Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete deste mês é…
EMPLOYER BRANDING
O que é: Employer branding ou marca empregadora se refere à criação de estratégias por uma empresa para reforçar os pontos positivos dessa organização e mostrar ao mercado como ela é um lugar interessante para se trabalhar.
As ações são geralmente focadas em gestão de pessoas, comunicação e marketing e o objetivo, no fim das contas, é ampliar a reputação como marca empregadora.
Segundo uma pesquisa de 2024 da consultoria Universum, o employer branding é uma prioridade para 68% das companhias no mundo. Já um documento do LinkedIn apontou que organizações que não investem em employer branding podem ter um custo extra de quase 5 mil dólares por empregado contratado.
Origem e por que é importante: O conceito de employer branding não é novo. De acordo com artigo do site Iberdola, o termo foi cunhado em 1996 pelos professores britânicos Simon Barrow e Tim Ambler, mas só se popularizou no mundo corporativo de 2010 em diante.
Ter uma marca empregadora desejada faz diferença em um momento em que o mercado de trabalho está mudando e mais pessoas estão repensando suas prioridades e buscando conciliar vida pessoal e profissional.
Movimentos como o quiet quitting e the great resignation e a própria mentalidade da Geração Z em relação ao trabalho já mostraram que os colaboradores não estão mais dispostos a sacrificar suas vidas em função da carreira.
Por isso, ser uma marca desejada pode trazer vantagens competitivas na hora de contratar e reter talentos.
Passo a passo para implementar:
(separamos algumas estratégias de implementação, benefícios e dicas para melhorar as ações baseadas em recomendações da Gupy):
🛠️ Defina o público-alvo que busca atingir com as ações de employer branding;
🛠️ Faça uma pesquisa interna e colete feedbacks para entender como os funcionários enxergam a companhia atualmente e como ela deseja ser vista daqui em diante;
🛠️ Estabeleça quais o objetivos, metas a serem atingidas e formas de mensurá-las;
🛠️ Defina e entenda seu employee value proposition (EVP) ou a proposta de valor ao empregado, que se resume ao que a empresa oferece e a torna única (cultura, benefícios e oportunidades);
🛠️ Comunique internamente as ações e o EVP da empresa e crie campanhas de marketing para que as ações impactem também o público externo. Os próprios colaboradores podem se tornar embaixadores da marca empregadora em postagens no site da empresa, nas redes e em demais conteúdos de marca;
🛠️ Monitore e ajuste as estratégias a partir dos resultados obtidos.
Como melhorar seu employer branding:
💡 Construa uma página de carreiras da empresa que inclua sua missão e visão; valores e cultura; benefícios e vantagens; compromisso com diversidade e inclusão; oportunidades de trabalho flexíveis e remotas; depoimentos de colaboradores etc.
💡 Forneça descrições de cargos atraentes, já que os anúncios de vagas costumam ser o primeiro contato que os candidatos têm com sua empresa;
💡 Crie engajamento entre os funcionários atuais para que compartilhem suas experiências, pois é provável que os candidatos confiem mais nos funcionários do que nos materiais de marca do empregador;
💡 Use as redes sociais da empresa para compartilhar informações atraentes para seus candidatos ideais.
Quem se destaca no employer branding: O Google é visto como um dos principais exemplos de empresa que se vale do employer branding ao divulgar amplamente suas inovações, ouvir constantemente sua comunidade para implementar melhorias, incentivar o intraempreendedorismo e fazer processos seletivos que não se baseiam apenas no currículo, mas em soft skills.
A companhia, aliás, é a primeira no ranking “Empresas dos Sonhos 2023 (Cia de Talentos)”, seguida por Vale, Ambev, Globo, Itaú, Nestlé, Bradesco, Natura, Microsoft e Bayer.
Já empresas como o grupo Iguatemi, Unilever, Claro e PepsiCo apostam nos colaboradores influencers para fortalecer suas marcas nas redes sociais.
Segundo reportagem da Forbes, a Unilever foi uma das pioneiras neste tipo de iniciativa em 2020, com os U-Fluencers, funcionários embaixadores da empresa, que passaram a usar principalmente o LinkedIn para abordar temas relacionados às suas áreas de atuação e propósitos.
Um exemplo de ação recente de employer branding é o da startup francesa de benefícios corporativos Swile, que no final de maio lançou uma campanha para reconhecer e promover seus funcionários. Quem ganhava o “bombom Swile” na embalagem prata tinha recebido um aumento de salário. Já a dourada indicava uma promoção.
Outra ação foi a “Swile reconhece”, uma gratificação em dinheiro para a pessoa colaboradora que se destacou em alguma ação ou projeto na empresa.
Benefícios: Dentre os benefícios de criar estratégias de employer branding estão:
👍 Atração e retenção de talentos;
👍 Aumento no número de candidaturas por vaga;
👍 Redução de turnover e do custo por contratação;
👍 Aumento da produtividade e bem-estar no trabalho;
👍 Credibilidade e boa reputação no mercado, refletindo no aumento das vendas.
Deslizes que custam caro: Em uma imersão realizada em maio de 2024 pela Exame sobre “Novas Práticas de Employer Branding”, Caio Infante, especialista no tema, listou os maiores erros cometidos pelas organizações nessa hora:
❌ Não investir em marketing na hora de anunciar vagas;
❌ Focar apenas em ações pontuais, em datas comemorativas, por exemplo;
❌ Achar que reputação da marca é o suficiente (as pessoas podem conhecer a marca, mas não saber como é trabalhar nela);
❌ Não saber calcular o ROI do employer branding;
❌ Não incluir a média gestão nas estratégias para liderança;
❌ Não tratar os funcionários como embaixadores da marca;
❌ Ser reativo no processo de recrutamento;
❌ Não separar recursos para investir em desenvolvimento.
IA para otimizar o employer branding: Um artigo da Forbes sugere que é possível usar a inteligência artificial para melhorar as estratégias de employer branding.
Dentre as recomendações, Aditya Malik (fundador da CEO of Valuematrix.ai), autor do texto, sugere que as empresas podem personalizar e segmentar seu conteúdo de marketing de recrutamento usando IA, seja na descrição da vaga, nos materiais de recrutamento ou nos conteúdos de mídia social – tudo para atrair o talento certo.
O artigo também indica usar o poder de análise de dados da IA para entender o comportamento dos candidatos e suas preferências.
Com essas informações, é possível ajustar as estratégias de branding para tornar a empresa mais atraente para o público-alvo desejado.
Mas fica o alerta: embora a IA ofereça vantagens, é importante considerar os desafios éticos, como a privacidade dos dados e o viés algorítmico da IA.
Para saber mais:
1) Employer branding: o que é, 11 estratégias de como aplicar e exemplos de sucesso;
2) Entenda as diferenças entre EVP e Employer Branding;
3) 11 empresas e suas dicas de employer branding para atrair os melhores talentos;
4) Air Branding, uma consultoria especializada em ajudar empresas a criar vínculos com os funcionários