A economia prateada – o termo refere-se ao grisalho dos cabelos dos idosos – é definida da seguinte maneira pela União Europeia:
“Economia prateada é a parte da economia que é relevante para as necessidades e demandas dos idosos.”
Também conhecida como economia da longevidade, ela é a soma de todas as atividades econômicas que atendem as necessidades de pessoas com 50 anos ou mais, incluindo os produtos e serviços adquiridos por eles e a consequente atividade econômica que esses gastos geram.
Um artigo publicado pela Georgetown Business Magazine, da Universidade Georgetown (EUA), estima que o mercado prateado mundial movimenta aproximadamente 15 trilhões de dólares a cada ano (estimativa referente a 2020). Até 2030, a expectativa é de que haja 1 bilhão de idosos no planeta. No Brasil, esse mercado atinge 54 milhões de pessoas, de acordo com dados do Instituto Locomotiva.
Esse movimento global acompanha o aumento da longevidade média da população do planeta e está em alinhamento com o que a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu como a Década do Envelhecimento Saudável, entre 2021 e 2030.
A respeito dessa tendência, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou:
“Apenas trabalhando unidos, dentro do sistema das Nações Unidas e com governos, sociedade civil e setor privado, que poderemos não apenas adicionar anos à vida, mas também (melhorar a qualidade de) vida a estes anos.”
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reuniu especialistas internacionais – economistas, cientistas sociais, pesquisadores, definidores de políticas públicas, associações profissionais, representantes do setor privado, entre outros –, para discutir oportunidades da economia prateada como respostas ao envelhecimento da população evento organizado em parceria com a Coalizão Global sobre o Envelhecimento (GCOA).
O grupo de trabalho apontou cinco tópicos cruciais para que a economia prateada se fortaleça e gere benefícios a uma população cada vez mais numerosa:
• Reformas políticas são necessárias para lidar com as mudanças demográficas do século 21. E seu sucesso se baseia em grande parte na correção de preconceitos sobre o envelhecimento e no combate às desigualdades na expectativa de vida saudável;
• Soluções tecnológicas capacitam os idosos para construir novos mercados. Isso fornece novos produtos e serviços, apoia novas práticas de trabalho e cria comunidades conectadas que respondem às necessidades deles;
• Modalidades de financiamento inovadores são necessárias para impulsionar o mercado prateado. Incentivar investimentos pode impulsionar a inovação e o crescimento do mercado em coordenação com a filantropia e o financiamento público;
• Modelos novos e flexíveis para carreiras e pensões podem encorajar as pessoas a trabalhar mais tempo e planejar melhor o futuro. Se combinadas com a requalificação ao longo da vida e a adoção de práticas de trabalho inteligentes, essas mudanças na força de trabalho podem levar a uma maior produtividade no trabalho, mais empregos e crescimento econômico;
• O empreendedorismo social é fundamental para impulsionar a economia prateada, e as políticas públicas devem construir estruturas propícias para ajudar esses esforços a florescer.
A OCDE recomenda que todos esses pontos sejam apoiados por uma educação informal e formal. Essa formação promove o poder inovador da população idosa, além de preparar a próxima geração para as profundas mudanças decorrentes do rápido envelhecimento da população.
O bagaço de malte e a borra do café são mais valiosos do que você imagina. A cientista de alimentos Natasha Pádua fundou com o marido a Upcycling Solutions, consultoria dedicada a descobrir como transformar resíduos em novos produtos.
O descarte incorreto de redes de pesca ameaça a vida marinha. Cofundada pela oceanógrafa Beatriz Mattiuzzo, a Marulho mobiliza redeiras e costureiras caiçaras para converter esse resíduo de nylon em sacolas, fruteiras e outros produtos.
Aos 16, Fernanda Stefani ficou impactada por uma reportagem sobre biopirataria. Hoje, ela lidera a 100% Amazonia, que transforma ativos produzidos por comunidades tradicionais em matéria-prima para as indústrias alimentícia e de cosméticos.