COP é a sigla para Conferência das Partes (“Conference of the Parties”, em inglês), reuniões regulares entre os países que compõem a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
Nesses encontros, autoridades governamentais, cientistas e representantes da sociedade civil debatem sobre causas e efeitos das mudanças climáticas e definem metas e acordos nacionais e globais para solucionar problemas ambientais que prejudicam o planeta, como o aquecimento global.
A edição mais recente do evento, a COP26, ocorreu em Glasgow, na Escócia – com cobertura jornalística diária aqui em NetZero. Durante as duas primeiras semanas de novembro de 2021, mais de 25 mil membros de delegações de quase 200 nações estiveram engajados em viabilizar mecanismos para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas próximas décadas a fim de manter o aquecimento global limitado a 1,5 °C.
A UNFCCC foi criada aqui no Brasil, em 1992, por ocasião da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro e popularmente conhecida como Eco-92.
Três anos depois, rolou o primeiro encontro entre os países participantes da UNFCCC: a COP1 foi realizada na Alemanha. Em 1995, Berlim recebeu representantes de 117 países que, focados em propor medidas assertivas para mitigar a emissão de gases de efeito estufa (GEE), estabeleceram o Mandato de Berlim. Essas diretrizes foram a base para o que resultaria, dois encontros depois, na COP3, no Protocolo de Kyoto.
A seguir, listamos todas as COP realizadas até aqui (com links para seus respectivos sites oficiais):
COP1
Berlim, Alemanha (1995)
COP2
Genebra, Suíça (1996)
COP3
Kyoto, Japão (1997)
COP4
Buenos Aires, Argentina (1998)
COP5
Bonn, Alemanha (1999)
COP6
Haia, Holanda (2000)
COP7
Marrakesh, Marrocos (2001)
COP8
Nova Déli, Índia (2002)
COP9
Milão, Itália (2003)
COP10
Buenos Aires, Argentina (2004)
COP11
Montreal, Canadá (2005)
COP12
Nairóbi, Quênia (2006)
COP13
Bali, Indonésia (2007)
COP14
Poznan, Polônia (2008)
COP15
Copenhague, Dinamarca (2009)
COP16
Cancún, México (2010)
COP17
Durban, África do Sul (2011)
COP18
Doha, Qatar (2012)
COP19
Varsóvia, Polônia (2013)
COP20
Lima, Peru (2014)
COP21
Paris, França (2015)
COP22
Marrakesh, Marrocos (2016)
COP23
Bonn, Alemanha (2017)
COP24
Katowice, Polônia (2018)
COP25
Madri, Espanha (2019)
COP26
Glasgow, Escócia (2021)
A Conferência do Clima mais recente, em Glasgow, na Escócia, foi marcada por discussões novas e antigas, importantes avanços e algumas controvérsias sobre como países e entidades privadas devem comprometer-se para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas próximas décadas a fim de manter o aquecimento global limitado a 1,5 °C.
Além disso, novos compromissos multilaterais foram firmados para reduzir emissões de carbono para limitar o aquecimento do planeta.
Em resumo, a cúpula gerou os seguintes resultados:
O número representa um avanço em relação ao Acordo de Paris, que tinha como meta “bem abaixo de 2 °C”. A meta requer uma redução de emissões de GEE em 45% até 2030 (comparadas aos níveis de 2010), e a neutralidade de emissões até 2050.
Os US$ 100 bilhões por ano, prometidos em 2009 e que deveriam ser disponibilizados desde 2020, não foram cumpridos até agora pelos países desenvolvidos, e esse valor só deve estar disponível em 2023.
O Artigo 6 do Acordo de Paris foi aprovado, criando condições para o estabelecimento e a regulação de um comércio internacional de créditos de carbono entre países e entidades privadas.
Pela primeira vez na história, o texto resultante de uma COP cita o combate a combustíveis fósseis para conter o aumento médio da temperatura global.
A ousada meta do Acordo de Florestas é zerar o desmatamento no mundo até 2030.
• Compromisso global do metano
103 países se comprometeram a cortar 30% das emissões globais de metano (cujo potencial de efeito estufa é 21x maior que o do CO2) até 2030.
As superpotências, responsáveis por 40% das emissões globais, se comprometeram a não importar produtos que contribuam para o desmatamento e a ter 100% de eletricidade gerada sem carbono até 2035.
– Ser carbono neutro até 2050;
– Reduzir em 50% as emissões de CO2eq até 2030;
– Adesão ao compromisso global de reduzir em 30% as emissões de metano até 2030;
– Zerar o desmatamento até 2028.
A próxima Conferência do Clima será realizada em Sharm El Sheikh, Egito, entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022.
Sobre o evento, a secretária executiva da UNFCCC, Patricia Espinosa declarou, no início de 2022, que o foco do encontro deve estar nos seguintes tópicos:
• Mitigação;
• Adaptação;
• Apoio financeiro aos países em desenvolvimento;
• Perdas e danos (repasse anual dos países desenvolvidos (maiores emissores de GEE) para as nações vulneráveis lidarem com os impactos, reduzirem emissões e adaptarem-se aos efeitos das mudanças climáticas).
Avançar neste último tópico, inclusive, é uma pendência da COP26.
“Tratar desses assuntos enviará uma mensagem clara ao mundo de que estamos indo na direção certa. Porque o mundo terá uma pergunta em Sharm El-Sheikh: que progresso houve desde Glasgow?”, declarou Espinosa.
A mexicana, que finalizou seu ciclo na liderança da UNFCCC em julho de 2022, foi enfática sobre o ritmo a ser adotado nas tomadas de decisão da próxima COP:
“Embora ainda estejamos muito atrás da curva climática, o mundo está em uma posição melhor por causa da UNFCCC, por causa do Protocolo de Kyoto, por causa do Acordo de Paris. Por causa da colaboração. Por causa do multilateralismo. Por causa de vocês. Mas podemos e devemos fazer melhor.”
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