Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
PRODUCT OWNER
O que acham que é: A tradução literal da expressão, ou seja, proprietário de produto.
O que realmente é: Product Owner (ou apenas PO) é o membro de uma equipe de Scrum (tipo de metodologia ágil utilizada para gestão e planejamento de projetos de software), responsável por decidir o que será ou não será feito no projeto. Ele faz também a ligação entre o time de desenvolvimento (programadores) e os demais envolvidos no projeto. A posição de PO é típica do Scrum, mas pode ser utilizada por outras metodologias ágeis. Segundo Ana Paula Gonçalves Serra, professora de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Ipiranga, dentre as responsabilidades do Product Owner estão: definir os requisitos do produto, manter atualizado o Product Backlog (lista contendo todas as funcionalidades desejadas para um produto) e priorizar e ajustar as funcionalidades a serem desenvolvidas. “É o Product Owner quem aceita ou rejeita o resultado dos trabalhos. Ele deve ter compreensão do domínio do negócio e das necessidades de diferentes tipos de usuários”, diz a professora.
Adriane Colossetti, coordenadora e professora dos cursos de graduação da área de TI e do MBA em Comunicação e Gestão de Projetos em TI da FIAP, lista ainda outras incumbências do Product Owner: deixar claro quais são os critérios de aceite, montar a estratégia para a chegada do produto ao mercado, podendo ter uma visão clara do orçamento, e refinar o Backlog com objetividade para que todos do time de desenvolvimento (conhecido também como dev time) possam entender o que precisa ser construído. “O PO colabora direta e ativamente com o dev time e apresenta a eles todos os requisitos necessários para a entrega do produto. Há uma tendência muito grande de aceite a cada execução se o PO foi realmente presente”, afirma Colossetti. O Product Owner atua, ainda, como facilitador quando há mais clientes envolvidos.
Quem inventou: O papel do Product Owner foi concebido no Scrum e há uma controvérsia sobre sua invenção. Há os que acreditam que os inventores foram os japoneses Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, em um estudo publicado na Harvard Business Review, e os que creem ter sido Jeff Sutherland e Ken Schaber, na conferência anual OOPSLA (Object-Oriented Programming, Systems, Languages & Applications).
Quando foi inventado: O estudo de Takeuchi e Nonaka foi publicado em 1986. A OOPSLA, na qual o estudo de Sutherland e Schaber foi apresentado, aconteceu em 1995.
Para que serve: Para definir, manter atualizadas e ajustar as funcionalidades de um produto.
Quem usa: Amazon, Spotify, Google, Yahoo! e Adobe são algumas empresas grandes que usam o Scrum e, portanto, têm POs.
Efeitos colaterais: Risco de falta de motivação da equipe e de falha na entrega. Segundo Colossetti, pode haver vários pontos negativos se a função for mal executada, mas o principal é a desmotivação do time de desenvolvimento. “Isso pode gerar descomprometimento do time de desenvolvedores.” Serra diz que se a pessoa que ocupa o papel de Product Owner não se encaixar no perfil da função, o produto desejado não alcançará seu objetivo. “Isso porque ele é o responsável pelo domínio do negócio e pela comunicação com a equipe e deve estar atento ao processo todo.”
Quem é contra: Não há.
Para saber mais:
1) Leia, na Forbes, Does Scrum Live Up To Its Hype? O texto, do ano passado, conta que apesar de já estar aí há um bom tempo, o Scrum continua importante.
2) Leia, no Entrepreneur, Why Tech Founders Should All Read Scrum. O texto diz que o Scrum mantém o ritmo, dá mentoria e apoio e permite que se compartilhem visões em projetos de software.