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Relação entre startups e corporações: o todo é bem maior do que a soma das partes

Marcus Couto - 28 jun 2017
Flavio Pripas, diretor do Cubo: um hub de inovação no coração de São Paulo
Marcus Couto - 28 jun 2017
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A união entre a velocidade das startups e a escala e capacidade de execução das grandes empresas vem transformando o cenário do empreendedorismo no Brasil e no mundo. Essa fusão tem fomentado tecnologias disruptivas e ajudado a fazer grandes ideias saírem do papel para atingir o mercado com maturidade.

Como diretor do Cubo, um hub de empreendedorismo e inovação no coração de São Paulo, Flavio Pripas possui uma visão privilegiada de todo esse cenário. Em entrevista exclusiva ao site da plataforma Inovação AES, Pripas fala sobre como startups e grandes empresas podem estabelecer uma relação de ganho mútuo, e como uma nova parceria entre Cubo e AES promete trazer ainda mais energia ao ecossistema de empreendedorismo brasileiro.

Como o Cubo auxilia o ambiente de startups paulistano?

O Cubo preencheu uma lacuna de mercado. O Cubo criou densidade. O que significa isso? Um espaço físico, que é este espaço em que a gente está agora, onde 600 pessoas circulam todos os dias para falar de inovação, empreendedorismo, tecnologia, novos modelos de negócio, novas formas de trabalhar… E a partir do momento que você tem essa densidade de pessoas pensando tecnologia, inovação, novas ideias, novos negócios, a coisa acontece organicamente. Isso é o que o Cubo faz. Ele preenche essa lacuna de densidade para São Paulo, cria um ambiente de inovação onde novas ideias e novos negócios florescem a toda hora.

Na sua opinião, como uma grande empresa pode se beneficiar do ecossistema de startups?

Todo processo na grande empresa é feito para diminuir risco. Uma startup é sinônimo de risco. Em teoria, são dois mundos que não se conversam muito, só que é bacana uma grande empresa trabalhar com uma startup para que ela possa desafiar os processos estabelecidos, para que ela possa pensar o mundo de uma maneira diferente, para que ela possa até pensar em entrega de valor em uma velocidade diferente.

Uma grande empresa trabalhar com uma startup é transformador para a grande empresa e é transformador para a startup também, porque a partir do momento em que uma startup começa a fazer um projeto com uma grande empresa, a startup tem que pensar em governança, tem que pensar escala, equipe… A junção desses dois mundos é super bacana para os dois lados.

Como uma startup pode se beneficiar dos recursos de uma grande empresa?

O que define uma startup? Uma startup é definida por escala, velocidade e execução. Uma grande empresa pode trazer para uma startup exatamente a escala. Uma grande empresa já tem uma rede de distribuição, de parceiros, clientes… E às vezes juntar um produto de uma startup que traz escala, velocidade e execução com uma grande empresa que traz escala e execução, essa soma de um mais um, é com certeza muito maior do que dois.

Quais possibilidades de inovação você vê no segmento da Internet das Coisas?

Muito se fala em IoT, a Internet das Coisas. A grande verdade é que praticamente todos os devices, todos os equipamentos, vão ficar conectados de alguma maneira. As possibilidades são infinitas. Eu mesmo passo o dia inteiro com um relógio que está conectado na Internet com sensores, pegando meus dados biométricos ou o que está acontecendo no meu corpo. Só que isso vai se estender a todas as nossas relações ao longo do dia, desde a hora que a gente acorda até a hora de dormir.

É importante que quanto mais a gente consegue medir, mais a gente consegue fazer ações em cima para gerar resultado, e isso vai abrir oportunidades para que vários empreendedores possam trabalhar nesses dados e entregar novas soluções, novos produtos e novos serviços. É bastante empolgante a gente pensar no que é que pode vir agora à frente com essa questão da Internet das Coisas.

Quais possibilidades de inovação você vê na área dos veículos elétricos?

Uma das grandes questões que nós temos no mundo nos últimos 50, 60 anos, é essa questão dos combustíveis fósseis, combustíveis que em algum momento são limitados, que vão acabar. E a partir do momento que você tem energias que são renováveis e que você consegue utilizá-las para entregar valor na nossa vida, isso pode ser transformador. Os veículos elétricos vão exatamente de encontro a isso. Você pega uma energia que pode ser muitas vezes de fontes renováveis e coloca num equipamento que consegue nos ajudar em nossa vida, no nosso dia a dia, nos levar do ponto A ao ponto B. E isso vai causar uma mudança enorme na sociedade. Isso sem comentar a questão do aquecimento global. A queima de combustíveis fósseis acaba ajudando no efeito estufa, aquilo que a gente já conhece. Não só veículos elétricos, mas vários equipamentos em que a gente consegue usar energias renováveis podem ajudar a Terra a não ir para aquele caminho que muitos cientistas dizem que é um caminho sem volta.

Como a parceria entre Cubo e AES beneficia o projeto do Cubo?

A AES é uma empresa de energia que traz um dos ativos mais importantes do mundo hoje em dia, que é a própria energia. Nenhuma tecnologia funciona sem energia. Fora que a AES, como grande empresa, traz exatamente o que esse mundo de startups precisa, que é escala e execução. As startups, trabalhando com a AES, podem colocar velocidade para que novas ideias, novas soluções, novos produtos e novos serviços encontrem um mercado cada vez mais rápido. A junção entre escala, execução e a velocidade das startups nessa parceria entre a AES e o Cubo tem uma fórmula que pode ser mágica e que pode ajudar a transformar o nosso mercado.

Na sua opinião, por onde um empreendedor brasileiro de tecnologia deveria começar? Qual o primeiro passo?

O primeiro passo para um empreendedor de tecnologia começar é simplesmente executar aquela ideia que ele tem. Eu falo muito sobre isso, que uma ideia no mercado não vale absolutamente nada. O que vale é capacidade de execução. E hoje em dia está muito fácil, muito barato e muito rápido alguém conseguir tangibilizar uma ideia através de uma plataforma tecnológica. A dica que eu sempre passo para alguém que queira começar um novo negócio é: vai lá, executa, desenvolva aquele produto, aquele serviço, coloca no mercado, começa a receber feedback, opiniões sobre se aquilo que você está fazendo está certo, o que está fazendo errado, e vai evoluindo em cima daquele produto e serviço. É assim que qualquer um que queira começar pode dar o primeiro passo e fazer algo que no futuro pode dar certo.

Você acha que hoje é um bom momento para começar?

Sempre é um bom momento. Nunca tem um melhor momento. No mundo sempre vai ter ineficiência para ser atacada, uma oportunidade para ser alcançada. Então sempre é um bom momento para quem tiver uma boa ideia e tiver a capacidade de execução, começar um novo negócio.

 

Esta matéria pode ser encontrada no portal Inovação AES. Confira o site para ficar por dentro do que acontece no mundo da energia.

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