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Pioneira no cooperativismo de crédito, a Banricoop mergulha de vez na inovação

Bruno Leuzinger - 4 ago 2016
A equipe da cooperativa gaúcha: 7 500 associados e ativos de R$ 50 milhões (foto: Banricoop)
Bruno Leuzinger - 4 ago 2016
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Economia colaborativa é um conceito essencialmente moderno – mas não exatamente novo. Em 1844, ameaçados pelo desemprego em consequência da Revolução Industrial, 28 tecelões ingleses juntaram forças e criaram uma cooperativa de consumo, amparando-se uns aos outros por meio de iniciativas como a abertura de um armazém comunitário. A experiência inspirou a primeira cooperativa de crédito, fundada em 1848, na Alemanha, e em seguida o primeiro banco cooperativo (Itália, 1865). No Brasil, as cooperativas de crédito surgiram no Rio Grande do Sul, na primeira metade do século 20.

“A cooperativa não tem o objetivo do lucro pelo lucro”, diz Cirilo Thomas, diretor-administrativo da Banricoop, cooperativa dos funcionários do Banrisul e uma das mais longevas do Brasil. “Ela tem que dar resultado para evoluir, crescer, se desenvolver, mas nem chamamos de lucro, chamamos de sobras. E essas sobras são distribuídas ao final de cada exercício para o associado.”

Aos 72 anos, Cirilo Thomas tem quase a mesma idade da Banricoop, que completa 70 em 2016. Até julho, ele era o diretor-presidente, cargo que assumiu pela primeira vez em 1986. Naquela época, encontrou uma gestão amadora, recursos escassos e algo em torno de apenas 400 associados. “Só convidavam pessoas que conheciam, ‘ah, fulano paga direitinho as contas, vamos convidá-lo para participar’, era assim o convite”, diz Thomas. “Uma vez que assumimos, mudamos esse panorama e abrimos as portas da cooperativa a todos os funcionários. Há 30 anos a gente mal podia emprestar meia dúzia de ‘merréis’ no dia 25 de cada mês. Hoje, temos 7 500 associados e ativos de 50 milhões.”

No início, a cooperativa era vista com desdém, chamada de “caixinha dos funcionários”. Ao longo do tempo, passou a despertar surpresa, inclusive dentro do próprio Banrisul. “De vez em quando surgia essa indagação: ‘é um banco dentro do outro, como é que pode?!’. Mas como trabalhamos com taxas subsidiadas e um atendimento muito mais personalizado, conseguíamos cativar o associado”, diz Thomas.

A evolução da Banricoop inclui uma parceria de quase uma década com a consultoria Innoscience. “Nós sabíamos aonde queríamos chegar, mas a implementação da estratégia não estava organizada”, diz a gerente executiva Miriam Cechin da Silva. “Nos últimos dez anos, consolidamos um modelo de gestão que nos colocou num patamar diferente, fazemos tudo de forma muito colaborativa.” A Innoscience ajudou também a incutir na cooperativa a noção do valor da inovação. E assim nasceu o programa Ideias do Futuro, que em duas edições engajou os associados a bolar boas ideias, premiando e tirando do papel as melhores – como um simulador de aplicações financeiras que hoje integra o aplicativo da Banricoop.

O próximo passo nessa direção é o programa Coonect, que pretende atrair startups para desenvolver projetos com a Banricoop. “Nós estamos enxergando o quanto os bancos estão se sentindo ameaçados pelas fintechs”, diz Miriam. “Também somos do ramo financeiro, mas nós temos essa proposta de ser diferentes, de querer fazer algo que tenha valor para o cooperado, custe menos, seja fácil, ágil, seja importante na vida dele. Então pensamos: se a gente imagina que o banco é um modelo saturado, por que não podemos nos emparceirar com startups que também estão se propondo a atender ao usuário com mais agilidade e simplicidade – e a partir disso criar novos desafios para o nosso negócio?”

A ideia é identificar, criar conexões e rodar projetos piloto com startups que possam vir a se tornar parceiros ou fornecedores da Banricoop. Para as startups, o Coonect é a chance de validar e dar escala a soluções numa instituição com uma base fiel de associados, e que tem a colaboração e o impacto social no centro do seu negócio; o programa não tem foco no investimento em troca de equity e não exige compartilhamento de propriedade intelectual. Podem participar fintechs, startups de marketing digital e outras que tenham um MVP (produto mínimo viável) estruturado e preferencialmente testado e que demonstrem aderência aos seis Desafios de Negócios: cobrança, seguros, ferramentas comerciais, canais de comunicação, operações e benefícios aos cooperados.

A Innoscience é parceira estratégica da Banricoop no desenho e na operação do Coonect. A primeira fase do programa, de convites e inscrições, vai até 5 de setembro. Quer saber mais? Então clique aqui, baixe o One Page do programa e confira também o regulamento!

 

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