Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
ICO (Initial Coin Offering)
O que acham que é: Abreviação de “icônico”.
O que realmente é: ICO, sigla de Initial Coin Offering (“oferta inicial de moeda”, em tradução literal, embora não se use o termo em português), é uma nova forma de arrecadação de recursos (fundos, financiamentos etc.) feita por meio de criptomoedas, principalmente Bitcoin e Ethereum.
A Initial Coin Offering corresponde, no meio digital, a IPO (Initial Public Offering ou “oferta pública inicial”), meio pelo qual recursos são adquiridos na Bolsa de Valores, o que implica na emissão das tradicionais ações. Na ICO, emitem-se os chamados tokens, que podem ser tanto as criptomoedas em si como outros ativos digitais.
Outras diferenças importantes entre IPOs e ICOs é que esta última não é regulamentada, seu processo não é burocrático nem caro e prescinde de intermediários e corretores. Por isso, têm atraído, principalmente, startups e ainda pessoas em busca de crowdfundings (financiamentos coletivos), para a produção de projetos individuais ou coletivos.
Segundo Samáris Ramiro Pereira, Pesquisadora em Segurança da Informação em Saúde da Fatec São Bernardo do Campo, uma característica das ICOs é que acontecem em esfera global. “Diferentemente das IPOs, não ocorrem dentro de uma Bolsa que pertence apenas a um país”, diz.
Ano passado, mais de três bilhões e meio de dólares foram movimentados com ICOs no mundo.
Quem inventou: Não há uma versão oficial. O pioneirismo é tanto creditado à plataforma Ripple Labs, com uma criptomoeda chamada Ripple como à plataforma Mastercoin (rebatizada de Omni Layer), com uso de Bitcoins.
Mais foi mesmo a Ethereum, um ano depois, que impulsionou e elevou a importância das ICOs.
Quando foi inventado: Ripple e Mastercoin em 2013, Ethereum em 2014.
Para que serve: Para que startups ou projetos de crowdfunding arrecadem fundos ou consigam financiamentos de forma mais simples, sem o ônus das transações tradicionais.
Segundo Francisco Felinto da Silva Jr., professor no curso de Sistemas da Informação (SI) das Faculdades Rio Branco, há benefícios também para investidores: “É possível fazer pequenos aportes de capital em todo o mundo de forma segura”.
Quem usa: Estados Unidos, Tóquio, Singapura, Canadá, Suíça e Israel são os países que possuíram as ICOs mais rentáveis do ano passado.
Segundo um texto, de janeiro deste ano, da Business Insider (link em Para saber mais), em 2017, as ICOs se tornaram mainstream.
No Brasil, o mercado ainda é pequeno mas está em crescimento. Uma das primeiras plataformas que faz ICO é a OriginalMy.
Efeitos colaterais: Falta de regulamentação específica e risco de investimento.
Silva Jr. fala que, embora utilize tokens para garantir a segurança da transação, é possível haver falta de segurança de dados. “Além disso, para o investidor, no caso do Brasil, não há um fundo garantidor em caso de prejuízo financeiro, por exemplo”, afirma.
Quem é contra: Há países e órgãos reguladores que questionam a legalidade dos ICOs, já proibidas na China e na Coréia do Norte.
Silva Jr. diz acreditar que as bolsas de valores e comissões de valores mobiliários, como B3 e CVM, no Brasil, devem estar observando a movimentação. “Isso para que haja regulação e segurança para os investidores e empresas.”
Para saber mais:
1) Leia, na Forbes, How Will The China And South Korea ICO Bans Impact Cryptocurrencies? O texto traz considerações de membros da Forbes Technology Council sobre o impacto do banimento do ICO nesses países.
2) Leia, na Business Insider, The 11 biggest ICO fundraises of 2017. A lista é baseada no site Off3r, que permite ao usuário comparar oportunidades de investimento.
3) Leia, no Portal do Bitcoin, O que é ICO?, texto que explica com detalhes o passo a passo da Initial Coin Offering.
Alvo de críticas do governo por conta da política monetária, o Banco Central vem desenvolvendo o Real Digital, moeda eletrônica que deve entrar em breve em fase de testes e mudará a forma como você usa dinheiro no país. Entenda.