Ao longo de 15 anos, a jornalista Carla Furtado dedicou metade do dia a sua agência de comunicação, em Brasília – eram, em média, dez horas no escritório e duas horas no trânsito. A carreira foi norteada pelo marketing em saúde, assunto sobre o qual também realizou palestras. Em 2000, ela fundou o Grupo Athena, empresa que desenvolveu projetos para convênios e hospitais.
Mas o que levaria uma das profissionais de comunicação mais conhecidas da capital federal a encerrar um negócio bem-sucedido? “Estava exausta após 15 anos empreendendo e comecei a avaliar o que, de fato, gostaria de fazer nessa nova etapa da vida”, conta Carla, 45 anos.
No início, apenas uma coisa estava clara: a nova empreitada envolveria uma viagem. A jornalista recusou uma oferta de emprego em Brasília e considerou prestar ajuda humanitária no exterior. Poucos meses depois, em janeiro deste ano, acabou elegendo o modelo de workation (união das palavras work e vacation, trabalho e férias em inglês) como estilo de sua nova vida.
Com viagem marcada para julho, ela afirma não criar grandes expectativas e já começou a relatar experiências na plataforma The Flying Carpet Project, com site, fanpage e, em breve, um canal de vídeos. Os primeiros destinos serão Grécia, Turquia, França e Israel.
A rotina durante o período no exterior deve ser regrada, já que Carla irá manter uma versão “compacta” de sua agência e atender alguns clientes por meio da internet. “Pretendo manter um expediente com horas precisas e estar disponível no computador e no celular”, diz. No resto do tempo, a ideia é se dedicar ao ócio e ao convívio com os habitantes da região.
O modelo adotado por ela pode parecer inacessível à maioria das pessoas, mas não deixa de ser inspirador. Ao usar mobilidade e a tecnologia a seu favor e eliminar barreiras entre trabalho e turismo, Carla muito provavelmente vai conseguir trazer mais leveza, flexibilidade e bem-estar ao dia a dia.