Religião e espiritualidade sempre tocaram a administradora de empresas Gabriela Picciotto, 27 anos. Mais do que curiosidades, eram assuntos de família. Seus avós, judeus egípcios, emigraram para a Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Depois até a Argentina e, finalmente, para o Brasil. O pai dela fui expulso de casa apos se casar com uma brasileira católica e se converter ao catolicismo.
“Ainda criança, percebi o tumulto que envolvia minha família e fui questionar meu pai. Aí nasceu meu interesse pelas religiões e a busca pela espiritualidade”, lembra a paulistana, que vive no Rio de Janeiro há dois anos.
Outro episódio marcante foi quando Gabriela assistiu ao pai prosperar rapidamente após abrir um negócio. “Passei a questionar a real importância do dinheiro”, diz. A vontade de entender o mercado e o que havia em comum entre crenças e culturas foram o estopim de uma revolução interior.
Cursar administração na Fundação Getúlio Vargas (FGV), seria, para ela, como promover uma implosão, processo que acontece de dentro para fora. “Muitas vezes me senti deslocada e nunca cogitei trabalhar no mercado financeiro. Mas queria ver como tudo aquilo funcionava”, afirma. Durante a faculdade, ela tentava trabalhar temas como economia criativa e visitou uma comunidade produtora de algodão na Paraíba.
PELAS TERAPIAS ALTERNATIVAS, O CAMINHO ATÉ O COACHING
Paralelamente, Gabriela se interessava por terapias alternativas como tarô e reiki, que aprendia em cursos livres. E também por empreendedorismo e teoria integral, corrente que prega a relação entre várias áreas do conhecimento. No meio da faculdade, surgiu a oportunidade de fazer um curso de quatro anos de Ciências Políticas em Paris. Sete meses depois, sua família passaria por uma crise financeira e Gabriela teve que voltar. Trabalharia com consultoria estratégica por dois anos para ajudar em casa.
Com a calmaria, vieram uma viagem à Índia e o mestrado no Integral Coaching Canada (ICC), no país da América do Norte. O coaching consiste, basicamente, em um treinamento que ajuda as pessoas a identificar seus desejos e aptidões, nos campos pessoal e profissional. “Ajuda as pessoas a expressar o que têm de melhor e colocar seu potencial no mundo”, descreve Gabriela, que passou a ministrar esses cursos em 2012.
A vontade de dividir conhecimento sobre coaching deu origem ao site The Sun Jar. Criado em outubro do ano passado, o portal reúne dicas, informações e depoimentos de pessoas que, de alguma forma, deram guinadas em suas vidas. Até o fim do ano, a ideia é abrir cursos sobre teoria integral e autodesenvolvimento.“Quero contar histórias de quem seguiu e concretizou sonhos e inspirar por meio delas”, diz Gabriela.
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