Há 15 anos, a Escola Técnica Estadual Cícero Dias, em Recife, e o Colégio Estadual José Leite Lopes, no Rio de Janeiro, foram criados para funcionar como verdadeiros laboratórios de experimentação pedagógica, com metodologias de ensino-aprendizagem inovadoras. Ambas integram o NAVE (Núcleo Avançado em Educação), programa criado pelo Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi para ações de impacto social, junto com as Secretarias de Educação dos Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. As escolas seguem um programa de educação integrada e profissionalizante focado em tecnologias digitais.
Ao longo desses 15 anos de história, desde a implementação do NAVE, o CESAR aparece como parceiro estratégico: o centro desenvolveu a formação técnica do programa, nas modalidades multimídia e programação.
“Hoje, somos responsáveis pelo corpo docente técnico do NAVE, por contratar essas pessoas, e pelos componentes curriculares que são ofertados e ministrados pelo nosso time”, diz Maurício Taumaturgo, gerente de projetos educacionais da CESAR School.
Por sua vez, o NAVE gerou um impacto direto na própria história do centro de inovação, que construiu, paralelamente, uma atuação crescente em projetos educacionais.
“O NAVE é uma grande fonte de inspiração e aprendizado para a gente e, desde o início dessa parceria, ganhamos um grau de maturidade na frente da educação. Tudo isso surge da própria missão do CESAR. A educação torna tangível a nossa missão de transformar a vida das pessoas”, diz Felipe Furtado, Diretor Executivo da CESAR School.
Hoje, o CESAR está à frente de diversos projetos educacionais, todos desenhados de forma personalizada, para atender a necessidades específicas dos diferentes contextos e regiões em que se inserem. Alguns pilares, entretanto, são comuns à condução de todo esse trabalho. Um deles é a metodologia em si, usualmente a PBL (Aprendizagem Baseado em Problemas, na sigla em inglês) aliada ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como trabalhar em equipe, pensamento crítico, empreendedorismo e intraempreendedorismo.
Outro pilar é a busca pelo envolvimento da comunidade no entorno do projeto.
“No NAVE, por exemplo, a gente procura extrapolar os muros da escola e dialogar com as comunidades dos bairros. Em outro projeto, a escola fica em um ambiente rural, em uma comunidade marcada pela agricultura doméstica, e isso está presente em atividades desenvolvidas em sala de aula e na preparação dos alunos”, explica Felipe.
Um terceiro pilar é a formação de professores, com capacitação pedagógica e tecnológica.
“É do nosso interesse que o professor se aproprie dos artefatos digitais: não só entregar um tablet ou um notebook e disponibilizá-lo em sala de aula, mas fazer com que eles entendam a proposta pedagógica para cada uma dessas ferramentas”, diz.
A empregabilidade é outra preocupação que permeia a maior parte do trabalho educacional desenvolvido pela CESAR School, com formações técnicas e profissionalizantes. Na construção pedagógica, o pensamento computacional geralmente se faz presente – o foco não é ensinar a programar, mas ensinar um tipo de pensamento, relacionado à formulação de problemas e desenho de soluções, tendo a computação como base.
Por fim, o perfil dos profissionais da CESAR School marca cada um dos projetos.
“A gente tenta construir planos pedagógicos que carreguem o nosso mindset de inovação, design e tecnologia. A inovação pode estar no método de ensino como no que eles vão fazer para produzir o conteúdo em si”, explica Felipe.
“Tem uma frase que eu tenho usado muito: ‘A educação é nossa forma de inovar’. Quando pensamos isso junto com abordagens Freirianas – pessoas transformam o mundo –, a gente só consegue inovar através das pessoas. Por isso, para o CESAR, formar melhores profissionais, melhores seres humanos, é início, meio e fim”, diz Carla Alexandre, coordenadora de projetos educacionais do CESAR.
Carla explica que a CESAR School nasceu da necessidade de solucionar problemas reais em Pernambuco, dentro do Porto Digital, em uma triangulação entre sociedade, academia e mercado.
“No Porto Digital, nós olhamos para o ecossistema como um todo, trabalhamos muito em rede, e precisamos que isso funcione de forma sustentável”, complementa.
Uma preocupação crescente é o apagão de mão de obra na área de TI – a falta de profissionais qualificados na área. Felipe Furtado conta que, além desse olhar se refletir no aspecto da empregabilidade atrelado aos projetos desenvolvidos pela CESAR School, já foram criados cursos específicos para atender a essa demanda de mercado.
“Treinamos e colocamos, em sala de aula, quem pode capacitar alunos para atender essas demandas. Para isso, a gente também trabalha em rede, tenta transferir essa metodologia e atuar com parceiros para que esse trabalho possa escalar”, diz.
Conheça mais sobre a história do CESAR, que completou 25 anos em 2021.
Felipe lembra de casos como o de Maurício, de pessoas formadas em projetos do CESAR e que hoje trabalham no próprio centro ou em outras empresas do Porto Digital. A história de Maurício com o NAVE começou em 2008, quando ele ingressou na escola, no Ensino Médio. Antes de passar pelo programa, ele pensava em seguir carreira militar, mas, com apoio dos irmãos e dos professores e muito investimento na própria formação, optou pelo curso de Sistemas de Informação.
Maurício se tornou professor do projeto, passou por diferentes cargos dentro do CESAR até chegar à posição de gerente de projetos, sendo que uma das suas funções é justamente gerenciar a participação do centro no NAVE.
“Em 2011, eu comecei a estudar e a trabalhar no CESAR, meu primeiro emprego. Foi uma jornada de transformações, fortemente marcada por esse olhar que o programa NAVE me trouxe e que me fazia enxergar essas oportunidades”, lembra.
Paula Scarabelot, professora do curso técnico de multimídia do NAVE no Rio de Janeiro, conta que há todo um processo formativo que leva o aluno a experimentar uma visão aberta sobre quais caminhos seguir.
“O diferencial do NAVE é como ele transforma o aluno, é a abertura de visão. É muito fácil colocar o estudante na frente do computador e ensinar a usar o Word. O mais importante é fazer com que os estudantes usem a tecnologia a favor deles”, diz.
Ela explica que, no primeiro ano, há um trabalho de apresentação e expansão da bagagem de referências; no segundo, os estudantes ganham conhecimentos práticos e ferramentais; para que, no terceiro ano, comecem a entender quem eles são e o que querem fazer. Durante esse tempo, há um acompanhamento próximo dos professores, que atuam também como mentores.
“O NAVE e outros projetos como ele, mostram a importância de, por meio de parcerias público-privadas, você impactar a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. São escolas com uma infraestrutura incrível, com laboratórios, equipamentos multimídia, excelentes professores – coisa que você só vê no setor privado. É transformador”, diz Maurício.
Concepção e implementação de um laboratório de práticas inovadoras na Escola Manoel Domingos de Melo, localizada na zona rural de Vitória de Santo Antão. O projeto promoveu a estruturação de processos para integrar tecnologias nas práticas de professores. Trabalho executado em parceria com a Fundação Telefônica VIVO, Qualcomm e Prefeitura Municipal de Vitória de Santo Antão.
Parceria entre a Fundação Banco do Brasil e a CESAR School, foi idealizada com o propósito de preparar os jovens participantes do AABB Comunidade para o mercado de trabalho.
Projeto que levou conteúdos de programação a alunos de nove escolas da rede estadual na Região Metropolitana do Recife. A iniciativa foi executada em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, o Núcleo de Gestão do Porto Digital, a UFRPE e o Softex.
Iniciativa para formação de professores da rede pública de Pernambuco, com ensino de metodologias e ferramentas didáticas, em parceria com o Instituto Aliança e o BID.
Projeto realizado em parceria com a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco para desenvolver o profissional de inovação em educação para atuação em cursos técnicos da área de tecnologia da informação e comunicação. A iniciativa promoveu a experimentação de novas abordagens de ensino e revisão de práticas pedagógicas, além de ações de engajamento entre educadores.
Análise e consultoria para readequação curricular, com formações de professores e construção de itinerário formativo para estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental da Escola Professora Olindina Roriz Dantas, localizada na zona rural de Belém de São Francisco, numa região referência em tecnologias agrícolas.
Alunos dos cursos de Programação e Multimídia do NAVE apresentaram para seus professores, em 2021, uma ideia para aplicativo – o Amet. Conheça a história do projeto e desses estudantes, que querem extrapolar os muros da escola:
*Todas as fotos deste post foram produzidas antes da pandemia de Covid-19.