Assim que chegam ao Centro de Inovação da 3M em Sumaré, no interior de São Paulo, os visitantes são recebidos por um simpático host. Ele guia os convidados pelo local, em um tour pelos mais de 4 mil metros quadrados do prédio, mostrando dezenas das soluções da empresa e interagindo com eles.
O anfitrião, de 1,20 metro de altura e batizado de InovaBot, é um robô. Projetado para interagir com humanos de forma autônoma e independente, ele tem vários “irmãos” em outras funções país afora, trabalhando em atendimentos, triagens, auxiliar de logística, nos cuidados com idosos e até de pacientes com Covid-19.
Produzido pela startup curitibana Human Robotics, o robô é, segundo Paulo Gandolfi, diretor de Operações de P&D e Inovação na América Latina da 3M, perfeito para a proposta do Centro, que foi reinaugurado em 22 de outubro, depois de mais de um ano de reforma, em um evento virtual.
“Precisávamos fazer algo diferente para receber nossos clientes. O processo de visita já é automatizado e quisemos dar a ele um toque especial”, afirma Gandolfi.
“O robô é, na verdade, uma interação de vários pequenos sistemas, que tem mapeado todo o Centro de Inovação e pode se deslocar pelo local sozinho, conduzindo um grupo na visitação.”
O InovaBot é um show à parte, mas não é nem de longe a única atração do local inaugurado em 2005 e que, com essas melhorias, passa a ser o maior entre os sete centros de inovação da empresa na América Latina.
“São mais de 50 centros como este ao redor do mundo e costumamos dizer que eles são como uma casa para nossos clientes”, explica o diretor. “Temos a intenção de recebê-los no espaço – e de interagir com eles.”
As configurações de cada Centro de Inovação variam. No Brasil, ele conta com 14 laboratórios, que representam diferentes divisões da 3M.
“Ele é uma composição de três coisas. Primeira: é um showroom, espaço onde podemos mostrar nossas tecnologia e produtos, as soluções que temos para o mercado”, enumera Gandolfi.
“Isso faz com que aconteçam conexões não usuais – o cliente vem com uma ideia e muitas vezes acaba saindo com várias outras.”
A segunda função do Centro de Inovação é ser um local para treinamento. “Vários espaços foram pensados para treinar nossos clientes, desde aspectos bastante práticos, como trabalho em altura, até reparação automotiva, lixamento e aplicação de fitas e adesivos, passando por toda a área de healthcare.”
O centro é, por fim, também um grande laboratório de prototipagem. “Prototipamos soluções tanto de desenvolvimento de produtos, com a equipe que trabalha com P&D na companhia, incluindo os engenheiros de aplicação, como com nossos próprios clientes”, afirma o diretor de Inovação.
“Eles trazem suas dores, seus desafios, e trabalhamos em conjunto para resolver esses problemas.”
Voltados para parceiros comerciais e também clientes finais da 3M, os treinamentos oferecidos no Centro de Inovação têm como objetivo capacitar os participantes para o uso das soluções da empresa de forma mais eficaz.
Essas capacitações são realizadas pelos engenheiros de aplicação e profissionais de marketing e vendas, que podem contar com diversos recursos e equipamentos disponíveis no Centro.
“O robô de automação da área de abrasivos demonstra, com peças reais dos nossos clientes, como é um acabamento feito por células robóticas – que, na fábrica deles, geralmente ainda é feito de forma manual.”
Assim, simulando o processo de automação, o robô dá suporte ao cliente, ajudando a entender como aquele produto pode ser utilizado. “Mas ele também mostra a vantagem dessa automação na própria fábrica do cliente.”
Para Gandolfi, o Centro de Inovação acaba funcionando, na prática, como um agente de educação no mercado. “Nossos treinamentos da área de produtos para segurança têm uma profundidade técnica altíssima”, explica.
“Eles abrangem o ponto de vista teórico não só em relação aos nossos produtos, mas também a conceitos de inovação e tendências, aspectos do mercado como um todo e até dimensões específicas como a proteção ao trabalhador.”
Por isso, o Centro de Inovação não atrai apenas clientes. “Recebemos também startups, universidades, fornecedores, representantes do governo, além de todo nosso público interno”, conta o diretor.
“Ele funciona como um pequeno microcosmo, um ecossistema de inovação aberta que reúne diferentes players num conceito de colaboração.”
As melhorias do novo Centro de Inovação ainda não terminaram. A 3M está, segundo Paulo Gandolfi, reformulando todas as estações de demonstração de produtos. A primeira, já finalizada, é a de fitas e adesivos.
“No primeiro trimestre de 2022, vamos instalar uma série de painéis informativos e abrir o espaço localizado na frente do auditório para ser um centro de colaboração com clientes”, revela.
O visitante sai do Centro de Inovação com uma sensação de encantamento, afirma Gandolfi. E não apenas por causa dos robôs e tecnologias diversas – mas também pelas demonstrações dos próprios produtos da 3M e suas possibilidades.
Argolas de aço presas por adesivos, nas quais o visitante podia se pendurar sem risco de cair, costumam atrair muito a atenção. Elas estão sendo substituídas por outra atração: um banco-balanço, no qual os tirantes de cabo de aço estão fixados uns aos outros com um adesivo estrutural 3M.
“É apenas mais um exemplo de como conseguimos, através de tecnologia, substituir processos como a solda.”
Gandolfi diz que o que mais dá orgulho a ele em relação ao novo Centro de Inovação é a visão de indústria 4.0 da 3M. “Trouxemos automação, robótica para dentro do centro. É um caminho sem volta, inevitável: cada vez mais vamos propor esse tipo de solução para nossos clientes”, ele afirma.
Inovação, para o diretor da área de uma das empresas mais inovadoras do mundo, é a forma de sobreviver a longo prazo.
“É preciso se reinventar o tempo todo, sempre em busca de melhoria contínua do que estamos colocando no mercado e da forma como ajudamos nossos clientes e parceiros a resolver suas dores”, afirma.
“Mas vou dar também uma resposta direta: inovação só se dá quando criamos valor para o cliente, e hoje, mais atentos ainda aos impactos da inovação no mercado, no meio-ambiente, na sociedade. Inovar é preciso, mas com sustentabilidade.”
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