Todo Dia das Crianças é a mesma coisa: lista de pedidos em casa e pais desesperados por comprar presentes. Mas será que só existe esta lógica? Há um movimento crescente que deixa o consumismo de lado e busca mais presença e convívio familiar. Este conceito já começa a se difundir inclusive no corporativo. “Temos uma série de incentivos para que as pessoas fiquem tranquilas e possam passar mais tempo em família”, conta Denise Brito, supervisora de comunicação interna da Sodexo Benefícios e Incentivos.
Ela diz que, na data, a empresa oferece aos colaboradores que têm filhos o Sodexo Gift Pass para que os pais invistam em presentes no Dia das Crianças, mas conta que a empresa não fica restrita à isto e nem resume suas ações à data. Denise enumera, por exemplo, que os funcionários que têm filhos podem tirar folga no aniversário deles e passar o dia juntos.
Como incentivo extra a este convívio, a companhia promove uma experiência para a criança como presente na data. “Os mais novos ganham ingresso para a um parque de diversão e os maiores, para o cinema, sempre acompanhados da família. É um passeio legal que conseguimos proporcionar”, diz.
Além disso, em datas como Dia dos Pais e das Mães, a empresa abre as portas para receber os pequenos, com brincadeiras e atividades. “O objetivo é estimular este vínculo e aproximar as famílias. É muito legal ver como eles gostam de conhecer onde os pais passam o dia”, diz Denise, contando que uma iniciativa como esta traz segurança para as crianças que, depois em casa, têm clareza onde exatamente estão os adultos quando saem para trabalhar.
EMPREENDER PARA FOMENTAR A INFÂNCIA MAIS ANALÓGICA
É justamente para defender e difundir esta infância marcada por boas experiências que Tatiana Weberman fundou dois negócios com foco no público infantil. Ela é responsável pela Kombi dos Sonhos, perua que leva estações de brincar a diversos bairros e espaços de São Paulo, e, em parceria com a sócia, Juliana Borges, criou ainda o SlowKids, festival realizado em parques e espaços públicos para fomentar a boa e velha brincadeira sem celular ou tablet na mão.
“O melhor caminho é ficar off-line, deixar o celular de lado e passar tempo em família”, conta. Com a experiência acumulada com os projetos, Tatiana diz, sem medo de errar, que há coisas bem mais valiosas para os pequenos do que entregar um presente:
“Precisamos promover experiências marcantes, investir em tempo em família. Nunca é cedo para contar às crianças que brinquedos são apenas objetos e que há coisas bem mais valiosas na vida”
Na jornada de fundar o SlowKids e a Kombi dos Sonhos, Tatiana passou um período na Alemanha em uma missão técnica com o projeto Criança e Natureza. Lá descobriu os desafios de fomentar a integração entre as crianças e as cidades, criando espaços seguros, acessíveis e capazes de fomentar o pensamento lúdico. “Muitas vezes circulamos por aí olhando apenas para a tela do celular. Reparar no entorno, fomentar esta conexão com os espaços e estimular que as crianças percebam as possibilidades do mundo real precisa ser uma preocupação das famílias”, diz. E complementa:
“Quando centros urbanos se tornam mais acolhedores aos pequenos, consequentemente ficam melhores para todo mundo”
Ela leva esta preocupação para os próprios projetos e conta que, com a Kombi dos Sonhos, tem conseguido realizar um desejo antigo de chegar às periferias e propor um gostinho de infância analógica, do brincar livre longe das telas. “Passamos a ter o apoio da Secretaria Municipal de Cultura para rodar por São Paulo e levar esta experiência para bairros mais distantes do centro”, conta.
A Kombi tem nove estações de brincar e chega sempre acompanhada de uma oficina: tem música com tambores, teatro, contação de histórias… Se tem uma coisa que Tatiana descobriu nesta jornada é que, independente da classe social, bagagem cultural ou hábitos familiares, investir neste brincar off-line sempre agrada aos pequenos.
E ENTÃO, QUAL É O MELHOR PRESENTE DE DIA DAS CRIANÇAS?
Com tantas possibilidades na vida off-line, a recomendação é que as famílias se desconectem para aproveitar juntas o Dia das Crianças. Vale preparar piquenique no parque, praticar um esporte, cozinhar alguma coisa juntos ou fazer trabalhos manuais. O importante é a presença. Quanto aos presentes, Tatiana lembra que dá para inovar nesta frente também. “Há projetos muito legais de troca de brinquedos. As crianças adoram e, ainda que levem um objeto já usado, enxergam aquilo como novidade.”
Denise, da Sodexo, diz que dá para transformar a experiência em algo mais valioso até quando se trata da compra de um presente tradicional. No lugar de simplesmente entregar o brinquedo, ela sugere envolver a criança no processo de decisão e compra. A ideia é aproveitar a oportunidade para promover a educação financeira, por exemplo “Muitos dos nossos colaboradores fazem isso com o Sodexo Gift Pass que oferecemos no Dia das Crianças.” Porque a data é mais sobre convívio do que sobre consumo.
Muito além de política pública, passou do tempo de equidade racial estar apenas na agenda de responsabilidade social de empresas no Brasil. Saiba o que grandes organizações, como a Sodexo, estão fazendo em prol dessa causa.