Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
INTERNET DOS SERVIÇOS
O que acham que é: Serviços contratados online.
O que realmente é: Internet dos Serviços (IoS) é, basicamente, o atrelamento de serviços à Internet das Coisas (IoT) ou, ainda, a Internet das Coisas gerando serviços intrinsecamente ligados à ela. Partindo da premissa básica de que a IoT envolve comunicação constante entre máquinas e máquinas e entre máquinas e humanos, Eduardo Magrani, advogado e coordenador do ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro), diz que quanto mais inteligente fica a “coisa”, ou seja, o produto, mais as empresas atrelam um serviço a ela. “Em grande parte desse cenário, estamos vendo a migração de produto para serviço que é oferecido ao consumidor a partir de vários modelos de negócios das empresas, como a fidelização”.
Por exemplo: um galão de água conectado à internet, com suas diversas funcionalidades, pode incluir, na venda, o serviço de suporte com pagamento mensal. O galão, nesse caso, pode até mesmo ser oferecido de graça, já que o lucro da empresa se dá no pagamento da mensalidade. Para Luciano Soares, professor de engenharia do Insper, a Internet dos Serviços consiste na utilização dos recursos da Internet das Coisas (IoT) em um sistema integrado. “Isso permite uma colaboração com outros serviços digitais na internet, trazendo maior valor para os usuários finais”, diz.
Quem inventou: Não há.
Quando foi inventado: Não há.
Para que serve: Para, como sua própria definição diz, atrelar serviços à Internet das Coisas e, consequentemente, às pessoas. De acordo com Soares, a IoS pode trazer recursos como o serviço na internet de inteligência artificial sem que o computador para processá-la esteja no local do sensoriamento. “Ou, ainda, maior segurança em transações entre dispositivos e pessoas em se usando recursos de blockchain.”
Quem usa: A Tesla, por exemplo, tem veículos com hardware e software que podem ser atualizados; os sensores e atualizações de software fornecerão inteligência extra via internet. Ao pagar pelos upgrades, o cliente gera receita para a Tesla. Já a Otis tem elevadores com sensores que enviam dados para a nuvem. Essas informações são, então, analisadas e a empresa vende um pacote de serviços de manutenção preditiva.
Efeitos colaterais: Perda de autonomia dos consumidores em relação aos produtos, o que envolve o valor a ser pago e, ainda, questões de privacidade. “Como a tecnologia vai ficando mais complexa, o consumidor necessitará do serviço de um expert para o conserto ou até mesmo o gerenciamento dos produtos. Isso faz não apenas com que despenda mais dinheiro, mas também com que perca a autonomia. Além disso, o big data que está sendo gerado o tempo todo envolve problemas de cybersegurança”, afirma Magrani.
Quem é contra: Consumidores, diante do cenário descrito acima e pessoas que temem a diminuição dos empregos por causa da automação. Para Soares, o argumento de que a automação irá acabar com alguns tipos de emprego é verdadeiro. “Mas novas funções irão surgir como, por exemplo, fazer a manutenção desses serviços”, diz ele.
Para saber mais:
1) Leia, na Forbes, The Winning Formula: How Leading Organizations Are Leveraging The Internet Of Things. Publicado sexta-feira passada, o texto é sobre uma pesquisa da própria revista com 700 executivos sobre IoT. 96% dos entrevistados disseram ter, como novidade, a IoS.
2) Leia, gratuitamente, o livro A Internet das Coisas, de Eduardo Magrani, advogado e coordenador do ITS Rio. Primeira publicação sobre IoT na área jurídica, o livro também aborda sua migração para a Internet dos Serviços.