científica nas escolas em que trabalham.
São eles que incentivam os estudantes a trabalhar em suas teses, que depois são apresentadas na Mostra. Liliane diz que, desta maneira, a iniciativa beneficia os professores, que evoluem em sua visão como educadores, e também apoia os alunos a se engajarem na pesquisa de assuntos em que têm interesse. “Vemos que a maioria dos estudantes buscam melhorar a vida de uma comunidade com impacto positivo para todos os envolvidos”, diz.
BENEFÍCIO MÚTUO
O Instituto também tem um pilar de educação com foco no primeiro emprego por meio do projeto Formare. A ideia é capacitar jovens em desvantagem econômica entre 17 e 18 anos para as necessidades atuais do mercado. No caso da 3M, a cada ano 60 jovens têm acesso ao curso de assistente de manufatura industrial. A empresa seleciona os interessados. Além da formação, eles recebem uma bolsa de estudos equivalente a meio salário mínimo e planos de assistência médica e odontológica. Todos os professores são voluntários, como conta Marcio Oliveira, 31, que trabalha na área industrial da companhia fazendo a digitalização do relatório de produção e há três anos equilibra a função com as aulas de português e inglês que oferece para alunos do Formare.
“Eu estudo Letras e comecei com o trabalho voluntário porque tinha de cumprir algumas horas práticas na faculdade. Hoje já superei em muito o que precisava entregar na universidade, mas continuei porque me apaixonei pelo projeto”, diz. Ele admite que sempre teve o desejo de ser professor e ter a experiência de viver isso de forma voluntária com o apoio da empresa em que trabalha é um benefício e tanto. “Faz muita diferença para mim e para o outro também”, diz.
Segundo Marcio, ao concluir o Formare os jovens podem ter oportunidade de trabalho na própria 3M. Na área em que ele atua há pelo menos sete ex-alunos do projeto – muitos tiveram aula com ele. “Lá atrás eu participei da formação deles, mas hoje são meus colegas como todos os outros.” O professor diz ter aprendido ao longo do tempo que o voluntariado é troca, não simplesmente doação. A prova disso é que Marcio foi escolhido pelos alunos como paraninfo de duas turmas, ganhando de volta parte do carinho que coloca em sua atuação ali.
“Eu ensino muita coisa no programa, mas também aprendo na mesma proporção”
CULTURA DE COLABORAÇÃO
Esta impressão do voluntariado como uma atividade que tem reciprocidade parece ser bastante difundida na 3M. “Sempre que lançamos um novo projeto temos muitos colaboradores inscritos para participar. O voluntariado já virou parte da nossa cultura corporativa. Temos tanto estagiários quanto diretores desenvolvendo projetos”, conta Liliane. Ela diz que há uma gama de profissionais que se envolvem profundamente com as iniciativas desenvolvidas pelo Instituto, como o Marcio, no Formare, e a Alessandra Bassotelli, 37, que é engenheira química da área de embalagens da companhia e também atua no Lar Pequeno Paraíso desde 2015.
“Ela faz um trabalho incrível na creche”, conta Liliane, enumerando feitos como a arrecadação de verba para uma necessária reforma da cozinha da instituição e a própria regularização da casa, que funcionava mesmo sem ter todas as documentações necessárias e, assim, não tinha acesso a condições especiais de financiamento oferecidas a este tipo de organização.
“Levantamos muitas oportunidades, mas deixamos muito claro aos administradores que quem precisava colocar a mão na massa e fazer acontecer eram eles. Nós ajudamos no planejamento das ações de arrecadação e no gerenciamento da verba”, conta Alessandra, compartilhando o mérito das conquistas da instituição com todos os envolvidos no projeto.
“Ela é muito firme na atuação: vai atrás de tudo, fica no pé para resolver. É dura na gestão e um doce com as crianças”, diz Liliane. A coordenadora conta que, no fundo, as tantas características boas dos profissionais engajados em projetos voluntários são aspectos muito úteis ao dia a dia da empresa também. “Quem faz voluntariado sabe trabalhar com pessoas, resolver problemas com poucos recursos, colaborar e tem esse compromisso enorme com a ética. No fundo é o que buscamos a cada contratação”, conta. Dessa forma, assim como acontece com os colaboradores que se engajam em trabalhos sociais, a atuação do Instituto 3M é uma via de mão dupla: entrega impacto positivo e recebe de volta profissionais mais engajados e prontos para o dia a dia da empresa.
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