Que tal ir até a China e trabalhar 15 dias por lá? Não bastasse o cansaço da longa viagem, que facilmente passa de 30 horas entre voos e conexões, a missão seria usar o curto espaço de tempo para entregar resultados importantes a uma organização ainda desconhecida. Se o seu espírito aventureiro responderia sim, você está no mesmo barco de Fernando Almeida, 30, especialista em relações governamentais da 3M no Brasil. Em agosto ele cumpriu justamente este roteiro como parte do programa 3M Impact, que estimula que colaboradores prestem serviços voluntários pelo mundo com a meta de apoiar o desenvolvimento de instituições sem fins lucrativos em países emergentes.
Bom, é quase isso. No caso da China, a 2º maior economia do mundo, um país comunista e cheio de particularidades, Fernando trabalhou em uma empresa mesmo, a HandTouch. “Lá quase não existem organizações não governamentais, então atuei em uma companhia de impacto social que desenvolve materiais didáticos e cursos de programação, inteligência artificial e robótica para crianças de 6 a 12 anos”, conta. Ele integrou um time de 13 pessoas vindas de 10 países diferentes. A viagem deles aconteceu pouco depois de o Brasil receber um grupo de gringos do 3M Impact, que vieram trabalhar voluntariamente em entidades da região de Campinas.
Fernando foi o primeiro brasileiro a participar do programa e diz que, apesar do curto período, a experiência foi transformadora. Ele conta que a principal lição que trouxe de volta foi o espírito de colaboração que emerge quando pessoas tão diferentes trabalham pelo mesmo objetivo:
“O programa chama 3M Impact porque nos propomos a impactar positivamente instituições pelo mundo. A verdade é que o maior impacto aconteceu em mim. Abri o meu olhar para a cultura de cidadão global, de respeitar o diferente”
E prossegue: “A verdadeira potência do mundo dos negócios está na colaboração. Cada um tem as próprias fortalezas”. Fernando diz ter visto de ângulo bem mais amplo esta cultura na 3M. A impressão, diz, é que este espírito de fazer pessoas colocarem a mão na massa juntas é o que faz a companhia ir em frente e conseguir se reinventar, permanecer relevante sempre.
A CHINA DA HOSPITALIDADE, BICICLETAS E PAGAMENTOS DIGITAIS
Os 15 dias de Fernando na China foram intensos e aconteceram meio por acaso. Pela primeira vez o programa de voluntariado da 3M abriu seleção para funcionários brasileiros e ele se inscreveu “sem muita pretensão”. Passou por várias etapas, fez algumas redações, entrevista on-line e, enfim, soube que estava entre os escolhidos. “Me avisaram em março deste ano e, na época, não sabia nem quando seria a viagem exatamente nem para qual país eu iria”, lembra. Pouco depois chegou a confirmação: o destino era Chengdu, cidade do sudoeste chinês de 14 milhões de habitantes – número considerado modesto para o país. Terra de pandas, muita história e negócios em ascensão.
Fernando descobriu os detalhes da viagem apenas seis semanas antes de ela acontecer: iria no dia 8 de agosto. Segurou a ansiedade e preparou o terreno por aqui: avisou a equipe com quem trabalha na 3M no Brasil que estaria fora por duas semanas e contou para a esposa, que ficaria sem ele por perto. “Ela me apoiou muito. Antes de eu embarcar me entregou uma bandeira da China e uma caneta prateada para que eu pedisse a assinatura das pessoas de quem me aproximasse por lá e trouxesse como lembrança para o Brasil. Foi uma baita ideia”, dá o crédito.
Mesmo com a cabeça preparada, Fernando admite que chegar na China foi um tremendo choque. “No primeiro dia saí para jantar com o grupo do 3M Impact sem nenhuma tradutora nos acompanhando. Ao chegar no restaurante não conseguíamos nem pedir mesa. Era impossível se comunicar”, conta, rindo da saia justa. Ele também se impressionou com coisas como o trânsito carregado, a imensa quantidade de bicicletas compartilhadas pela cidade e a digitalização dos pagamentos. “Ninguém usa cartão ou dinheiro. É tudo feito por aplicativo. A conta vem com um QR code, você lê com o celular e está paga”, diz. Outra coisa que chamou a atenção logo de cara foi a hospitalidade dos chineses, sempre simpáticos e interessados em servir fartas refeições – sem insetos ou cachorros, vale destacar. “Não vi nada disso”, diz Fernando.
UM OBJETIVO E DUAS SEMANAS DE TRABALHO
Em meio a tantas distrações e novidades, era hora de colocar a mão na massa. O grupo multicultural foi separado em times. “Trabalhei em parceria com duas profissionais de países diferentes. Uma era do marketing da 3M na Alemanha e outra da Jamaica, da área de recursos humanos”, conta. Com bagagens e experiências distintas, os três passaram os primeiros dias de trabalho focados em entender os desafios da HandTouch e como o time poderia ajudar a escola. “Eles precisavam da nossa contribuição para expandir a atuação de forma estruturada. O plano é saltar dos atuais 300 alunos em cinco filiais para 700 estudantes em 10 unidades”, conta.
O time decidiu entregar três conjuntos de ferramentas para ajudar a companhia a atingir a meta de expansão. “Decidimos que faríamos uma análise completa da estrutura da organização, falando de colaboradores, comunicação interna, sistemas e desenvolvimento de talentos”, diz. O segundo plano foi focado em marketing para ajudar na expansão e, por fim, desenharam uma estratégia sistemática de crescimento para garantir que o avanço acontecesse de forma estruturada. Este último foi o que contou com a maior colaboração de Fernando. Ao perceber que 60% dos alunos vieram de escolas públicas com quem a HandTouch tinha algum tipo de parceria, ele entendeu como essencial firmar mais acordos com estas instituições. “Coloquei a minha experiência como profissional de relações governamentais ali”, diz.
Assim, em apenas duas semanas, eles desenharam um projeto que contemplava estas três áreas ainda ensinaram ao time da empresa a metodologia de desenvolvimento ágil que usaram para realizar o trabalho por ali. “Foi muito legal envolver todo mundo, entrevistar uma série de pessoas impactadas pela empresa para entender o que poderíamos melhorar”, conta. Fernando diz que conseguiu a melhor recompensa possível: a aprovação dos planos que desenvolveram. “A HandTouch avaliou o valor do nosso trabalho como algo que teria custado 3 milhões de yuans (cerca de 50 mil reais) se precisassem pagar para que alguém fizessem. Segundo eles, as nossas recomendações e ferramentas serão fundamentais para que a companhia aumente seu impacto positivo”
SOMAR DIFERENÇAS PARA CHEGAR A NOVOS RESULTADOS
Para Fernando, o maior desafio de toda a viagem foi a comunicação. Não simplesmente pela óbvia diferença de idioma, mas pelo abismo de costumes e hábitos. “Apesar de todos no time falarem inglês e da ótima tradutora chinesa que tivemos lá, a forma de se expressar era muito diferente”, diz. Ele admite que uma série de vezes o grupo perdia tempo discutindo um assunto para só depois entender que, na verdade, estavam todos do mesmo lado e não havia oposição. “Se tivéssemos tempo para nos entrosar no início teria sido mais fácil, mas eram apenas duas semanas. Tudo ou nada. Tivemos que fazer acontecer e dar um jeito de nos comunicar”, diz. E complementa:
“No fim nos entendemos bem e gostei bastante de ver como chegamos a soluções diferentes quando cada um traz uma bagagem. Podemos criar coisas muito legais em contextos tão diversos”
Fernando conta que a própria dinâmica de como as coisas acontecem na China inspira olhares novos sobre problemas já conhecidos. “Aqui no Brasil o governo tem tentado estimular diretamente as indústrias a utilizar mais tecnologia, alinhado ao conceito de indústria 4.0. Lá é bem diferente”, diz, lembrando que, para alcançar o mesmo objetivo, o governo do país estabeleceu que todas as crianças a partir do terceiro ano do ensino fundamental terão aulas de programação na escola até 2020. “Quando tiramos os julgamentos é interessante ver cada abordagem. É uma estratégia completamente diferente para aproveitar a mesma oportunidade.
Assim, depois de uma série de vivências do outro lado do mundo, o Fernando embarcou no avião para o Brasil. A bandeira da China que ganhou de presente da esposa voltou cheia de assinaturas dos amigos que fez por lá, como já era planejado. Estava dentro das expectativas também trazer de volta uma grande experiência e uma série de histórias para contar sobre a maior nação global. O que ele não imaginava era o quanto aprenderia sobre si próprio. “Do outro lado do mundo,sem Google ou Facebook, desenvolvi muito o meu autoconhecimento. Essa experiência clareou minhas forças, fraquezas e indicou como eu posso aumentar minha colaboração trabalhando em grupo”, diz. A meta agora é estimular outros brasileiros a encarar jornadas similares ao divulgar o 3M Impact para os colegas da operação local. Com esta boa propaganda não devem faltar candidatos.
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