“O desafio de qualquer marca hoje é superar as dificuldades crescentes em estabelecer um diálogo com os consumidores – cada vez mais as pessoas são bombardeadas por mensagens, estímulos, e engajar numa conversa é muito mais dificil”. Quem diz é Rafael Souza, head de marketing para whiskies da Pernod Ricard, que detém a marca Chivas Regal. “As pessoas não querem mais se relacionar com as marcas via propaganda, exclusivamente”. Construir esse diálogo direto (e concreto) com os clientes é o sonho de qualquer empresa – e quer maneira melhor de fazer isso do que discutindo e promovendo temas e soluções que verdadeiramente afetam a vida de todo mundo?
Rafael e sua equipe são responsáveis por toda a concepção da etapa brasileira do The Venture, competição global de empreendedorismo social promovida por Chivas Regal. Presente em mais de 70 países, a marca sempre esteve associada a sucesso e a cavalheirismo – mas para se jovializar era preciso entender o que esses conceitos significam hoje, sob um ângulo novo e poderoso. “Fizemos muita pesquisa. Para as gerações mais novas, sucesso é sim ganhar dinheiro, ter as suas aspirações materiais realizadas… Mas também envolve a comunidade, envolve gerar um impacto positivo para os outros. Você pode ser um empresário bem sucedido de várias maneiras, mas se não tem no seu modelo de negócio essa troca com o entorno, isso seria um sucesso incompleto”.
O posicionamento “vença do jeito certo” veio para ficar, garante Rafael. Sua missão agora é ajudar a divulgar a mensagem do empreendedorismo social, uma ideia ainda relativamente pouco difundida por aqui. Nada a ver com caridade ou filantropia. Tudo a ver com transformar esse mundo complexo em que vivemos por meio de sacadas “simples” e o uso da tecnologia, desbravando caminhos e criando conexões na forma de um modelo de negócio bom para o planeta e para a sua conta bancária. Sério: pode haver algo mais cool do que isso?
“No Brasil, todo mundo quer empreender. A pessoa quer ter uma casa própria, um carro e um negócio. Mas nem todo mundo pensa em ser um empreendedor social”, diz Rafael. Nesse sentido, o The Venture Brasil representa uma oportunidade imperdível para esses potenciais empreendedores. A fase de inscrições já está aberta e vai até 25 de outubro. Os finalistas serão definidos pela análise dos projetos (a comissão de júri inclui Lucas Foster, da ProjectHub, e Maria Prata, apresentadora do Mundo S/A, da GloboNews, entre outros); o vencedor ganha uma bolsa na Singularity University, da NASA, e a vaga no The Venture global para disputar uma fatia do fundo de US$ 1 milhão destinado às start-ups com maior viabilidade e poder de impacto.
Rafael acompanhou de perto a final da última edição do The Venture, em San Francisco, na Califórnia, no último mês de julho. Estava na torcida pelo representante brasileiro, Guilherme Lichand – o criador da MGov ficou entre os 16 finalistas, mas não chegou a ser contemplado com uma parte do prêmio. Méritos da concorrência, presente em altíssimo nível. Aliás, para conhecer esses inovadores e se inteirar do espírito do The Venture, assista ao documentário em cinco partes How to Save the World (and Get Rich Trying). Os episódios um, dois, três e quatro já estão ar – cada um tem cerca de 4 minutos.
E que recomendação o head de marketing teria para os empreendedores sociais brasileiros na hora de elaborar seus projetos e se aventurar no The Venture? “A dica que eu dou é esta: os projetos com mais chance de ganhar parecem ser aqueles que têm as histórias mais simples para contar”, diz Rafael. Não é uma regra, claro – isso seria simplista. Mas, de fato, existe um apelo inegável na beleza singela de um projeto cujos benefícios para o entorno você consegue definir em uma só frase.
E você? Já definiu como quer ajudar o mudar o mundo (e ficar rico enquanto isso)? Então inscreva o seu projeto aqui!
