De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mudanças climáticas podem ser definidas de maneira bem simples, como “alterações de longo prazo nas temperaturas e nos padrões do clima.”
Ainda de acordo com a ONU, esse tipo de fenômeno pode ter origem natural, como variações no ciclo solar, por exemplo. Desde o século 19, porém, a atividade humana tem sido o principal agente causador das mudanças climáticas, sobretudo por causa da queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, desde a Revolução Industrial.
O resultado dessa queima desenfreada é a emissão de gases, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano, que potencializam o efeito estufa na atmosfera, aumentando a temperatura média global. E quase toda atividade humana, desde então, tem contribuído para aumentar as emissões: desde a locomoção por veículos movidos a gasolina, diesel, querosene, etc. até o aquecimento de ambientes, passando por geração de energia por meio de termelétricas e até por aterros sanitários, onde o lixo acumulado libera metano na atmosfera.
Com mais gases de efeito estufa (GEE) acumulados na atmosfera, a temperatura do planeta vem subindo ao longo do tempo. Desde o início da era industrial, há aproximadamente 250 anos, a temperatura média global já subiu 1,1 ºC.
Pode parecer pouco, mas já é o suficiente para desestabilizar o clima do planeta, causando eventos extremos. A ocorrência de inundações, secas, degelo, queimadas e recordes históricos de temperatura – para cima e para baixo – é cada vez mais frequente. Este cenário já está em curso, ameaçando comunidades, biomas e a própria sobrevivência na Terra.
Cálculos sobre o quanto já aquecemos o planeta e projeções do que está por vir são publicados, periodicamente, por um grupo de mais de 700 cientistas em relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), criado em 1988 pela ONU. O documento mais recente do IPCC, de agosto de 2021, é alarmante. A expectativa é de que, até 2030, a temperatura suba mais 0,4 ºC. Isso significa um aumento de 1,5 ºC em comparação com o período pré-industrial.
Este novo avanço, aparentemente sutil, indica que os eventos climáticos extremos serão ainda mais rotineiros e coloca todos nós diante de uma encruzilhada:
Se as emissões de GEE continuarem no mesmo ritmo…
O aumento da temperatura global chegará a 2,4 ºC em 2050 e 4,4 ºC até 2100.
Se mantivermos as emissões de GEE em queda nesta década e zerarmos até 2050…
O aquecimento global se estabiliza em 1,6 ºC no meio do século, podendo recuar para 1,4 ºC até o fim do século.
Ou seja, no cenário mais otimista, os eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas continuarão sendo parte da nossa rotina, porém, sem escalar desenfreadamente.
O aumento médio da temperatura global provoca uma série de eventos que demonstram alterações importantes no clima do planeta ao longo dos anos. A NASA (Agência Espacial Americana) e a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) apontam alguns deles:
Infelizmente, boa parte do estrago já está feito, e teremos que conviver por muito tempo com as consequências do aumento da temperatura média global.
O que pode ser feito de mais efetivo para frear o aquecimento da Terra é diminuir drasticamente as emissões de GEE por meio de estratégias como o Net Zero e a transição energética, já explicadas neste Glossário, bem como incentivar e financiar ações nesse sentido por meio do mercado de carbono, green bonds e outros mecanismos.
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