Como um grande festival de música gratuito, aberto a quem chega e quer entrar, a vida em nosso organismo é vibrante. A metáfora está no livro Imune: A extraordinária história de como o organismo se defende das doenças, escrito por Matt Richtel, repórter do The New York Times.
A obra, premiada com o Pulitzer e uma das cinco indicadas anualmente por Bill Gates para seus seguidores, compara nosso sistema imunológico a uma competente equipe de segurança, atenta para evitar que possíveis arruaceiros – vírus, bactérias, parasitas e até células disfuncionais do próprio organismo – ameacem essa festa toda.
Composto por um conjunto de órgãos, tecidos e células, o sistema imune é o responsável pelo combate aos microrganismos invasores causadores de doenças. Nesse sentido, o que comemos pode ser entendido como parte das armas que esse sistema usa.
“A alimentação saudável é um fator importantíssimo quando falamos de imunidade”, explica Soraia Batista, nutricionista da Sodexo Benefícios e Incentivos.
“Os alimentos fornecem nutrientes que são essenciais ao organismo e ao sistema de defesa. O que comemos afeta diretamente em nossa saúde, e consequentemente, em nossa imunidade.”
A relação da alimentação com nossa saúde é conhecida há muito tempo. Hipócrates, o “pai da Medicina”, já disse há muitos séculos: “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”.
Para que várias células do nosso sistema imunológico trabalhem adequadamente, é necessário que nutrientes apropriados (como glicose, aminoácidos e ácidos graxos) sejam ingeridos na quantidade e qualidade corretas pelo indivíduo.
Por outro lado, quando nos alimentamos mal, esse equilíbrio é afetado. O sistema imune, assim, entra em alerta. E provoca em nosso organismo uma resposta inflamatória.
Para que os nutrientes dos alimentos que consumimos sejam aproveitados e absorvidos, eles devem ser metabolizados – tarefa, principalmente, do fígado.
O órgão é habitado não só por células metabólicas, os hepatócitos, mas também por outras responsáveis pela imunidade, como macrófagos e linfócitos, que atuam como sentinela.
São elas que eliminam microrganismos infecciosos que chegam pela microbiota intestinal, além de substâncias tóxicas que ingerimos, como medicamentos, álcool e drogas
Uma alimentação desequilibrada tem consequência em todo nosso organismo, mas quem paga grande parte da conta é nosso sistema imune.
Não há vitaminas ou nutrientes mais importantes: nessa hierarquia, todas as armas são poderosas e o que funciona é o equilíbrio. “Para isso, devemos priorizar os alimentos in natura e minimamente processados”, diz Soraia.
“Como saber? É simples: tudo que vem da natureza, ou seja, as frutas, verduras, legumes, leguminosas, sementes…”
Por outro lado, os alimentos processados e ultraprocessados são um veneno para nossa defesa.
“O problema é que esse tipo de alimento tem composição nutricional desequilibrada. O motivo? São cheios de sódio, açúcares e gorduras que, quando consumidos em excesso, contribuem para vários tipos de doença.”
É importante lembrar, reforça a nutricionista, que esses alimentos não são totalmente vilões.
“Mais uma vez, a questão é ter equilíbrio. Por isso, é importante manter a alimentação variada. Os alimentos possuem nutrientes complementares. Ou seja, não adianta falar que come bastante fruta, se a única que consome é banana.”
No infográfico abaixo, Soraia dá sete dicas práticas e fáceis para melhorarmos nossa imunidade. E protegermos bem essa festa chamada corpo humano.
Muito além de política pública, passou do tempo de equidade racial estar apenas na agenda de responsabilidade social de empresas no Brasil. Saiba o que grandes organizações, como a Sodexo, estão fazendo em prol dessa causa.