Quarto e último episódio da série. Desta vez, partimos de Rosario, Argentina, e voltamos a Minas Gerais, no Brasil
E eis que chegamos à quarta e última parte da nossa aventura pelo Cone Sul (e mais um pedacim de Minas também, uai!) com o Eduardo Lages, o engenheiro que abraçou o marketing sem abandonar a bicicleta.
Começamos esta parte final na estrada para Rosário, Argentina, e em seguida rodamos até a tríplice fronteira de Argentina, Paraguai e Brasil, onde está Foz do Iguaçu. A partir dali, Eduardo seguiu de volta para Belo Horizonte, via Londrina. Vamos junto?
10. Rosário / Santa Fé
Da Villa La Angostura até Rosário foram mais 1.800 quilômetros de estrada. Isso inclui o trecho de 200 quilômetros de uma sonolenta reta da Ruta 20, conhecida como “El Camino Del Desierto”. Tem que contar com a sorte de não acontecer algo, pois dificilmente passa alguém… Toro mandou bem de novo. Confiança total!
Vale uma observação aqui: em todo o território argentino você encontra sinalização de boa qualidade e um posto de combustível da YPF. Nesses postos, além de um bom café, tem ar condicionado, banheiro e internet Wi-Fi grátis, inclusive nesse remoto caminho do deserto.
Mas chegamos a Rosario, que é muito mais que a terra de Che Guevara e Lionel Messi. A 300 quilômetros de Buenos Aires, fica o Parque Nacional a La Bandera, onde se ergueu pela primeira vez a bandeira argentina como nação livre e independente do Reino da Espanha, em 1812.
Cheguei num domingo de sol. A avenida que fica na orla do Rio Paraná estava lotada. Fechada para o trânsito, só rolava gente correndo, pedalando, e muuuuiiita barraca de comida e food trucks. Que lugar alto astral!
Sabe aquela cidade que você bate o olho e fala “aqui é um bom lugar pra morar”? Rosario é desse naipe. (Pelo menos essa foi minha primeira impressão!) Dizem que muitos brasileiros vivem ali, em busca das boas universidades. Excelente escolha. E ainda tem praia de água doce. A mais famosa, balneário La Florida, é particular – o que significa que é preciso pagar uma taxa para entrar. Para os futebolistas, essa cidade conserva a rivalidade de dois grandes clubes: Rosario Central e Newell’s Old Boys.
Depois de Rosario ainda tem boas cidades, como Santa Fé e Posadas. Dessa última, na fronteira paraguaia, até Puerto Iguazu, já na tríplice fronteira, são 300 quilômetros.
11. Foz do Iguaçu / Londrina
Fiquei surpreso positivamente. O interior do Paraná evoluiu demais. A própria Foz do Iguaçu, que visitei há muitos anos, passou uma impressão ótima. Limpa, organizada e com muitas opções de hospedagem, alimentação e diversão. Muita coisa para ver e fazer. Por exemplo, compras no Paraguai ou em Puerto Iguazu, onde fazem a propaganda (enganosa) de possuir o maior e melhor free shop do mundo.
Mas, se não vale cruzar a fronteira até Puerto Iguazu pelo free shop, vale para jantar nos ótimos restaurantes. Ô lugar pra ter comida boa! Lá também encontrei uma estradinha no meio de árvores, com várias pousadas e hotéis de alto nível. Se quiser conforto, fique lá… Fora isso, tem o Marco das Três Fronteiras e, claro, as Cataratas.
Quanto a Londrina – assim como já disse sobre Rosario – eu moraria lá sem o menor problema. Nem parece Brasil… O entorno do Lago Igapó fica lotado de gente se exercitando, além de contar com uma ciclovia de padrão internacional.
12. Minas Gerais
Depois do Paraná, fiz um pit-stop para um chope em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. De lá, enfim, de volta a Minas!
De Ribeirão Preto a BH são 520 quilômetros. Em Capitólio, a 300 quilômetros da capital mineira, você se depara com o lago de Furnas. Bem na beira da estrada tem a ponte sobre o Rio Turvo e um pequeno porto com lanchas, jet ski e chalana. É só escolher a modalidade e passear pelo lago até os cânions e cachoeiras. Espetacular! Ah, e se dinheiro não for problema, tem também a opção do helicóptero. Tudo ali, fácil, no mesmo lugar. Imperdível também é provar a traíra sem espinhos no restaurante bem em frente ao porto. Apesar de lotado, valeu cada minuto de espera.
Desse ponto, são mais 90 quilômetros até São Roque de Minas. A cidade é o portal para o Parque Nacional da Serra da Canastra, onde tem a nascente do Rio São Francisco e a cachoeira Casca D’Anta, uma das maiores e mais belas desse Brasilzão! Não preciso nem falar do tanto de trilha que tem na região, para alegria dos ciclistas, motoqueiros e jeepeiros. Antes que me esqueça: é a terra do famoso queijo Canastra, matéria-prima do melhor pão-de-queijo do planeta!
E é com o gostinho do pão-de-queijo mineiro que finalizamos nossa aventura de ida e volta para a Patagônia de carro. Foram quase 14 mil quilômetros só de estrada. Ao vivo, os cenários, muitos dos quais você acompanhou nas fotos do Eduardo, são de uma beleza única. Vale aproveitar a oportunidade de fazer esta aventura do seu jeito também, especialmente agora que você já conhece a região, ainda que de longe. O Eduardo também teve ajuda de um conhecedor antes de ir: “Quero aproveitar para agradecer ao meu amigo Elder Machado, que me passou ótimas dicas para montar o roteiro desta viagem. Ele já foi várias vezes à Patagônia, sempre de moto. Valeu, Elder!”.
E aí, gostou da série? Vamos finalizar com um dos computadores de bordo do Fiat Toro, que acumulou os dados de toda a viagem. Olha só como ficou! Agora que chegamos ao fim, que tal você planejar seu próprio início?
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