por José Rubens Oliva Rodrigues
Sou um otimista inveterado!
Quando a Dilma venceu as eleições de 2014, mesmo não tendo votado nela, eu fiquei otimista. Não porque confiava que ela faria as reformas que o Brasil precisava naquela época e diga-se de passagem, ainda precisa, mas porque na luta entre o Tarzan e o Jacaré (Brasil que dá certo versus Brasil que dá errado), eu sempre vou torcer pelo Tarzan.
Ninguém vive em uma bolha isolada dentro de seu próprio país. Mesmo com a empresa crescendo perto dos 20% ano a ano, era impossível você não ver que os fundamentos da economia não estavam indo bem e que em algum momento isso poderia nos afetar. Foi o que aconteceu de uma forma impactante no ano de 2016. O ano do impeachment.
Em minha minha visão, o impeachment precisava acontecer, mas me lembro muito bem das palavras de uma pessoa que admiro muito, a Cristina Franco, então presidente da Associação Brasileira de Franchising. Disse ela: “Apertem os cintos, o ano de impeachment é para gente grande”.
Bom, mas enfim, o que tem isso a ver com o meu otimismo crônico?
É que nos últimos anos só se manteve firme o empresário e empreendedor que manteve seus negócios com rédeas curtas, sob o máximo de controle factível e que principalmente reviu, questionou e reformulou na medida do possível e do impossível, seu modelo de negócio.
Então veio 2018, com greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo com fiasco da seleção e uma eleição que testou os nervos dos apoiadores dos dois lados.
Explodiram fake news de um lado, fake news do outro, vimos pesquisas totalmente desencontradas, além de uma facada no meio do caminho que possivelmente mudou toda a história dessa disputa política
Bolsonaro ganhou. E agora?
Pronto, muitos pensavam que voltaríamos a 1964, início do regime militar. Até há alguns anos, eu chamava de golpe militar ou mesmo ditadura militar, influenciado pelo meu respeitável professor de história que é hoje um político filiado ao PT. Outro ponto que preocupava muitos era em relação às minorias, como os gays, negros, índios, etc.
O que de fato aconteceu é que, por enquanto, o governo demonstra muita vontade de mudar e somente com as nomeações dos ministros já nos permite acreditar que 2019 será um ano diferente. Paulo Guedes, Sérgio Moro, Marcos Pontes, deram as suas caras em um modo de governar diferente e que pode ser um marco histórico na política de nosso país.
Algumas questões surgem: E a reforma da previdência? Será que conseguirão aprovar uma reforma política também? O tamanho do estado diminuirá? A política externa ajudará o Brasil a ser mais relevante? O foco na educação de base contribuirá para que mais pessoas consigam chegar ao ensino superior?
Mas a minha principal pergunta é: Quantas pessoas deixarão de morrer por morte violenta? Em 2017 foram mais de 63 000, quase três vezes a guerra do Iraque por ano. Se Bolsonaro diminuir esse número anual já me dou por contente, pois de que adianta ter educação se as pessoas morrem antes de poderem aproveitar? Bom, isso é uma opinião minha. Talvez você esteja mais preocupado com o número de ministérios e não vejo nenhum problema nisso.
Questões que poderão ser respondidas no decorrer de 2019 e outras, como a da educação somente daqui a vinte anos e olha lá. Mas esse clima de mudança já começa a refletir na intenção de investir das pessoas físicas e jurídicas.
Não. Bolsonaro não é a solução para todos os nossos problemas, mas o clima já é completamente outro
E como eu sempre falo, o brasileiro não precisa de muita ajuda para empreender e fazer as coisas acontecerem, o que o brasileiro precisa é que não o atrapalhem. Só isso.
Mas deixo bem claro que não estou animado só por causa da política, estou mais animado por todas as mudanças e todos os aprendizados dos últimos três anos, listados aqui:
1. Trabalhar para ter uma boa estrutura, mas cortar e controlar custo sempre;
2. Ter pessoas no seu time que realmente se importam com seu negócio;
3. Às vezes, não é seu modelo de negócios que está errado e sim o modelo de pensamento sobre o seu negócio é que está;
4. Ter coragem de admitir erros e voltar atrás;
5. Ter amigos que te falam a verdade;
6. Quando se encontra um problema, deve-se olhar primeiro para o espelho em vez de olhar pela janela, como disse Abílio Diniz;
7. Que você precisa mudar sempre, mas não a toda hora;
8. Que o silêncio é fundamental;
9. Que a imagem das pessoas a seu respeito pode ser totalmente diferente do que você realmente é;
10. Que novos caminhos a serem percorridos sempre aparecerão, portanto, não se preocupe em demasia.
Espero que meus aprendizados possam te fazer otimista para 2019 e se fizerem sentido para você, o seu ano também será cheio de histórias para contar e com um final feliz e com muitas realizações.
Viva o novo, viva 2019, viva a vida.
José Rubens, 44, é CEO e cofundador da Guia-se, autor do livro Checklist Minha Franquia, palestrante de marketing digital, empreendedorismo, vendas e franquias e professor MBA na disciplina de Marketing Digital. Atua no segmento de marketing digital e negócios online desde 1997, foi diretor da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e coordenador do comitê de Microfranquias da ABF.
A substituição de mão de obra por inteligência artificial terá implicações profundas, mas as empresas parecem não atentar para seu papel no debate. A jornalista Marília Marasciulo divide sua experiência e fala sobre os riscos dessa omissão.
A disseminação desenfreada da inteligência artificial vai destruir a criatividade humana? O ilustrador Danilo Aroeira conta por que decidiu escrever um manifesto conclamando artistas contra o uso de IA, e fala sobre o futuro de sua atividade.
Manter corpos congelados em câmaras criogênicas é ficção científica? Fernando Azevedo Pinheiro, da Tomorrow Bio, aposta na tecnologia como uma “ambulância para o futuro”, para driblar doenças hoje incuráveis e prolongar a vida humana.