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Mulheres na Ciência: “Liberdade e colaboração são ingredientes-chave para inovar”

Giovanna Riato - 12 jun 2019
Elaine Faria, especialista sênior de Pesquisa e Desenvolvimento da 3M, fala sobre a persistência e a automotivação necessárias para quem atua na área.
Giovanna Riato - 12 jun 2019
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Este texto faz parte da série especial Mulheres na Ciência, que destaca a história, desafios e aprendizados de profissionais que atuam em posição de destaque na área científica da 3M.


 

O trabalho de Elaine Faria, 39, como cientista é, em resumo, ouvir muito, desenvolver e entregar boas respostas. Especialista sênior de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da 3M, ela precisa, em primeiro lugar, entender profundamente as necessidades de seus clientes para então ir para a bancada do laboratório desenvolver, testar e validar soluções. “Um dos meus grandes e mais recentes desenvolvimentos foi uma fita crepe usada em oficinas automotivas para isolar a área do carro que será reparada, facilitando todo o processo de pintura e polimento automotivo”, conta.

Ela atua justamente na divisão Automotive Aftermarket, que fornece produtos capazes de simplificar a vida dos clientes em oficinas de reparação e embelezamento automotivo espalhadas pelo Brasil. Há 19 anos na organização, ela entrou como estagiária quando ainda cursava Química na Unicamp. “Na época, tive que aprender como funcionava o desenvolvimento aplicado de produtos, que era diferente da rotina da faculdade e do trabalho anterior, que era voltado para a biologia”, conta. Com o tempo, no entanto, Elaine aprendeu e se apaixonou pelo novo dia a dia.

“Sinto um prazer enorme em fazer o que faço. Sempre fui curiosa e quis entender o porquê das coisas. Hoje o meu trabalho é desenvolver soluções para as necessidades dos clientes”

Nem só do trabalho no laboratório é feita a satisfação profissional de Elaine. “Também gosto da interação com as pessoas: de trabalhar junto, ensinar”, conta. Segundo ela, foi justamente a influência de outros apaixonados por Ciências que a fez olhar para a área científica como uma possibilidade profissional. “Na escola eu tive aula com a professora Vera, que me inspirou a seguir a carreira que eu escolhi”, conta. Mais tarde, se formou em Bioquímica em um colégio técnico.

“Este foi um incentivo importante para mim e algo que recomendo muito a quem quer seguir carreira na área científica”, diz. Na hora de decidir o que faria na faculdade, estava entre Química e Biologia e, depois de uma escolha difícil, ficou com a primeira opção. Já formada e trabalhando na 3M, fez um mestrado em Físico-química de Polímero. “Não foi fácil ter que me dedicar ao mestrado e à 3M ao mesmo tempo, mas definitivamente o maior desafio foi o mãestrado”, brinca, contando que a maternidade é outra paixão, ao lado da ciência. Mãe de Davi e Moisés, ela espera agora a chegada de Ester.

PERSISTÊNCIA E AUTOMOTIVAÇÃO

Elaine diz que o mãestrado foi mais difícil do que o mestrado, mas completamente recompensador.

Elaine não sabe ao certo se foi sorte, mas diz nunca ter sentido qualquer discriminação no meio científico por ser mulher. Ainda assim, ela entende que há algumas barreiras que precisam ser superadas. “Sempre fui muito respeitada e senti que tenho espaço para crescer. Por outro lado, sei que há alguns desafios: na 3M, por exemplo, no nível mais elevado de cientistas no mundo temos algumas poucas mulheres entre mais de 40 homens”, diz, lembrando que a busca por igualdade neste espaço já é algo em que a companhia tem concentrado seus esforços. “Acredito que temos que ter a coragem para seguir mostrando o nosso valor e ganharmos o espaço que é merecido”.

Elaine diz que, independentemente do gênero, qualquer pessoa que queira desenvolver uma carreira na ciência precisa ter energia para persistir. “As coisas nem sempre dão certo de primeira, mas a parte boa é que aprendemos também com os erros”, conta. Ela entende que a automotivação também é uma capacidade importante nesse contexto. “É esta vontade e esta coragem que quero passar para a Ester quando ela chegar”, resume Elaine. E prossegue:

“Em uma organização você tem que cumprir prazos e superar desafios o tempo todo. Nesta dinâmica, é importante saber se automotivar para não perder o ânimo mesmo quando as coisas dão errado”

Para ela, o principal fomento à inovação e à ciência na 3M vem da cultura de colaboração e de liberdade às pessoas. “Todas as pessoas da área de P&D ficam no mesmo prédio, ainda que sejam de divisões diferentes. Isso fomenta trocas. Muitas vezes eu, mergulhada em um problema, não enxergo a solução, mas um colega consegue me ajudar a perceber novos e diferentes caminhos”, diz. Outra vantagem da companhia é o Tech Forum, programa que leva conteúdo técnico aos profissionais da área científica da empresa, garantindo que eles estejam sempre atualizados.

Segundo Elaine, a cultura corporativa que estimula que os funcionários dediquem 15% de seu tempo na 3M para trabalhar nos projetos que quiserem também é um ponto forte. “Isso faz com que possamos nos dedicar a coisas que estão no nosso coração, que queremos muito desenvolver. Liberdade e colaboração são chave para inovar”” A especialista diz que é essencial ter processos e estruturas para que as coisas deem certo, mas que liberdade e espaço para trabalhar são os ingredientes-chave para que a organização vá mais longe quando se trata de desenvolvimento científico.

 

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