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Nada de 7 a 1: dicas para não dar vexame no mercado de ações

Bruna Borelli - 26 jun 2018
Com tranquilidade, autoconhecimento e informação, é possível investir e construir uma vitória robusta
Bruna Borelli - 26 jun 2018
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Já se passaram quase quatro anos daquele 8 de julho em que a Alemanha atropelou o Brasil com um histórico e surreal 7 a 1, pela semifinal da Copa de 2014. A lembrança do vexame vivido no Estádio do Mineirão vai permanecer na memória dos brasileiros por muito tempo. Não é o caso, porém, da mineira Anita Delmonte. A jornalista, hoje com 35 anos, não liga para futebol e sequer se abalou com a derrota acachapante. Por outro lado, nunca vai se esquecer de quando perdeu uma pequena fortuna no mercado de ações.

Tudo começou em outubro de 2016. Anita decidira comprar um apartamento em São Paulo, onde vive há mais de uma década. Para dar entrada no imóvel, resolveu botar ordem nas finanças, vender seu carro e pegar todo o dinheiro do FGTS e da previdência.

Porém, ao pesquisar um pouco mais sobre o assunto, Anita descobriu que, por causa do financiamento, acabaria pagando quase R$ 1 milhão em um apartamento avaliado em R$ 400 mil. Como ela já tinha juntado uma boa grana, pensou que a melhor tática era investir.

“Comecei investindo em renda fixa e, ao mesmo tempo, lendo muito sobre o mercado de ações porque queria muito investir na Bolsa. Dois meses depois, resolvi comprar um papel, mas a ação começou a cair e, na mesma hora, eu vendi com medo de perder meu dinheiro. Só ali foram R$ 500 de prejuízo.”

A goleada financeira que Anita iria sofrer estava só começando. No início de 2017, já tinha seis ações na carteira e decidiu comprar R$ 20 mil em papéis de uma empresa que as análises técnicas diziam ser uma “dica quente”. Só que a empresa não subiu na Bolsa como previsto – na verdade, teve uma grande queda, fazendo com que Anita se desesperasse e vendesse tudo. Resultado: ela perdeu cerca de ¾ do que investiu.

Sua segunda grande perda ocorreu em 18 de maio de 2017, dia que ficou conhecido no mercado financeiro como “Joesley Day”. Na data, as repercussões da notícia de que o dono da JBS havia gravado conversas com o presidente da República, Michel Temer, refletiram em queda na Bolsa.

“Na época, eu já estava com umas dez ações na carteira, mas vi que a Bolsa começou a cair e tirei absolutamente tudo o que tinha”, diz Anita. Placar final? Um prejuízo de cerca de R$ 30 mil em menos de seis meses.

Os fracassos, porém, não abalaram a disposição de Anita de voltar a investir no mercado de ações. Bem ou mal, ela entendeu que a falta de estratégia e o despreparo emocional (problemas, aliás, que também afetaram a Seleção naquela derrota infame) estavam na raiz dos seus erros. E, assim como o Brasil deu a volta por cima e se classificou em primeirão nas eliminatórias, Anita sacudiu a poeira e segue investindo na Bolsa (agora com lucro!), usando as falhas do passado como um aprendizado para a vida toda.

Quer saber como entrar no mercado de ações minimizando o risco de perder de goleada? Listamos sete erros (e um acerto) que podem impactar o seu desempenho na hora de investir:

GOL DA ALEMANHA!
A estratégia ficou fora de campo…

Há várias formas de atuar no mercado de ações. De acordo com Giácomo Leonardo de Oliveira Diniz, professor de Análise Fundamentalista da B3 Educação e consultor de avaliação de empresas e gestão de fortunas, os dois principais enfoques são de curto (especulador) e longo prazo (position).

Seja qual for o seu perfil, é preciso ter uma clara visão da estratégia que está sendo adotada. No caso dos investidores de curto prazo, os erros mais cometidos são a falta de planejamento operacional, a falta de disciplina para seguir aquilo que foi planejado e a mudança de estratégia operacional ao longo do percurso.

GOL DA ALEMANHA!
…mas o desespero marcou presença

Para o investidor de longo prazo, como é o caso da Anita, o melhor caminho é comprar ações baratas em momentos de tensão e vendê-las com lucro em fases de euforia. De modo geral, porém, costuma acontecer exatamente o contrário.

“Os momentos de euforia estimulam investidores a entrar na Bolsa. Só que essas fases ocorrem, via de regra, na etapa final do ciclo de alta do mercado  – e quando ele começa a cair, esses indivíduos entram em pânico e vendem suas ações a qualquer preço”, diz Giácomo.

GOL DA ALEMANHA!
Deixando se levar por terceiros

Assim como um bom treinador precisa estudar os adversários e saber “ler” uma partida para adotar a melhor escalação, a estratégia mais conveniente ou definir as substituições ideais conforme o andamento do jogo, um investidor da Bolsa prudente deve avaliar tudo tecnicamente e pelos seus próprios meios. Olhe com desconfiança todo e qualquer tipo de “dica quente” que prometa fortunas (uma lição que Anita aprendeu da pior maneira).

GOL DA ALEMANHA!
Falta de informação é derrota na certa

“O investidor tem que ter uma autonomia mínima para se situar no mercado. A partir disso, todo tipo de ajuda é bem-vinda, incluindo sites de informações financeiras, blogs e canais como o da Easynvest, no Youtube”, aconselha o professor.

GOL DA ALEMANHA!
Entrar no jogo sem o preparo ideal é uma fria

Antes mesmo de entrar em campo, é necessário analisar e separar o capital que será investido na compra de ações para que você não acabe investindo o que não pode perder de jeito algum. “Dessa maneira, se o investidor de longo prazo possuir fôlego para atravessar as oscilações da Bolsa, ele aumenta a sua probabilidade de sucesso e não sente tanto pânico nos momentos desfavoráveis do mercado”, conta Giácomo.

Anita, atualmente, mantém uma reserva de emergência suficiente para cobrir suas despesas por dez meses, em caso de imprevisto. A tática impede que ela seja obrigada a vender suas ações num momento de baixa.

GOL DA ALEMANHA!
Um bom time não pode depender de um único jogador

Quando Neymar se machucou, lá em 2014, na partida anterior contra a Colômbia, a Seleção inteira sofreu o baque. Tanto no futebol quanto no mercado de ações, não se deve colocar “todos os ovos na mesma cesta”.

Especialmente no caso da Bolsa, é fundamental compreender a importância da diversificação. “Uma pessoa que tivesse 100% dos seus recursos comprados de uma empresa que quebrou na crise de 2008 decretaria falência de investidor”, diz o especialista.

GOL DA ALEMANHA!
Falta de entendimento sobre suas próprias limitações

Saber qual é a sua tolerância ao risco, como lidar com os momentos de queda no mercado, não comprometer recursos financeiros necessários no futuro e nunca depositar todas as suas fichas num único resultado são técnicas nem sempre assimiladas de uma hora para outra. Assim, o mais prudente a se fazer ao começar a investir na Bolsa é começar aos poucos.

GOL DO BRASIL!
Defesa, meio-campo ou ataque? Entenda o seu perfil!

Definir o seu perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado) é o primeiro passo a tomar antes de começar a investir no mercado de ações. Em momentos de alta, muitos investidores entram por impulso buscando obter retornos elevados em um curto espaço de tempo. O problema é que se o mercado muda de tendência e começa a cair, essas mesmas pessoas não sabem lidar com o cenário e vendem suas ações com prejuízo.

Segundo Giácomo, o mapeamento de perfil visa evitar esse tipo de situação, salientando para o investidor a sua própria dificuldade em lidar com cenários adversos. Entendendo melhor seu perfil, é possível estimar o valor que você está disposto a aplicar e as eventuais consequências dessa decisão.

Dessa forma, com tranquilidade, autoconhecimento e informação, é possível arriscar seus “chutes a gol” para construir, aos poucos, uma vitória robusta!

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