Continuamos a série que explica as principais palavras do vocabulário dos empreendedores da nova economia. São termos e expressões que você precisa saber: seja para conhecer as novas ferramentas que vão impulsionar seus negócios ou para te ajudar a falar a mesma língua de mentores e investidores. O verbete de hoje é…
MENTOR
O que acham que é: O mesmo que Coach.
O que realmente é: Mentor é uma pessoa que se dispõe a passar experiências a uma outra, chamada, nesta situação, de mentorado. Não é um bate papo entre amigos e, sim, uma situação, geralmente profissional (mas que pode se aplicar a outras áreas), em que o mentorado quer resolver questões que demandam um interlocutor com experiência, mas sem vínculo hierárquico. À prática dá-se o nome de Mentoria ou Mentoring e, apesar da comum confusão, é diferente do Coaching. “O Mentor traz a sabedoria do passado para o presente, o Coach ajuda as pessoas a trazerem o futuro para o presente, diz Mônica Barroso, professora, coach e curadora de programas na The School of Life Brasil.
Segundo o escritor e consultor de carreira Sidnei Oliveira, da Escola de Mentores, Mentor é alguém que tem interesse genuíno no desenvolvimento do ser humano. “Alguém que tenha disponibilidade em ajudar, ouvir, ser empático e criar uma relação de confiança para que seja possível trabalhar com aspectos da maturidade e autonomia do mentorado.” Oliveira conta ainda que há iniciativas sendo criadas, no Brasil, para a formação de profissionais em Mentoria:“Existem escolas que atuam na formação de profissionais que desejam exercer a mentoria em diversas áreas, como empresas, escolas, hospitais e etc, ou como profissionais autônomos”.
Já Daniel Sgambatti, fundador da Talent Matching, conta que o trabalho do Mentor é feito de forma voluntária. Ele diz, também, que o mentorado deve buscar aconselhamentos com Mentores distintos, de acordo com o momento e o assunto específico. “Por exemplo, podemos ter um Mentor para assuntos profissionais, outro para questões familiares e outro ainda para temas espirituais, por exemplo. O texto Chame o Mentor, da revista Exame, compila, de forma resumida, dicas da consultora Rosa Bernhoeft, autora do livro Mentoring —Abrindo Horizontes, Superando Limites, Construindo Caminhos para que para que mentorados escolham o melhor Mentor para seu caso, saibam administrar a relação que se estabelece e sobre como saber a hora de romper a mentoria.
Quem inventou: Oliveira diz não há um inventor e que a prática da Mentoria é intuitiva e comum desde os tempos antigos, quando chefes de agrupamentos preparavam seus sucessores. “Os atuais debates sobre o tema tiveram início com a chegada da nova geração de profissionais influenciados por avanços tecnológicos como a internet”, afirma.
Quando foi inventado: “Desde a Grécia antiga há relatos de situações de Mentoria e fomos aprimorando esse processo ao longo do tempo”, diz Sgambatti.
Para que serve: O Mentor pode ajudar um mentorado em dúvidas a escolher o que deve (ou quer) fazer, turbinando seu desempenho profissional. Também pode ajudá-lo a analisar situações e a encontrar saída para os problemas do cotidiano.
Quem usa: Profissionais de empresas tradicionais e empreendedores de startups (há, inclusive, um Verbete Draft falando exclusivamente de Mentor de Startup). Sgambatti afirma que várias pessoas e instituições procuram um Mentor para um trabalho de forma estruturada, mas também é comum que a troca aconteça de maneira informal. “Neste caso, principalmente no círculo de relacionamentos mais próximos.”
Sidnei conta que a procura por um Mentor e por programas de Mentoring começou a se popularizar no Brasil há pouco tempo e que estão emergindo principalmente na área profissional, em função da necessidade de formação de sucessores dos gestores: “Tem sido comum encontrar mentores atuando como referências e conselheiros em iniciativas de empreendedorismo”.
Efeitos colaterais: Uso do mentorado como “alavanca pessoal” por Mentores sem preparo e em busca de mérito e conhecimento. “Também pode acontecer de o Mentor perpetuar estilos e práticas ultrapassadas”, diz Oliveira. Sgambatti diz não acreditar em efeitos colaterais. “Mas é preciso deixar claro que o papel do Mentor não substitui os de terapeuta ou de Coach, entre outros”, diz.
Quem é contra: Nenhum dos especialistas diz acreditar haver quem seja contra.
Para saber mais:
1) Leia, na Forbes, diversos textos reunidos em um mesmo link sobre a prática do Mentor (como Modern Mentoring Is The Key To Retaining Millennials e How Culture, Mentoring And Trust Lead To Greatness).
2) Leia, na Business Insider, Meet the 31-year-old who mentors the CEO of a $44 billion company. O texto conta como uma funcionária de 28 anos foi escolhida para ser mentora de um executivo sênior e CEO de uma grande empresa.
3) Assista, no YouTube, ao divertido vídeo The Mentorship, em que Barack Obama e o jogador da NBA Stephen Curry falam da importância do Mentor.
4) Leia, na Inc. o texto Three Ways to Know If You’re a Great Mentor, sobre o que deve (e não deve) fazer um Mentor para abrir oportunidades para um mentorado.