O auditório do inovaBra habitat foi o local escolhido para o evento que deu a largada oficial, ontem (26), à segunda edição do Programa de Aceleração de Startups AES Tietê em parceira com a aceleradora corporativa Liga Ventures. Já está valendo: interessados devem inscrever seus projetos no site até dia 12 de agosto.
Thiago Kovtunin, coordenador de P&D da AES Tietê, deu boas-vindas à plateia e falou sobre as transformações que estão ocorrendo no mundo, no qual clientes estão cada vez mais empoderados, podendo até gerar sua própria energia. “A AES Tietê busca acompanhar esse movimento e trazer inovação para a empresa. Por isso a aproximação com o universo das startups.”
A iniciativa não é nova na AES Tietê. Em 2016, a empresa elaborou e pôs para rodar (está em finalização) seu primeiro Programa de Aceleração de Startups, também em parceria com a Liga Ventures, e foi a primeira do setor elétrico a fazer algo do tipo. Deu tão certo que está repetindo a dose (e servindo de exemplo a outras empresas do setor, que agora têm programas semelhantes).
Aporte financeiro e intelectual para a startup vencedora
Nesta segunda edição, assim que acabarem as inscrições, começa o processo de seleção. “Em agosto, serão cerca de 20 entrevistados, dos quais oito participarão do bootcamp e, então, sairão os três finalistas para fazer a aceleração”, diz Thiago.
Isso ocorrerá até o fim do ano. Cada uma dessas três startups poderá ter um aporte de até R$ 750 mil — o total investido no Programa 2018 será de até R$ 2,25 milhões. “Não é um investimento direto no caixa da empresa”, afirma Thiago. “O valor será utilizado para contratação de profissionais especializados que vão ajudar no desenvolvimento do projeto.”
Ele finalizou elencando para a plateia alguns pontos que serão analisados nos projetos: grau de inovação; originalidade da solução; se resolve o problema de alguém; se é relevante; qual o tamanho do mercado; se o modelo de negócio faz sentido; se a equipe tem capacidade de fazer o projeto acontecer.
Quem se apresentou em seguida foi Guilherme Massa, cofundador e diretor da Liga Ventures. Ele contou que o bootcamp do setor de energia é diferente dos que acontecem na maioria das empresas por ser um ambiente mais regulado, com certas peculiaridades: “Nós ajudamos os empreendedores a entender como se adequar aos critérios que a Aneel vai observar depois, a construir uma solução mais robusta na parte técnica e mais compreensível para o board da AES”.
Vencedores da primeira turma contam suas experiências
Os próximos a falar no evento foram os empreendedores das startups aceleradas na primeira edição do Programa: Matheus Rungue, sócio cofundador da Newatt e Juliano Mazute, CEO da Dayback.
Matheus falou à plateia sobre a experiência na aceleração. “Foi uma competição difícil, com empresas muito bem qualificadas. Pra gente foi bem importante, a aceleração viabilizou nossa luta”.
Em seguida, foi a vez de Juliano, que falou: “Quando começamos, faturamos 200 mil reais. Com a parceria e com a chancela da AES Tietê, chegamos a um milhão ano passado e vamos chegar a dois milhões neste ano. Só tenho a agradecer, tanto pelo desenvolvimento quanto pelo faturamento”.
Presidente da AES Tietê apresenta direcionadores e fala sobre as expectativas para os novos projetos
A penúltima palestra da noite foi “Simbiose da Inovação: conexão entre grandes empresas e startups na prática”, de Maximiliano Carlomagno, sócio fundador da Consultoria de Gestão da Inovação Innoscience. Sua analogia com a biologia para explicar inovação prendeu a plateia e suas histórias pessoais arrancaram boas risadas dos presentes.
O evento foi finalizado pelo presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas. Ele abriu sua fala dizendo que a empresa se transformou, nos últimos dois anos, em uma startup de pai rico, já que inova mas pertence a um conglomerado mundial.
“O setor elétrico, hoje, não é aquele que você conhecia quando criança, com turbina hidráulica, gerador, cabos. Mudou completamente, temos placas solares e cada vez mais eficiência”, conta. Ele disse, ainda:
“A cara da AES Tietê já mudou. Estamos indo para um escritório novo, mais moderno, com conceito aberto e jeitão de startup. Se não formos ágeis nesse mercado vamos ser engolidos”
Ele explicou então cada um dos direcionadores:
— Internet das Coisas (IoT): projetos que relacionam a conectividade entre equipamentos e sistemas de energia elétrica;
— Armazenamento de Energia (Energy Storage): projetos de sistemas de armazenamento de energia ou soluções que agreguem alguma característica nova à sistemas de armazenamento já existentes, buscando criar condições para o desenvolvimento de base tecnológica e/ou infraestrutura de produção nacional.
— Geração Distribuída: projetos que estimule a geração distribuída, potencializando benefícios que esta modalidade pode proporcionar ao sistema elétrico e/ou modalidades alternativas de geração, tais como a energia solar, eólica, cogeração entre outras.
— Ferramentas de Confiabilidade e Qualidade Energética: projetos voltado ao desenvolvimento de novas ferramentas, equipamentos, tecnologias ou métodos que busquem aumento da confiabilidade e qualidade energética.
— Soluções Digitais em Energia: projetos voltado ao desenvolvimento de novas ferramentas e soluções digitais com aplicação direta no cliente final.
— Gestão de Energia: projetos de desenvolvimento de softwares, equipamentos, metodologias e/ou modelos de negócios visando ganhos econômicos, melhoria da eficiência e sustentabilidade, voltado para setores residenciais, comerciais e industriais.
Ítalo encerrou seu discurso dizendo aos interessados em participar do Programa deste ano: “Para sermos ágeis, precisamos ir atrás das melhores cabeças, das tecnologias. Por isso, trago o desafio para que participem deste programa de aceleração: analisem os direcionadores, invistam e sairá um bom produto e uma boa parceira com a empresa”.
Esta matéria pode ser encontrada no portal da AES Tietê. Confira o site para ler mais histórias de inovação no setor elétrico!
O termo “gestão de ativos” pode soar complexo para uma pessoa que não está familiarizada a ele. Mas a realidade é bem diferente – e para uma empresa que deseja se manter competitiva, é importante entender do que se trata esse conceito.