Produzido no Polo Automotivo Jeep, em Goiana, Pernambuco, o Jeep Compass é o carro mais autônomo já feito na América Latina. Esse caminho ainda está só começando e a própria legislação ainda precisa ser atualizada para permitir a circulação de veículos mais autônomos do que este, mas é bom saber que você já tem a opção de dirigir um carro que te ajuda nessa tarefa. No caso do Compass, que está no nível 1 de automação, funciona assim: quando você vai dirigir, pode escolher deixar o carro cuidar dos pedais para você, enquanto você cuida do volante. Isso mesmo: o carro acelera e freia sozinho! Para isso, basta que você escolha a velocidade que gostaria de desenvolver e o carro faz o possível para atingir essa meta, respeitando os carros que trafegam ao redor (você também escolhe a distância que prefere manter do carro da frente). Na hora de estacionar, você pode escolher o contrário: passar o controle do volante ao veículo e cuidar dos pedais. Nesse caso, o próprio Compass te avisa quando e você deve trocar marcha e acelerar ou frear. É o futuro batendo à porta!
Mas o que é esse papo de “nível 1 de automação”? É o primeiro degrau na divisão da tabela de classificação da SAE International, que fala em seis níveis de direção autônoma. Ou cinco, na verdade, já que o nível 0 é reservado para os veículos comuns, não autônomos. Mesmo os carros com câmbio automático e sensores de alerta de colisão, por exemplo, ainda são considerados de nível 0, pois o que caracteriza um carro autônomo é a direção. Veja no infográfico ao final do texto como podemos classificar os carros que já tenham tecnologias de direção autônoma.
A direção autônoma traz muitos benefícios. O principal deles talvez seja a redução de acidentes (tanto do número de acidentes quanto da gravidade dos acidentes eventuais, já que 90% dos acidentes atuais são causados por falha humana). Outro benefício é a economia, tanto de tempo quanto de combustível. Carros autônomos consomem, em média, cerca de 40% menos combustível se comparados à média de consumo de um motorista humano.
Os de nível 4 e 5 também têm o potencial de devolver, em média, 56 minutos diários para quem hoje dirige, além de reduzir em até 80% os congestionamentos nas cidades. E tem mais um benefício: a maior democratização do uso do carro, já que pessoas de todas as idades e condições físicas passam a poder “guiar” um sem nem mesmo necessitar de habilitação.
Utilizando ADAS (sigla em inglês para Sistemas Avançados de Assistência e Direção), o Compass oferece diversos recursos de direção autônoma. Entre eles, está o de Frenagem de Emergência, em que o veículo conta com um sensor que monitora o tráfego. Em caso de o veículo se expor a alguma condição de risco, o sistema entra em atuação nos freios, emitindo um alerta ao usuário e, automaticamente, será reduzido o tempo de parada. O sistema tem dois modos de atuação: até 40 Km/h o carro terá uma frenagem mais brusca. Acima dessa velocidade, será percebida uma frenagem um pouco mais suave. “Isso se dá pela questão de segurança, uma vez que pode vir um carro atrás ou, mesmo, para que o passageiro não sofra grandes impactos. Então é uma frenagem mais reduzida”, esclarece Rodrigo Amaral, líder do projeto de Engenharia Automotiva da FCA para a América Latina. Segundo Amaral, após chegar à imobilidade, o sistema segura o veículo por dois segundos para garantir que o condutor retomará o controle do carro. “É importante lembrar que esse recurso somente detecta veículos que estejam em sentidos semelhantes, não funcionando quando estão em sentidos opostos”, complementa.
O Compass também oferece a possibilidade de o condutor aliar aceleração automática com a frenagem. É o tal Controle de Cruzeiro Adaptativo, que já mencionamos acima. “São mantidas a distância e a velocidade escolhidas de forma adaptativa. Em complemento a essa ação, para manter o distanciamento de segurança selecionado, o veículo também vai reduzir a velocidade à medida que o carro à frente também reduzir”, destaca Rodrigo.
Para não deixar um motorista distraído sair da própria faixa na estrada e, assim, evitar riscos, o Compass oferece um recurso de aviso de mudança de faixa. O carro conta com sensores que monitoram o que está à frente de modo que, à medida que o condutor, de forma não intencional, invadir a outra pista, o sistema dá um toque na direção para alertá-lo a trazer o carro de volta à faixa certa. A intensidade do “toque”, conta Rodrigo, pode ser personalizada. “O motorista vai sentir uma vibração no volante e uma leve tendência de o carro retornando para a pista. Nessa condição, é possível determinar qual será a força aplicada no volante: se baixa, média ou alta ou, ainda, com relação à sensibilidade, uma vez que o condutor pode escolher se quer que o sistema o avise quando estiver em cima da faixa, passando dela ou antes de passá-la”, explica. No caso de a mudança de faixa ser intencional, como nas ultrapassagens, o veículo detecta e não importuna o condutor.
O recurso que te ajuda a estacionar é o Park Assist Paralelo e Perpendicular, que nas versões 2019 do Compass Limited e Trailhawk já vem de série. Basicamente, o sistema consegue detectar vagas em que é possível estacionar o veículo e controla para o motorista toda a parte da direção. O condutor é responsável por controlar a aceleração, a frenagem e a marcha à medida em que é solicitado no painel.
Além disso, o Compass também auxilia o motorista a sair da vaga. Basta selecionar ‘saída’ e o carro vai orientar como proceder para que o veículo saia da vaga e fique em posição de direção, já rumo à pista.
Para apresentar o nível de automação do Jeep Compass, a FCA realizou no dia 9 de outubro um TechnoDay no Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE), que reuniu jornalistas automotivos para realizar test drives nas pistas de desenvolvimento e conhecer de perto como funcionam as tecnologias de direção autônoma do SUV mais vendido no Brasil. Durante o evento, os convidados também puderam conhecer as versões do Jeep Compass 2019, que terá as vendas iniciadas em novembro.
Além da tecnologia Park Assist, as demais tecnologias de direção autônoma são parte do pacote de opcionais High Tech. Além do Park Assist, a versão Limited também traz novas rodas aro 19 e Remote Start (que permite ligar o carro à distância) de série. Os preços dessa versão partem de R$ 142.490 (Flex) e R$ 171.490 (Diesel). Já a Trailhawk, topo da gama, traz também de série o teto bicolor. Esta versão parte de R$ 171.490.
Então, o que podemos esperar para o futuro? Neste momento, a FCA e outras empresas estão trabalhando para alcançar os próximos níveis de direção autônoma e disponibilizá-los para comercialização. A nova picape pesada da RAM, que será lançada no ano que vem no Salão do Automóvel de Detroit (EUA), terá o nível 2 de autonomia. O Jeep Compass alcançará o nível 3 em 2021, apenas três anos a partir de agora. A Alfa Romeo planeja lançar seis novos veículos de níveis 2 e 3 até 2022, que também terão propulsão elétrica.
“Os carros autônomos estão chegando e a FCA é referência no Brasil. O Jeep Compass é o primeiro SUV produzido no Brasil com um bom nível de autonomia”, declara Ricardo Dilser, assessor técnico da FCA para a América Latina. “O tempo de desenvolvimento de um automóvel é extenso. A indústria automobilística tem, por característica, que se antecipar. Não podemos esperar o mercado gerar demanda e expectativa para atendê-lo. Precisamos estar um passo à frente. E essa é uma característica da FCA: ser inovadora. Trazemos essa característica em todas as marcas do grupo e sempre trabalhamos antecipando as tecnologias”, afirma.
A FCA tem a estratégia de trabalhar com múltiplos parceiros no desenvolvimento das tecnologias de direção autônoma, como a Waymo, o BMWGroup (com Intel e Mobileye) e a Aptiv. A parceria com a Aptiv permitirá introduzir no mercado mais carros de nível 2 para cima a partir de 2020. A partir de 2021, a parceria com o BMWGroup aumenta a oferta de veículos de nível 3+. A parceria com a Waymo já oferece as minivans Chrysler Pacifica Hybrid de nível 4, tecnologia que se expande cada vez mais (62 mil minivans serão fornecidas entre 2018 e 2021 para esta parceria). Carros de nível 4 e 5 são previstos para comercialização a partir de 2023.
Paralelamente, a FCA desenvolve também um novo padrão global de conectividade, para conectar o carro à internet na nuvem, o que é essencial para a condução autônoma de altos níveis e também permite que motorista e passageiros interajam com o carro e com o mundo ao redor, contribuindo para melhorar a segurança e a disponibilidade de serviços e informações em tempo real.
“O futuro tecnológico da FCA está garantido”, afirma Dilser. “O que precisamos entender agora são as demandas de mercado e questões relativas ao uso do carro autônomo, como infraestrutura e legislação. O fato é que a FCA já detém a tecnologia de automação. Ou seja, nós já estamos preparados para o futuro e estamos aguardando as próximas movimentações dos setores que nos rodeiam para dar os próximos passos.”
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