Nos idos de 1940, muito antes de alguém sonhar em cunhar o termo startup, o imigrante português Manuel Dias Branco abriu sua padaria Imperial em Fortaleza. Se o termo escalar um negócio existisse naquela época, seria a definição ideal para o que aconteceu com aquele empreendimento. Nas décadas seguintes, a M. Dias Branco se expandiu e se tornou uma das maiores empresas de alimentos do Brasil, com 14 indústrias e complexos industriais.
É com essa inspiração que a M. Dias Branco, líder nacional no setor de massas e biscoitos, realiza a quarta edição do Germinar, seu programa de conexão com startups, pesquisadores e empresas inovadoras. As inscrições estão abertas até 30 de julho. A ideia da empresa, dona de marcas famosas como Fortaleza, Richester, Vitarella, Piraquê, Adria e Isabela, é que os participantes selecionados se tornem seus parceiros ou fornecedores ao final do processo.
“O maior atrativo para as startups é a oportunidade de testar e validar suas soluções em uma grande indústria, além da chance de escalar seus negócios”, diz o diretor de pesquisa e desenvolvimento da M. Dias Branco, Fernando Bocchi. “Para nós, a inovação é um diferencial para a competitividade das indústrias.”
A quarta edição do Germinar é realizada em parceria com a consultoria em gestão da inovação Innoscience, que também destaca as vantagens para os interessados em participar do programa. “A M Dias Branco tem experiência e está preparada para esse tipo de relacionamento com parceiros. E, como nas edições anteriores, o grande objetivo do Germinar como programa de inovação aberta é gerar negócios e trazer benefícios para ambas as partes envolvidas nessa conexão”, diz Júlia Mariné, head de projetos de inovação da Innoscience e responsável pelo Programa Germinar.
A ideia de criar um programa de conexão com startups nasceu após uma viagem de executivos da companhia a polos de inovação internacionais, para encontrar novas formas de inovar e aumentar a rentabilidade do negócio. Um dos locais visitados foi o Vale do Silício, nos Estados Unidos.
“Após a imersão no Vale do Silício, a empresa assumiu a responsabilidade de incentivar o crescimento do foodtech, a partir dessa conexão com startups”, diz Fernando.
O sucesso das primeiras edições faz com que o programa Germinar chegue ao quarto ano com cases representativos como o da Mandala Comidas Especiais, especializada na produção de alimentos congelados sem glúten, sem lactose ou ingredientes que possam causar reações em pessoas com intolerâncias alimentares. Com a participação no programa e o investimento da M. Dias Branco, a Mandala criou refeições instantâneas liofilizadas que não precisam de congelamento.
“A técnica é a mesma usada pela Nasa na alimentação dos astronautas e permite que os alimentos se conservem por muito tempo sem necessidade de refrigeração”, explica o diretor da M. Dias Branco. “Mais do que o olhar para os ganhos da empresa, o aporte na Mandala levou a oportunidade de alimentação de qualidade e nutritiva para pessoas com restrições alimentares de todo o Brasil.”
A nova edição do programa Germinar apresenta dez desafios:
– Aumento de shelf life e proteção de produtos: aumentar a durabilidade dos produtos na gôndola sem prejudicar o meio ambiente e garantindo frescor e textura
– Prototipação rápida – impressão 3D: tecnologias de impressão 3D em alimentos que acelerem a prototipação de novos produtos sem comprometer a qualidade do resultado e aumentar os custos
– Desenvolvimento sustentável de produtos: soluções para avaliar e otimizar o impacto ambiental (clima, emissões de carbono, economia circular) na concepção dos novos produtos ou na melhoria dos produtos existentes da empresa
– Gestão remota de testes industriais: diminuir a presença dos colaboradores in loco na fábrica para o acompanhamento de testes de novos produtos, embalagens e melhorias
– Inteligência artificial para cenários de commodities: automatizar as operações de compra e venda de commodities e mitigar os impactos das estratégias dos grandes fundos de investimentos
– Rastreabilidade de produtos: soluções de rastreabilidade de produtos capazes de rastrear os lotes com produtos problemáticos ou danificados a partir do momento em que o pallet é desmembrado para o pequeno varejo
– Loja perfeita – trade marketing: melhorar o sortimento disponível e a exposição dos produtos nas lojas para aumentar a receita da empresa
– Cockpit de análise e geração de insights: soluções que consolidem informações de marketing fragmentadas em várias fontes para monitorar a evolução da reputação das marcas e gerar insights sobre os consumidores e produtos
– Produtos e ingredientes – saudabilidade: aumentar o portfólio da M. Dias Branco em categorias adjacentes e com produtos com claims de saudabilidade e melhor balanceamento nutricional
– Novos modelos de negócio, de informação ao cliente e vendas: coletar informações sobre os consumidores de forma ágil, comunicando conteúdo relevante sobre educação alimentar e aumentar a distribuição e o alcance das marcas da M. Dias Branco
Após o período de inscrições, as primeiras selecionadas irão se apresentar, de forma remota, no Germinar Day, em 10 de agosto. As que passarem para a próxima fase participam de uma imersão com a respectiva área responsável pelo desafio escolhido entre os dias 23 e 27 de agosto.
A partir daí, serão escolhidas as startups que irão desenvolver projetos piloto remunerados junto com a empresa, entre setembro e dezembro. O processo termina com a avaliação dos resultados, no Demo Day, em janeiro, quando a M. Dias Branco irá decidir sobre possíveis parcerias comerciais com as startups participantes.
As interessadas podem se inscrever no programa Germinar até 30 de julho. Saiba mais em germinarmdiasbranco.com.br.
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