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“O Instituto mudou a forma como enxergo o mundo. Continuarei aberto ao aprendizado para trabalhar e construir um futuro mais inclusivo”

Wolf Kos - 7 fev 2025
Wolf Kos, presidente do Instituto Olga Kos.
Wolf Kos - 7 fev 2025
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Com a formação e educação que recebi de meus pais, sempre compreendi que tudo que acontece na vida é resultado de trabalho e foco. 

Sempre atento a esses ensinamentos, dediquei-me aos estudos, concluindo as graduações necessárias até ingressar no curso de Engenharia Civil, na Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, o meu estado natal.    

Formado, especializei-me em análise de sistemas, impermeabilização em edificações e barragens, vendas, perícia ambiental e metodologia para realização de prova pericial de vícios, defeitos e não-conformidades construtivas, que foram as principais atividades ao longo de minha vida profissional.

Sempre envolvido com o trabalho, há 18 anos, aos 55 de idade, enfrentei um quadro severo de saúde em função de uma infecção hospitalar adquirida após uma cirurgia cardíaca, que me afastou temporariamente de minhas atividades, envolvendo um processo de recuperação de quase um ano

Naquele período, comecei a refletir muito sobre o sentido da vida. Buscava caminhos para ter o máximo de leveza possível. Apoiado integralmente nesse processo de recuperação pela Dra. Olga Kos, minha esposa, fui me nutrindo de pensamentos positivos. 

Lembro que assistia programações pela TV e chamou-me a atenção a novela Páginas da Vida, onde uma personagem com Síndrome de Down me fez notar o quanto a sociedade desconhecia a realidade de pessoas com essa deficiência. 

Assim, partindo dessa percepção, criei o Instituto Olga Kos para ajudar a atender, primeiro, pessoas com deficiência intelectual. Inclusive, o “batizei” com o nome de minha esposa em homenagem a todo suporte e carinho dedicado por ela naquela época e sempre.

NO COMEÇO, CONCILIEI AS MINHAS ATIVIDADES COMO ENGENHEIRO COM A PRESIDÊNCIA DO INSTITUTO

O Instituto Olga Kos foi criado em 5 de março de 2007, na cidade de São Paulo, inicialmente localizado no entorno da Avenida Paulista (hoje fica na região do centro histórico). 

Durante os anos iniciais, conciliei as minhas atividades no setor de engenharia civil com a presidência do Instituto, que hoje exerço integralmente.

Ao abraçar a causa da inclusão social de pessoas com deficiência, fui encontrando desafios e busquei aprimorar o meu conhecimento até chegar ao modelo atual do instituto 

Foram etapas desafiantes, envolvendo um maior entendimento sobre leis voltadas para as pessoas com deficiência no Brasil; sobre os motivos que levam parte da sociedade e das organizações a não compreenderem o contexto de deficiência, diversidade e inclusão; e de como as articulações entre ONGs, o setor privado e o governo podem ajudar a alavancar políticas públicas mais eficientes para essas pessoas. 

Mais alicerçado, gradativamente, fui alimentando minha equipe de colaboradores com esse conhecimento adquirido, fortalecendo conteúdos programáticos nas áreas de esportes e cultural, e abrindo espaço para mais pesquisas. 

Soma-se a essa bagagem o contato permanente com psicólogos, fisioterapeutas, educadores, recreadores, professores de artes e instrutores de práticas esportivas, aliás, fundamentais nessa escalada.  

POR MEIO DA CULTURA E DO ESPORTE, PROMOVEMOS OPORTUNIDADES E MELHORAS NA QUALIDADE DE VIDA

Muitas vezes fui questionado sobre chegar aos 73 anos de idade e continuar trabalhando. 

Não cogito parar de trabalhar. Acho importante colocar o etarismo em pauta, pois a população brasileira é uma das que mais envelhece no mundo – e creio que a experiência dos idosos é altamente agregadora no ambiente corporativo

Até por isso, incentivei o Instituto no desenvolvimento de projetos pela promoção da inclusão de idosos com e sem deficiência e em situação de vulnerabilidade social. 

O “Vozes em Movimento”, iniciado em janeiro e com previsão de conclusão em novembro de 2025, é um deles. Reunindo arte, dança e canto, o projeto é conduzido por profissionais multidisciplinares no Núcleo de Convivência do Idoso (NCI) Aprendendo a Viver, na cidade de São Paulo. 

Me sinto realizado por ajudar a dar oportunidades para pessoas com e sem deficiência e em situação de vulnerabilidade social de todas as faixas etárias, crianças, jovens, adultos e idosos 

As atividades acontecem ao longo do ano através de oficinas presenciais em locações que vão de escolas a centros de convivência, na maioria localizado em bairros periféricos.

Outros projetos do Instituto incluem as caminhadas e corridas, pois promovem saúde e qualidade de vida de pessoas com deficiência. 

Ao todo, são organizadas sete provas anuais: três em março, que celebram o Dia Mundial da Síndrome de Down; três em dezembro que homenageiam o Dia Internacional de Pessoas com Deficiência; e a Corrida Kids, alusiva ao Dia das Crianças

Ainda em se tratando de práticas esportivas, o Instituto mantém oficinas presenciais de artes marciais, basquete, capoeira, futsal, karatê, judô e taekwondo. 

No campo cultural, acontecem oficinas de dança, capoeira, teatro e artes visuais; e o Concerto do Bem, espetáculo com canto e música, que reuniu mais de mil participantes na terceira edição, em 28 de novembro de 2024, no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo.

DESDE QUE INICIEI A MINHA JORNADA À FRENTE DO INSTITUTO, REDOBREI CUIDADOS COM ALIMENTAÇÃO E NÃO TIVE MAIS PROBLEMAS DE SAÚDE

No ano passado, minha equipe de pesquisas elaborou o “Letramento sobre inclusão da pessoa com deficiência”, um treinamento voltado para colaboradores e empresas aprenderem o que é, como se pratica e o que envolve a inclusão de pessoas com deficiência, sendo aberto a empresas interessados em trabalhar a inclusão entre colaboradores e parceiros.

Paralelamente, alinhado com as práticas ESG (ambiental, social e governança), eu reforço sempre a relevância do aspecto Social para pessoas com deficiência.

Nesse contexto, desenvolvemos a Escala Cidadã Olga Kos (Ecok), uma métrica certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que avalia como o Social deve ser trabalhado por empresas 

Nessa métrica, partimos de cinco variáveis: Arquitetônica, Atitudinal, Comunicacional, Metodológica e Programática. 

A Ecok tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal como proposta para atualizar a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que completará 10 anos em 2025 e é um marco no processo de inclusão social de pessoas com deficiências no Brasil.

Ao longo de minha jornada à frente do Instituto, não tive mais problemas de saúde, pois redobrei os cuidados com alimentação e com hábitos cotidianos pela minha qualidade de vida.

O fato de trabalhar pela causa da inclusão social da pessoa com deficiência e auxiliar os menos favorecidos também ajuda a me manter disposto e antenado com o trabalho

O Instituto mudou a forma como enxergo o mundo. Sinto minha evolução pessoal e profissional. Continuarei aberto ao aprendizado para trabalhar e ajudar a construir um futuro mais inclusivo.

 

Wolf Kos é presidente do Instituto Olga Kos, membro do Instituto Brasileiro de ESG, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável e membro da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA).

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