Em 2017, colaboradores da área de TI da FCA na América Latina, que participaram do primeiro Digital Challenge, estruturaram projetos e apresentaram algumas soluções inovadoras para produtos e processos. O evento cresceu internamente e, nas edições seguintes, passou a mobilizar equipes formadas por profissionais de diferentes áreas e representantes das mais diversas diretorias.
“O Digital Challenge é uma ferramenta fundamental para alavancar nos nossos colaboradores o espírito de inovação, intraempreendedorismo e modelo ágil de trabalho em squads. Esta iniciativa trabalha a cultura organizacional e a tecnologia como um importante habilitador da inovação”, diz André Souza, CIO da FCA para a América Latina.
No Digital Challenge, as equipes são como startups internas. Os times passam por bootcamps de conhecimento, com capacitação em diferentes tecnologias e apresentação de técnicas de design thinking e metodologias ágeis. No final, os participantes entregam o Mínimo Produto Viável (MVP), apresentando soluções a desafios relacionados ao negócio.
“O Challenge é um treino para novas formas de pensar. A equipe atua de forma autônoma e intraempreendedora”, reflete André.
André Souza, CIO (Chief Information Officer) da FCA para América Latina, está à frente de uma série de ações na jornada de transformação digital na empresa.
No ambiente do Digital Challenge surgem produtos e processos disruptivos. Na edição de 2018, por exemplo, nasceu o Easy Tracking, uma ferramenta pioneira no mercado brasileiro e também no grupo FCA, globalmente. A tecnologia foi desenvolvida para rastrear os pedidos de veículos dentro da FCA, desde o registro, passando pelas fases de produção, até a entrega para o cliente final.
A ferramenta está em desenvolvimento contínuo e, hoje, já está disponível para grandes clientes e frotistas.
“O Easy Tracking é um exemplo claro de solução focada na experiência do cliente, além de mostrar oportunidades de melhorias nos processos, uma vez que monitora a performance de cada etapa até a entrega do veículo ao cliente. Este tipo de solução traz transparência e uma visão integrada de todas as áreas envolvidas no ciclo de atendimento do pedidos, por isso, é fundamental que todas as áreas da empresa abracem o projeto para dar certo”, conta André.
O evento cresce a cada edição.
“Este ano, inovamos para fazer um evento online com gamificação, que vai reunir ainda mais pessoas – digitalmente – e certamente gerar grandes ideias. Já são mais de 700 participantes inscritos e 112 soluções propostas”, diz André.
O Digital Challenge é uma iniciativa do time da América Latina. Mas, segundo André, a expectativa é de que o formato ganhe edições globais.
“A gente não faz inovação para ser diferente: inovação deve trazer valor para as pessoas. E isso deve ser entendido no contexto de toda a nossa cadeia, incluindo nossos colaboradores, fornecedores e concessionários”, afirma.
Para André, a transformação digital deve ser trabalhada em duas frentes: no olhar para fora, focado em produtos, vendas, experiência dos clientes e novos negócios digitais, e no olhar para dentro da empresa, nos processos industriais, backoffice e experiências dos colaboradores. Mais do que isso, deve articular experiências que vislumbrem a organização como um todo.
“A FCA tem no DNA a inovação, que até então era associada ao desenvolvimento de novos produtos. Agora, o foco também é a inovação de processos, no jeito de agir. A transformação cultural é imprescindível”, diz.
Gustavo Delgado, coordenador de Inovação e Conectividade da FCA para a América Latina, apresenta o significado de inovação para a empresa:
“A estratégia de inovação da FCA é, por um lado, protetora do seu core business, o que nos possibilita contribuir para uma empresa cada vez mais eficiente e sustentável. Ao mesmo tempo, a inovação é um caminho para explorar novos territórios, novos modelos de negócio, novas oportunidades”.
Gustavo Delgado fala de estímulos e ações que alimentam uma cultura dinâmica e plural, fundamental para gerar inovação.
Tanto para Gustavo quanto para André, inovar muitas vezes demanda competências e conhecimentos que não estão dispostos dentro da empresa. Por isso, é necessário mobilizar parcerias. É o caso da parceria firmada em 2020 com o Fiemg Lab, hub de inovação da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). A FCA vai acelerar startups selecionadas, com projetos voltados para a indústria. A empresa também aderiu ao projeto IPT Open Experience, uma iniciativa liderada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para fomentar a inovação em grandes companhias. O foco da FCA na parceria é a aceleração do desenvolvimento de tecnologias para o carro conectado, com ênfase na validação dos sistemas de infotainment e conectividade veicular sob a ótica da experiência do consumidor.
E, internamente, é importante estimular o desenvolvimento de múltiplos saberes em ações como o Digital Challenge e o trabalho em rede do HUB FCA, espaço localizado no Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), que tem o propósito de conectar a FCA a novos ecossistemas e comunidades, em ambientes colaborativos.
“Estrutura, equipe, processo, estímulos. Temos experimentado um trabalho de escuta qualificada, para dar voz às áreas e aos colaboradores que compartilham suas dores e oportunidades, ao mesmo tempo que compartilhamos estímulos mapeados do ambiente externo, de empreendedores, do criativo, de soluções de outras indústrias, inclusive. Isso alimenta uma cultura dinâmica e plural”, explica Gustavo.
Breno Kamei conta que o Uconnect é um passo importante em um projeto maior que vai trazer mais conectividade para o consumidor.
O consumidor está cada vez mais digital e quer veículos mais inteligentes.
“Temos muito claro o desafio de ressignificar o carro como uma plataforma aberta de desenvolvimento, como já acontece com os dispositivos móveis. Mais do que mobilidade, o carro conectado será o ponto de partida para novas soluções que irão viabilizar relevantes transformações na jornada do consumidor, simplificando tarefas cotidianas de maneira fluida. Algumas soluções já conhecemos, outras ainda estamos por conhecer. Por isso, a necessidade de fomentarmos a inovação”, diz Breno Kamei, diretor de Portfólio, Pesquisa e Inteligência Competitiva da FCA para a América Latina.
Para Breno, a conectividade é uma das forças dos times da FCA no Brasil. Em 2020, a FCA lançou a nova geração da central multimídia Uconnect, que já estreou no Fiat Toro e na Nova Strada. Desenvolvida no Brasil, a tecnologia vai ser aplicada em veículos de diversas marcas da FCA no mundo.
“O brasileiro está constantemente on-line, por isso, é um usuário exigente. Não temos só a capacidade técnica, mas também a experiência de um consumidor muito conectado”, diz.
O Uconnect é a primeira central multimídia do mercado brasileiro a oferecer conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, além de contar com ferramentas para uso personalizado.
“O Uconnect é o primeiro passo, e um passo fundamental, para a construção de um projeto que é muito maior”, explica Breno.
Todo esse trabalho de planejamento e implementação de iniciativas com foco em inovação tem ganhado reconhecimento. Em setembro, a FCA figurou entre “As 100+ Inovadoras no Uso de TI”, de acordo com levantamento feito pelo grupo IT Mídia. A empresa também integrou a lista das 100 empresas líderes em open innovation no Brasil, no ranking TOP 100 Open Corps. Recentemente, a companhia foi considerada a montadora de automóveis mais inovadora do Brasil, segundo o Anuário de Inovação 2020 do Valor Econômico, que avaliou 214 empresas de 23 setores econômicos.
Prêmios como esses mostram que a FCA se destaca dentro e fora do setor automotivo, superando desafios existentes para grandes companhias inseridas em um ecossistema de inovação aquecido, em que startups e empresas de tecnologia se movimentam com agilidade e crescem exponencialmente.
“Na FCA, o nosso olhar é mais qualitativo que quantitativo. Para isso é preciso garimpar, encontrar a oportunidade estratégica, embasada em uma proposta de valor que consiga se destacar das inúmeras outras, com um time que possua as competências adequadas ao desafio”, diz Gustavo Delgado.
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