Minha jornada com a FWK Innovation Design não foi fácil, e talvez ainda não seja, parando para pensar. É uma trajetória marcada por desafios imensos, alguns superados em sua totalidade, outros com os quais ainda estou aprendendo a lidar.
No entanto, são aprendizados que formaram o Edu, pessoa física, e o Eduardo Freire, CEO. E sou grato por essas experiências.
Quando fundei a empresa, há 11 anos, estava vivendo um momento extremamente difícil. Uma montanha-russa de emoções, sabe?
A morte da minha mãe havia me deixado em um estado de vulnerabilidade emocional, mas logo veio a esperança quando minha filha nasceu. E dessa combinação de sentimentos surgiu uma reflexão: como criar algo significativo em um momento tão delicado da minha vida?
Outro desafio que me parecia insuperável era a falta de recursos. Eu tinha menos de 215 mil reais no bolso para investir num negócio e estava em um cenário de incertezas e limitações mil. No entanto, quem disse que adversidades não podem se transformar em oportunidades?
O desejo de inovar na gestão de projetos me acompanhou desde o começo, é verdade, mas eu não estava totalmente vendido para a ideia. Talvez meu maior preconceito – se é que posso chamar assim – era considerar a oportunidade de impactar o modo como operam um sonho distante.
Mas daí, quando olhei ao meu redor e vi tantas oportunidades de mudança, falei para mim mesmo: “Eu tenho que tentar”.
Nos primeiros anos, apesar das várias dificuldades, a FWK conseguiu crescer. Em 2019, alcançamos um faturamento de 1,6 milhão de reais, que logo se transformou em uma sensação de realização intensa. Conseguimos tirar o plano do papel, uma vitória a ser celebrada!
Contudo, logo veio o balde de água fria: em 2020, a pandemia chegou e nossa receita despencou 45%.
A frustração foi palpável, era como se tudo o que havíamos construído estivesse desmoronando diante dos nossos olhos
Mas, como diz o ditado, “sou brasileiro e não desisto nunca”. Percebi que era um momento propício para me adaptar. Basicamente, o contexto todo me pareceu um chamado para a reinvenção.
Durante a pandemia, mergulhei em estudos sobre governança e estratégia. E estudei muito para que um aparente retrocesso se transformasse em uma oportunidade de renovação. Após quatro anos focado em estratégias táticas, consegui ampliar nossa abordagem para incluir a estratégia a longo prazo.
Aprendi que, para inovar de verdade, precisamos entender não apenas os processos, mas as pessoas que estão envolvidas
Passamos a criar soluções que integravam, do desenho estratégico à execução, o que chamamos de squad as a service. Essa mudança de perspectiva foi fundamental.
Assim, em 2021, conseguimos voltar a crescer, faturando 4,5 milhões de reais. Essa recuperação me trouxe um novo ânimo e mostrou que estávamos no caminho certo.
Em 2022, com o crescimento acelerado (chegamos a bater quase 20 mega com nosso ecossistema), percebi que estávamos perdendo um pouco da nossa essência – e como doeu perceber isso, ainda mais quando sempre valorizei a autenticidade.
Entender que a empresa poderia estar se distanciando de seus princípios fundamentais foi um choque. Mudar não é fácil, e muitos não estão dispostos a enfrentar essa realidade.
Foi quando percebi que é em momentos como esse que precisamos dar um passo para trás e olhar para o que realmente valorizamos, o que realmente queremos transmitir
Optamos por diminuir um pouco e entender por que estávamos nos distanciando dos nossos ideais. E então, percebemos que o nosso próprio ecossistema estava se reentendendo na questão de inovação.
Esse processo de introspecção foi complicado, mas necessário. É a tal da propensão a se reinventar, independentemente de quanta pressão está sendo colocada no nosso lombo – até porque sempre fomos condicionados a seguir em frente sem olhar para trás.
Em 2023, vivenciamos um momento de reestruturação significativa. Nossa jogada foi explorar mercados não óbvios, como o segmento de death care, um setor em crescimento e que precisa de inovação
Criamos um hub de inovação em São Paulo, uma estratégia para reposicionar a FWK e nos adaptar às novas demandas do mercado.
Basicamente, aquela ideia de que precisamos estar sempre prontos para mudar e ajustar nossa rota – e esse é um aprendizado valioso que me acompanha até hoje.
As expectativas para o futuro são grandes e promissoras. Em 2024, retomamos o crescimento sólido e fortalecemos a internacionalização da FWK.
Investimos em nosso ecossistema, com um montante significativo, para fomentar negócios inovadores. E assim conseguimos parceria com as 20 startups que já apoiamos, tanto lá fora (em Portugal e nos Estados Unidos) quanto no Brasil.
Cada uma dessas iniciativas traz a promessa de inovação e aprendizado, e não vou mentir: é emocionante fazer parte de tudo isso
Acredito que a chave do nosso sucesso é a nossa filosofia: o conceito de Project Thinking, que logo transformei em livro e lancei este ano.
Reuni nele tudo o que aprendi sobre empatia e valorização de pessoas e como esses dois conceitos, tão simples, revolucionam a maneira como gerenciamos projetos e lideramos equipes.
O livro é um convite para promover mudanças positivas no mundo dos negócios, impulsionando carreiras e organizações rumo a uma cultura mais inclusiva e acolhedora.
Cada projeto é uma oportunidade de aprendizado. E aprendi que um dos principais diferenciais da FWK é que temos resultados reais em projetos de inovação.
Adotamos uma abordagem centrada nas pessoas, acreditando que o resultado só é alcançado quando entendemos profundamente as necessidades de cada um dos clientes.
Por tudo isso, se hoje estou aqui, é porque realmente acredito no que fazemos. Tropeçamos, caímos – mas sempre levantamos.
Com esses altos e baixos aprendi que o verdadeiro sucesso não é a materialização dos nossos planos, mas sim essa capacidade de adaptação e evolução que encontramos no meio do caminho
Em cada etapa dessa jornada, aprendi que a empatia e a capacidade de se conectar com as pessoas são o que realmente fazem a diferença. Foi apenas quando aprendi a me colocar no lugar do outro que consegui compreender suas necessidades e desejos.
A empatia nos ajuda a construir soluções melhores e a fortalecer nossas relações, tanto pessoais quanto profissionais – clientes e colaboradores são pessoas e vice-versa. Então, sim, acredito que essa abordagem empática é o segredo para o sucesso em qualquer empreendimento.
Espero que essa reflexão inspire você a abraçar suas próprias mudanças e desafios. Não importa quão tortuosa seja a sua jornada, tenho certeza de que ela está repleta de ensinamentos valiosos – ache-os e triunfe!
Os momentos de incertezas e adversidades nos moldam e nos tornam mais fortes, desde que estejamos abertos ao aprendizado e à reinvenção. Não tenha medo de dar um passo atrás para conseguir enxergar melhor o caminho à frente.
Eduardo Freire é CEO e estrategista de inovação da FWK Innovation Design.
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