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O compromisso público da latinha de alumínio brasileira com a pauta ESG

Marcela Marcos - 29 nov 2022
Relatório da Abralatas intensifica metas ESG e traz o compromisso de zerar emissão de GEE até 2050
Marcela Marcos - 29 nov 2022
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Conhecido por reciclar praticamente 100% do que é consumido e por aliar sucesso econômico à preservação do meio ambiente, o setor de latas de alumínio para bebidas já tem muito o que mostrar na pauta ESG. Ainda assim, o segmento deu um passo além e lançou seu primeiro Relatório Setorial ESG, oficializando compromissos e metas, colocando os fabricantes de latinhas do Brasil num patamar ainda mais elevado. Um exemplo de crescimento aliado ao respeito ao planeta e às pessoas. Cátilo Cândido, presidente da Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio) explica:

 

“Com quase 99% de reciclagem, poderíamos parar e comemorar, mas não estamos satisfeitos. Acreditamos que ainda podemos aperfeiçoar nosso trabalho e vemos bons desafios pela frente”

A primeira edição do Relatório Setorial ESG destaca os resultados e objetivos alcançados entre 2020 e 2021 pelos fabricantes de latinhas, complementados pelas ações da própria entidade.

Ambiental: Economia circular da latinha, um case de sucesso

A reciclagem de latinhas de alumínio pode até parecer um processo já conhecido por todos. Mas você já parou para considerar o que esse sistema, que é referência em economia circular, representa, em números, para a sustentabilidade em nível nacional?

Em 2021, o índice de reciclagem de latinhas alcançou a marca recorde de 98,7%, uma das maiores do planeta. O Brasil recicla, por ano, 409,2 mil toneladas da embalagem, o que representa mais de 33 bilhões de unidades – ou, em termos percentuais, 25% do total do alumínio comercializado no País. Somente nos últimos 10 anos evitou a emissão de 15 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE). No que diz respeito ao impulso para a economia, vale considerar outra informação: a reciclagem de latas movimenta R$ 6 bilhões por ano no Brasil.

O rol de compromissos ambientais do setor não é pequeno. A Abralatas ingressou no Pacto Global da ONU e assume agora, neste Relatório Setorial ESG, a meta de zerar as emissões de GEE até 2050 e fabricar todas as latinhas se utilizando somente de energia 100% renovável.

Mesmo sendo referência mundial na economia circular da lata, as associadas realizam projetos de eficiência hídrica para melhor uso da água no processo produtivo, iniciativas de eficiência energética e de redução da geração de resíduos e meta de aterro zero. Não à toa, uma análise feita pelo Instituto Alemão Sphera em 2020 sobre o ciclo de vida comparativo entre os diferentes tipos de embalagens, evidenciou que a lata de alumínio é a embalagem que emite a menor quantidade de gases poluentes, além de ser aquela que consome menos água em seu processo de fabricação.

Trecho do Relatório Setorial ESG da Abralatas evidencia que a lata de alumínio tem a menor pegada hídrica do mercado brasileiro


Além disso, o alumínio utilizado para produzir as latinhas no Brasil possui 77% de sua composição originada de sucata reciclada. A única produtora nacional de chapas de alumínio, tem ainda o compromisso de aumentar esse percentual para 80% ou mais até 2026.

As companhias associadas, assim como a própria Abralatas, integram a Aluminium Stewardship Initiative (ASI), uma organização sem fins lucrativos que mantém programa de certificação internacional voltado a operações industriais de todas as etapas da cadeia de valor do alumínio, desde a mineração de bauxita até a fabricação dos produtos finais. No Brasil, 16 das 23 unidades fabris das associadas da Abralatas já são certificadas.

Social: Economia circular se faz com pessoas e diversidade

Seguindo o entendimento de que a sustentabilidade na economia circular deve priorizar as pessoas, o relatório da Abralatas apresenta ações da indústria que proporcionam geração de renda para 800 mil famílias de catadores de materiais recicláveis. Isso ocorre na medida em que o setor assegura a compra de 100% da sucata das latinhas consumidas no Brasil, investe em educação ambiental e ainda garante patamar mínimo de 95% de reciclagem. Vale lembrar que os catadores são essenciais para as soluções públicas e privadas de reciclagem no Brasil e são peça central no marco regulatório brasileiro do tema, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Pensar no contexto corporativo também é importante. O setor mantém projetos de diversidade e de inclusão dos colaboradores. A presença feminina maior nos quadros, inclusive em posições de liderança, e a proporção de pessoas pardas, por exemplo, podem ser conferidas no Relatório.

Governança: Em defesa da economia verde e de incentivos econômicos

O trabalho em conjunto dos associados pelos objetivos comuns, exige ambiente seguro e com regras claras, que garantam transparência e legalidade às atividades desenvolvidas. A Abralatas mantém comitês técnicos para acompanhar os principais temas de interesse do setor. As políticas de compliance da Associação são de conhecimento público e objeto de treinamento constante de todos os seus associados e colaboradores, contando com guias para facilitar o aprendizado, como Código de Conduta Ética e Políticas Anticorrupção e Concorrencial.

A Associação também dialoga com governos e o Congresso Nacional pela construção de políticas públicas que viabilizem um modelo econômico no Brasil de baixo carbono. O apoio institucional à Frente Parlamentar da Economia Verde é um bom exemplo desse trabalho, com resultados relevantes quando da inserção inédita de dispositivos sensíveis ao impacto ambiental nas principais matérias da Reforma Tributária e na recente apresentação de Projeto de Lei que introduz critérios ESG nas compras públicas.

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