Buscar soluções criativas (e lucrativas!) para impactar positivamente o mundo: eis a missão do The Venture, competição de empreendedorismo social promovida por Chivas Regal. A etapa brasileira terminou em dezembro e premiou a Epitrack, que desenvolve plataformas colaborativas para o monitoramento de surtos epidemiológicos. Agora, a startup recifense concorre com outras 26 empresas em um crowdfunding global para ver quem abocanha a fatia mais gorda de um fundo de 250 mil dólares – do total de US$ 1 milhão em disputa no The Venture – a ser distribuído conforme a preferência do público. A votação online já está aberta e fica no ar até o dia 13 de junho.
Devido ao fluxo de turistas, eventos de grande escala são ocasiões superfavoráveis ao surgimento de epidemias, e o Brasil se prepara agora para sediar os Jogos de 2016, apenas dois anos depois de receber a Copa do Mundo de 2014. Não bastasse isso, a gripe H1N1 resolveu dar as caras de novo e o país ainda vive às voltas com o Aedes Aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. É neste contexto que a Epitrack se insere, criando ferramentas que ajudam na prevenção digital de doenças – como a plataforma Guardiões da Saúde, lançada em março e desenvolvida pela empresa para o Ministério da Saúde.
“Existe o grande desafio da velocidade com que essas informações trafegam nos órgãos públicos”, diz o biomédico Onício Leal, sócio da Epitrack e representante da empresa no The Venture. “Com o Guardiões da Saúde, o que a gente faz é desburocratizar a produção dessa informação, coletada junto à fonte mais primária – o próprio usuário. O papel da Epitrack é coletar esses dados sindrômicos para que possamos fazer as nossas inferências e para que os governos possam estar por dentro do cenário epidemiológico de forma mais imediata para tomar suas decisões.” Ou seja: quanto mais gente reportar seus sintomas, mais eficaz se torna a ferramenta – e a saúde pública agradece.
Em paralelo à participação no The Venture, a Epitrack prepara uma atualização do Guardiões da Saúde com foco nas Olimpíadas. “Essa atualização terá uma gamificação para engajar melhor os usuários, e também estará disponível em mais seis idiomas – inglês, espanhol, francês, árabe, russo e chinês”, diz Onício. O plano é que 100 mil pessoas façam uso da plataforma durante os Jogos. Uma meta ambiciosa, dez vezes maior do que o número de usuários que baixaram o app Saúde na Copa, lançado pela empresa em 2014 para gerar notificações em tempo real de sintomas como febre, diarreia, dificuldade respiratória, vermelhidão e dores de cabeça e nas articulações.
O dinheiro que a Epitrack vier a arrecadar no The Venture já tem destino certo. No ano passado, a empresa começou uma parceria com o LIKA (Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami), baseado na Universidade Federal de Pernambuco. A ideia é empacotar o conhecimento científico do meio acadêmico na forma de uma nova ferramenta para prevenção do câncer. “Estamos buscando esse fundo de financiamento do The Venture para um projeto que combina as tecnologias de prevenção digital de doenças que a Epitrack já tem com os biossensores, que através de uma gota de sangue podem identificar marcadores moleculares”, diz Onício. “Se faturarmos esse prêmio, poderemos tirar esse projeto do papel.”
Curtiu a ideia? Então vá ao site do The Venture, vote na Epitrack e ajude a alavancar esse projeto!
