Foram apenas 20 dias entre o diagnóstico de um câncer em estágio avançado e a morte do pai – que, antes de adoecer, parecia ser completamente saudável. Jaqueline tomou todas as medidas necessárias, inclusive ajudando a preparar o corpo para o funeral. E, nesse momento, em nome da praticidade e de se assumir como a fortaleza de toda a família, ela decidiu proteger todas as outras pessoas e engarrafou sua dor dentro de si.
O luto da mãe da escritora, porém, a contaminou de uma maneira intoxicante, culminando em uma overdose de nicotina, psicossomatização dos sentimentos e uma frase de que a escritora jamais se esqueceria, dita pela sua progenitora, agora, viúva: “É muito ruim viver tempo suficiente para precisar recomeçar a vida.”
Tentando cuidar da mãe e manter uma vida própria, Jaqueline truncou. Tornou-se uma pessoa amargurada e irreconhecível aos olhos dos amigos porque abraçou um luto que não era seu. Depois de entrar em colapso emocional e ser internada três vezes em uma semana, ela percebeu que, para ajudar sua mãe, ela precisava deixar de tentar preencher o vazio deixado pelo seu pai. E precisava, antes de tudo, cuidar de si.
Em uma conversa sensível com Rafaela Carvalho, editora de conteúdo do Draft, a roteirista fala sobre como sentiu medo de decidir abandonar a família em um momento difícil, mas como precisou se afastar para que, do luto, ela e sua mãe pudessem se fortalecer novamente e, então, recomeçar – algo que, no fim das contas, foi a salvação de ambas.
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Acompanhe os episódios da série Sessão de Terapia, da qual Jaqueline é roteirista.
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