Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
OKR
O que acham que é: Mais um tipo de metodologia de trabalho vertical.
O que realmente é: OKR, sigla para Objectives and Key Results (algo como “Objetivo e Meta”), é um sistema utilizado por empresas para criar alinhamento, engajamento e autonomia em equipes a partir do estabelecimento de objetivos factíveis, determinados pelos próprios times.
Ana Julia Ghirello, fundadora da abeLLha, incubadora e ecossistema de empreendedorismo social e colaborativo, diz que a OKR é uma metodologia usada para definir objetivos claros, mensuráveis e relevantes e alinhá-los de maneira simples e flexível com a equipe. “É um processo que gera autonomia e responsabilidade no time, fazendo com que os esforços se movam na mesma direção e, consequentemente, seja mais fácil de atingir resultados com eficiência”, diz.
Segundo Felipe Castro, OKR Coach e sócio da Lean Performance, a OKR é um processo leve e ágil. “Diferentemente do processo tradicional, que envolve metas anuais estáticas definidas de maneira top-down, ou seja, de cima para baixo, OKR trabalha com ciclos trimestrais de definição de metas em equipes alinhadas e autônomas.”
Quem inventou: A Intel, na época presidida por Andy Grove. Castro diz que a Intel criou o conceito original mas que por ser crowdsourced, o OKR não possui um único criador: “Cada empresa customiza a sua versão e contribui para a evolução do modelo como um todo. O caso mais famoso é o Google, que adotou OKR quando tinha menos de um ano de operação e cerca de 40 pessoas”.
Quando foi inventado: Na Intel, nos anos 1970. O Google começou a utilizar o OKR em 1999 e o faz ainda hoje, com mais de 60 mil funcionários.
Para que serve: De acordo com Ghirello, o OKR permite que as decisões (estratégicas, de produto, de marketing etc) sejam baseadas em um pensamento estruturado e alinhado às prioridades da empresa. “Para startups, por exemplo, o OKR ajuda a aliviar a sensação de que há muita coisa para fazer mas não se sabe por onde começar”, afirma.
Castro menciona também o foco e engajamento da equipe nas metas da empresa: “O OKR cria critérios de sucesso compartilhados entre o time, para que todos entendem para onde a empresa está indo. Ao mesmo tempo, o modelo cria uma cadência regular de acompanhamento de resultados para que o time possa debater como melhorar e ajustar”.
Quem usa: Além do já citado Google, Twitter e LinkedIn também fazem uso do método. No Brasil, Nubank, OLX e Locaweb utilizam a metodologia. No geral, usam e podem usar OKR quaisquer consultorias, startups e empresas focadas em crescer com eficiência.
Efeitos colaterais: Falta de conexão entre os objetivos da empresa e o propósito de cada pessoa do time. Ghirello conta que, em um certo ponto, percebeu que faltavam links entre os propósitos e as necessidades da empresa e os propósitos e as necessidades das pessoas. “A solução foi aliar o OKR ao sistema de Gestão Horizontal, em que cada um é livre para dizer o quanto sabe desempenhar funções e o quanto está motivado para fazê-las.”
Quem é contra: “Algumas empresas tradicionais têm resistência a alguns elementos de OKR, como, por exemplo, metas criadas de maneira bottom-up, ou seja, de baixo para cima, envolvendo o time. Para outras empresas, transparência em relação a metas e resultados é até mesmo um tabu”, diz Castro.
Para saber mais:
1) Leia, no site da Endeavor, Gestão de metas: Como implementar a metodologia OKR?. O texto é escrito por Mônica Santos, diretora de Recursos Humanos do Google.
2) Leia, na Business Insider, This Is The Internal Grading System Google Uses For Its Employees — And You Should Use It Too. O texto, de 2014, explica o OKR no Google etapa por etapa.
3) Assista, no YouTube, Startup Lab workshop: How Google sets goals: OKRs. Quem explica o sistema de OKR no Google é Rick Klau, GV. O vídeo tem quase uma hora e meia (o que faz sentido já que o Google usa OKR desde 1999).