por Mari Mel Ostermann
Você já ouviu falar do Eneagrama? É um símbolo e instrumento místico de origem não conhecida (alguns dizem que sua origem está tradição Sufi) que traz “as nove faces (ou máscaras) da humanidade”. Disposto como uma mandala, aponta instintos, vícios, paixões, virtudes e caminhos de evolução e traz, segundo esta visão, a matriz das personalidades humanas, divididas em nove máscaras principais e seus subtipos. A sabedoria que podemos desvelar deste símbolo é imensa, tanto que ele é considerado uma relevante ferramenta de autoconhecimento e autodesenvolvimento humano. Mas, para que serve esse estudo?
Saber qual das máscaras de personalidade tendemos a vestir nos ajuda a recuperar o estado de plenitude, pois entendemos que elas são apenas ego
Em outras palavras, saber nosso tipo, nosso número, nossa máscara, diz muito sobre as tendências do nosso ego e personalidade (que são, em oposição à plenitude, a nossa parcela que se percebe limitada e separada dos demais).
Gurdjieff, um mestre espiritual greco-armênio, considerado um “despertador” de homens, trouxe o Eneagrama para o ocidente no início do século XX e, desde aí, o Eneagrama vem sendo aprimorado por estudiosos como Oscar Ichazo, Claudio Naranjo, Helen Palmer, Don Richard Riso e Huss Hudson. Hoje o eneagrama em suas várias ramificações é utilizado para os mais diversos fins de organização e evolução humana, sendo ferramenta de terapeutas, artistas, coaches, psicólogos e espiritualistas.
Entender qual desses traços de personalidade atuam mais constantemente na nossa forma de viver nos ajuda a perceber que nosso comportamento e formas de reagir e agir não são estáticas, mas sim passíveis de melhoria e ampliação.
Ou seja, as amarras que me prendem a “ser do jeito que sou” podem ser afrouxadas para que aja espaço de sermos mais inteiros a cada dia e não nos identificarmos só com essa forma automática e repetitiva de experimentar a existência.
Segundo o Eneagrama, somos o Espírito, o poder criativo, o Ser. Mas ao desenvolvermos a personalidade e sermos criados numa cultura (seja ela qual for), limitamos nossa percepção de nós mesmos e dos outros e começamos a defender fielmente nossas características marcantes, negligenciando o Ser essencial e divino que somos e passando a assumir “máscaras” ou uma “persona”.
Este símbolo traz em si informações ricas sobre as nove matrizes ou tipos de personalidade. Cada tipo tem suas luzes e sombras, vícios, fixações, virtudes. Segue abaixo uma lista bem breve dos nove, que não traz a infinidade de informações e estudos sobre de cada um dos tipos, mas mostra seus traços principais:
Tipo 1 – O perfeccionista
Tende a organização, à perfeição, é disciplinado, busca ser correto. Pode ser moralista, crítico, insatisfeito.
Tipo 2 – O doador (ou ajudante)
Tende a colocar sua atenção nos outros, busca ser querido e necessário, é generoso. Pode ser orgulhoso e alimentar o auto-engano sobre si.
Tipo 3 – O realizador
Gosta de ser reconhecido, é capaz, busca superação. Pode ser competitivo e vaidoso.
Tipo 4 – O romântico (ou individualista)
É artístico, original, busca ser diferente. Pode ser invejoso e individualista.
Tipo 5 – O observador
É pensador, pesquisador, adora conhecer profundamente. Tende a avareza e ao isolamento.
Tipo 6 – O cético leal (ou guardião)
Questionador, desconfiado, cheio de dúvidas, porém leal e cuidadoso. Tende à insegurança.
Tipo 7 – O entusiasta
Busca ter prazer e satisfação, é loquaz e improvisador. Tende a ser guloso, hedonista e racionalizar as situações.
Tipo 8 – O patrão (ou estrategista)
Líder, confrontador, justo e verdadeiro, pode ser rude e excessivamente assertivo, tende à luxúria e na vingança.
Tipo 9 – O mediador
Pacifista, preservacionista, é tranquilo e favorável. Pode ser preguiçoso e apático.
Como usar essas informações?
Quando descobrimos com que tipo de personalidade nos identificamos — isso é feito por meio de testes e auto-observação —, podemos, através da própria mandala do Eneagrama, saber quais movimentos são meus movimentos de crescimento, saber como posso escolher visitar meus pensamentos e quais são os buracos de comportamento que posso evitar cair.
Ao entendermos essa mandala, percebemos automaticamente que todos também são “o ser”, mas agem na maioria do tempo através de um “eu limitado”.
Ao compreendermos nossas máscaras, passamos a conviver de forma mais inteligente com os comportamentos alheios
A frustração e as expectativas em relação ao próximo dão lugar à compreensão. Claro que é preciso constante vigília, afinal algumas tendências de nossa personalidade estarão conosco por toda a vida. Mas essas tendências têm sua parcela essencial, saudável, evolutiva. Quando estou plenamente saudável, vivo o melhor de mim. Percebo meus pontos fortes e minhas limitações e me torno responsável pela minha vida. Limito minha auto-sabotagem e abro espaço para o amor e para a paz.
Escolher abrir mão de certos sofrimentos e condicionamentos, trazer luz para nosso modo de viver a vida, acordar o observador interno que zela por nós, são escolhas maduras e altamente positivas para quem deseja ser mais feliz e entender um pouquinho mais o sentido da vida. É o convite que faço a todos.
Mari Mel Ostermann, 31, é naturóloga integral. Atua clinicando, dando cursos, vivências e consultorias. Junto com a sócia Gabi Picciotto, que é coach integral, criou o Curso Online Integral Way. Uma versão gratuita com quatro aulas sobre Abordagem Integral (incluindo o Eneagrama) será enviada por email aos interessados de 6 a 18 de abril. A versão completa do curso dura três meses.
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